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VOA News: África

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A TEIMOSIA E O APEGO AO PODER ESTÃO FALANDO MAIS ALTO

De contrário “outro galo já cantaria”.

É triste e perigoso o cenário que se vive em determinados segmentos ou sectores da vida em Moçambique. Fala-se de problemas diversos, uns mais ou menos graves e outros tratados como problemas de pouco relevo ou impacto. Fala-se bastante da magnitude de determinados problemas mas raramente se mostra ou se apresenta o critério utilizado para classificar quando é que um problema é grave ou menos grave.
Por exemplo temos alguns órgãos de comunicação social colocando a figura ou pessoa do ministro da Educação e Cultura entre as piores figuras do ano de 2009.
De facto naquilo que se pode considerar de sector vital para o desenvolvimento de um país houve e tem havido sucessivamente os piores resultados de que há memória nas avaliações que são feitas. Isto é, os exames de fim de ano nas escolas secundárias do país tem sido um desastre. Houve até um caso que uma estação televisiva mostrou uma pauta de exame com resultado 100% negativos numa das escolas de Maputo.
Temos problemas em que os “responsáveis” se recusam a reconhecer.
A tendência de esconder ou considerar de pouca importância os problemas que vão acontecendo nos diversos departamentos governamentais leva a que os mesmos se avolumem e cresçam. Hoje diz-se que os diversos rombos notificados e comunicados ao Tribunal Administrativo não teria acontecido se houvesse seriedade governativa.
Há que dizer que a mania perniciosa de elogiar o mal-feito, de promover a confiança política e não a competência técnica, estão arruinando o país.
O facto de um ministro ser membro da Comissão Política do partido no poder parece colocá-lo numa posição de tal ordem que não se pode sequer equacionar a possibilidade de removê-lo da pasta ministerial. A incapacidade de membro da Comissão Política não é critério válido para a sua destituição. Passa-se para outra pasta ministerial ou transfere-se a pessoa para uma embaixada. Entre “camaradas” não há demissões ou destituições.
Em nenhum país do mundo um ministro com resultados tão medíocres como os da educação em Moçambique durante 2009 resistiria na cadeira do poder nessa pasta. Em circunstâncias normais um ministro cujo pelouro fosse o responsável pelas cadeias e que deixasse o seu detido mais importante fugir também pediria de seguida demissão porque falhou no cumprimento de seu dever ou obrigação.
2009 foi um ano interessante sob alguns pontos de vista em Moçambique. Algumas realizações ficarão para a história mas também ficará registado como um dos anos em que se esbanjou mais neste país.
O despesismo e a falta de uma cultura de austeridade governamental ficou evidenciada por algumas das acções lideradas pelo governo do dia. Abusos e atropelos às normas mais básicas de uma governação comedida, racional, austera e responsável para com os governados foram o lugar comum desde o governo central até os provinciais. A falta de responsabilização pelos actos administrativos e de procurement ao nível do governo levou a que muitos responsáveis se aproveitassem e enveredassem por caminhos que levaram ao rombo dos cofres do estado. Numa completa situação de impunidade viu-se secretários permanentes e ministros assaltando os cofres do estado com uma avidez jamais vista. A pobreza que foi utilizada como cavalo de batalha de toda uma administração serviu perfeitamente para esconder a outra face de funcionários gastadores e corruptos.
Rapidamente se adoptaram novas tácticas para fazer face às exigências de novos esquemas de procurement aprovados pelo governo. “Os filhos de peixe” “aprenderam rapidamente a nadar em novas águas”.
O brilhantismo e a tendência para o luxo exibidos por uma elite governamental desprovida de vergonha transformaram alguns actos em autênticos insultos à maioria dos moçambicanos.
Dificilmente se pode aceitar que uma simples inauguração de uma ponte como aquela chamada de “Armando Guebuza” sobre o rio Zambeze seja motivo de tantos gastos, quando volta e meia dizemos que somos pobres. Se combatemos a malária com auxílio externo, se os nossos cofres e orçamentos são suportados em altas percentagens com fundos externos, se temos carências em muitos domínios como entender que se gaste em banquetes dinheiro tão escasso?
Não dá para entender a aparente promiscuidade de contabilidade que impera em Moçambique. Onde começam as despesas do partido no poder e quais são realmente as despesas do Estado?
Para os detentores do poder é evidente que esta promiscuidade é favorável pois torna-se difícil senão impossível imputar responsabilidades.
É este apego ao poder que soa a ditadura ou que se pretende ver a evoluir rapidamente para a ditadura.
Entendemos a necessidade de recuperar o tempo perdido ou de equilibrar as coisas no domínio económico e financeiro que as pessoas, especialmente os detentores do poder político tem ou tenham. Mas uma pessoa não pode se transformar em dona de tudo a não ser que seja ao mesmo tempo ditadora... (Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 05.01.2010

Angola24Horas

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