O Canal de Correspondência: por Viriato Tamele (*)
Caros leitores do «Canal de Moçambique!
Os Comissários Peter Mendelson e Louis Michel, respectivamente o de comércio e o de desenvolvimento da UE, escreveram recentemente uma carta conjunta onde mais uma vez procuram persuadir os países da ACP de que o livre comércio é bom para o desenvolvimento. No entanto, tem estar claro que é trabalho deles procurar satisfazer as necessidades do sector privado europeu mais concretamente as pequenas e médias empresas para que garantam o mercado dos ACP e que dessa forma possam sobreviver. Estes senhores foram empregues não para satisfazerem as necessidades de desenvolvimento dos ACP mas sim para defenderem interesses do sector privado europeu, que está preocupado em se fortalecer cada vez mais perante o actual paradigma económico global.
Hoje em dia, mercado europeu, não é a única alternativa dos produtos africanos, outros mercados são mais atractivos como a China e a Índia. Por isso, a CE quer concluir com muita rapidez um acordo que irá primeiro redefinir uma nova regionalização que obedece apenas a critérios comerciais os mesmas que orientaram a conferência de Berlim.
Caros leitores, acordos que contenham articulados de investimentos, compras de governo, políticas de competição, serviços e sobretudo reciprocidades, não interessam países menos avançados como Moçambique, mas sim a UE que é a principal percursora do livre comércio. E mais, a CE pretende fazer avançar através dos APE´s a sua agenda estagnada na OMC, por isso o argumento da compatibilidade não faz sentido. Os princípios e procedimentos da OMC não são justos porque às posições dos países em desenvolvimento naquele fórum, não são respeitados.
Os Srs. Peter Mendelson e Louis Michel não podem garantir nada, muito menos um pacote financeiro de apoio a medidas de salvaguarda. Foram inúmeras vezes que se prometeram apoios e não foram materializadas e das poucas vezes em que houve acesso aos fundos o processo foi muito mais custoso. Não se deve assumir compromissos desta natureza a troco de promessas infundadas. Os 23 mil milhões de euros prometidos até 2013, divididos apenas pela população da África a Sul do Sahara entre 2008 a 2013 resultam numa autêntica esmola. A burocracia da UE faz com que este tipo de esmolas da UE tenham custos e voltem a sua proveniência.
Desta forma, caros leitores a CE esta pressionar e a impor o comércio livre em Africa porque desta forma a Europa irá ter garantir as matéria primas a preços baixos, garantir o mercado Africano dos seus produtos transformados e mais importante o ter o controle geopolítico do continente Africano.
(Viriato Tamele).
*Título e texto da responsabilidade do autor, membro da Coligação para a Justiça Económica
Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE / M I R A D O U R (O)NLINE - CANAL NOTICIOSO - MOÇAMBIQUE - MMVII
Caros leitores do «Canal de Moçambique!
Os Comissários Peter Mendelson e Louis Michel, respectivamente o de comércio e o de desenvolvimento da UE, escreveram recentemente uma carta conjunta onde mais uma vez procuram persuadir os países da ACP de que o livre comércio é bom para o desenvolvimento. No entanto, tem estar claro que é trabalho deles procurar satisfazer as necessidades do sector privado europeu mais concretamente as pequenas e médias empresas para que garantam o mercado dos ACP e que dessa forma possam sobreviver. Estes senhores foram empregues não para satisfazerem as necessidades de desenvolvimento dos ACP mas sim para defenderem interesses do sector privado europeu, que está preocupado em se fortalecer cada vez mais perante o actual paradigma económico global.
Hoje em dia, mercado europeu, não é a única alternativa dos produtos africanos, outros mercados são mais atractivos como a China e a Índia. Por isso, a CE quer concluir com muita rapidez um acordo que irá primeiro redefinir uma nova regionalização que obedece apenas a critérios comerciais os mesmas que orientaram a conferência de Berlim.
Caros leitores, acordos que contenham articulados de investimentos, compras de governo, políticas de competição, serviços e sobretudo reciprocidades, não interessam países menos avançados como Moçambique, mas sim a UE que é a principal percursora do livre comércio. E mais, a CE pretende fazer avançar através dos APE´s a sua agenda estagnada na OMC, por isso o argumento da compatibilidade não faz sentido. Os princípios e procedimentos da OMC não são justos porque às posições dos países em desenvolvimento naquele fórum, não são respeitados.
Os Srs. Peter Mendelson e Louis Michel não podem garantir nada, muito menos um pacote financeiro de apoio a medidas de salvaguarda. Foram inúmeras vezes que se prometeram apoios e não foram materializadas e das poucas vezes em que houve acesso aos fundos o processo foi muito mais custoso. Não se deve assumir compromissos desta natureza a troco de promessas infundadas. Os 23 mil milhões de euros prometidos até 2013, divididos apenas pela população da África a Sul do Sahara entre 2008 a 2013 resultam numa autêntica esmola. A burocracia da UE faz com que este tipo de esmolas da UE tenham custos e voltem a sua proveniência.
Desta forma, caros leitores a CE esta pressionar e a impor o comércio livre em Africa porque desta forma a Europa irá ter garantir as matéria primas a preços baixos, garantir o mercado Africano dos seus produtos transformados e mais importante o ter o controle geopolítico do continente Africano.
(Viriato Tamele).
*Título e texto da responsabilidade do autor, membro da Coligação para a Justiça Económica
Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE / M I R A D O U R (O)NLINE - CANAL NOTICIOSO - MOÇAMBIQUE - MMVII
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