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VOA News: África

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Das assimetrias regionais às assimetrias entre as pessoas

Discursos não resolvem pobreza dos moçambicanos

"Temos um grupo de moçambicanos que tende a enriquecer e uma maioria cada vez mais pobre" – Silvestre Baessa Filipe, do Grupo Moçambicano da Dívida "Os discursos que o Governo tem feito à volta da problemática de redução da pobreza absoluta estão sendo bem orientados (…) mas dizer que a pobreza absoluta está a ser reduzida no seio dos moçambicanos (…) na minha percepção isso não constitui verdade" "Antes se falava de assimetrias regionais, principalmente entre Maputo-Cidade e o resto do País" mas "hoje este problema está quase ultrapassado e já se descreve um outro cenário. Começamos a caminhar para uma realidade que tem a ver com as assimetrias entre os próprios moçambicanos, em que se nota que há um grupo que tende a enriquecer e outro, a maioria, está cada vez mais pobre. O processo de redistribuição de riquezas e a relatividade de oportunidades entre os moçambicanos está cada vez mais gritante."

O MIRADOUR(O)NLINE pode revelar que "apesar dos discursos que o Governo tem levado acabo à volta da redução da pobreza absoluta, as assimetrias entre os moçambicanos, por um lado" e "o processo de redistribuição de riquezas e a relatividade de oportunidades entre os mesmos, por outro, são cada vez mais gritantes". Quem o diz é o oficial de programas do «GMD – Grupo Moçambicano da Dívida» Silvestre Baessa Filipe. Em depoimento exclusivo ao «Canal de Moçambique» ele também afirma que "antes se falava de assimetrias regionais, principalmente entre Maputo – cidade e o resto das regiões do País, mas, hoje o cenário que se descreve é bem diferente e preocupante. As assimetrias são entre os próprios moçambicanos"..
"Temos um grupo de moçambicanos que tende a enriquecer e uma maioria cada vez mais pobre".
"Os discursos que o Governo tem feito à volta da problemática de redução da pobreza absoluta estão sendo bem orientados", razão pela qual o mesmo Governo aparece a "dizer que a pobreza absoluta está a ser reduzida no seio dos moçambicanos" mas "na minha percepção isso não constitui verdade porque estes mesmos resultados não reflectem a realidade dos moçambicanos", disse..
Silvestre Baessa, na sua abordagem considerou ainda que uma vez que caminhamos para uma realidade bem diferente, em que casos de pobreza absoluta entre uma maioria significante de moçambicanos são cada vez mais preocupantes "há que perceber que o Governo para aparecer a dizer o que tem dito à volta da problemática da pobreza tem-se orientado pelo indicador da oferta e não da demanda".
"Na minha óptica, para percebermos se a pobreza absoluta está sendo ou não estacada no País há que nos basearmos em aspectos reais dos mesmos moçambicanos", disse. "O Governo não pode pensar que a construção de mais escolas, estradas, hospitais, por exemplo, tem impacto directo nas vidas das pessoas – isso representa quantidade de acções e não a satisfação para essas pessoas das suas necessidades nem a minimização dos vários problemas que as afectam"..
"Se olharmos para o caso concreto das escolas é possível ver que em relação ao número de escolas que existiam no tempo colonial hoje temos muito mais", mas "há que nos questionarmos sobre um aspecto: será que a qualidade de ensino aumento para os moçambicanos?", indaga Silvestre Baessa Filipe. E ele mesmo avança com a resposta: "claro que não!... Piorou! Se formos a ver há muitas pessoas que ficam 10 a 12 anos na escola e no final saem sem ter apreendido algo útil e aplicável na melhoria das suas condições de vida".
Ainda de acordo com Baessa, "o Governo moçambicano deve procura trabalhar em torno dos indicadores de procura e que na verdade podem reduzir o impacto da pobreza absoluta como, por exemplo, a criação de condições que permitam que as pessoas possam desenvolver negócios rentáveis de modo a sustentar a vida das suas famílias. E o pior é que aspectos como este não são tidos em conta", conclui este interlocutor do «Canal de Moçambique».
Por outro lado refere que os indicadores de oferta que tem sido usados pelo Governo para avaliar a redução da pobreza absoluta "apenas nos dão uma sensação de que as coisas estão a melhorar enquanto que na verdade não". Não é isso que está a acontecer.
Silvestre Baessa Filipe sugere que deve haver uma inversão das coisas no sentido de "as pessoas sentirem as acções governativas nas suas vidas sem terem que recear se um dia as coisas podem ou não vir a mudar para o melhor". Em suma Baessa propõe sustentabilidade que é pelos vistos o caso central. Os moçambicanos não sentem como o governo afirma, as suas vidas a melhorar. Sente-se que a de uns pouco está a melhorar, mas a da maioria está a piorar.
A terminar, Silvestre Baessa apela para o Governo rever "os métodos de redução da pobreza absoluta" para que "se possa captar as percepções e o grau de satisfação dos beneficiários de modo a obterem-se resultados mais próximos da realidade do País".
Em suma o que este oficial do Grupo Moçambicano da Dívida nos está a dizer é que não se deve fazer festa porque não é verdade que a vida dos moçambicanos está a melhorar e é conveniente não nos andarmos a enganar uns aos outros.

(Emildo Sambo)

Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE / M I R A D O U R (O)NLINE - CANAL NOTICIOSO - MOÇAMBIQUE - MMVII

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