O dever das Forças Armadas é defender a constituição" - Armando Guebuza ao «Canal de Moçambique»
"O dever das Forças Armadas é defender a constituição", disse o chefe de Estado quando o «Canal de Moçambique» lhe perguntou o que teria a dizer sobre o «Questionário Confidencial» com perguntas atentatórias à independência e comprometedoras do respeito pela equidistância que o Exército moçambicano deve manter relativamente a qualquer partido político do país.
"O dever das Forças Armadas é defender a constituição", disse o chefe de Estado quando o «Canal de Moçambique» lhe perguntou o que teria a dizer sobre o «Questionário Confidencial» com perguntas atentatórias à independência e comprometedoras do respeito pela equidistância que o Exército moçambicano deve manter relativamente a qualquer partido político do país.
Desta forma e finalmente o presidente do partido Frelimo e da República, Armando Emilio Guebuza, que é também por força da Constituição da República o Comandante em Chefe da Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), ainda que de forma evasiva, teceu esses breves comentários sobre a circulação do documento intitulado "Questionário Confidencial" em que as perguntas são claramente contra o espírito de isenção que deve presidir à maneira de estar da entidade castrense do país.
Esta declaração lacónica do presidente da República foi feita na Praça dos Heróis Moçambicanos, também chamado de panteão da nata da Frelimo.
Esta declaração lacónica do presidente da República foi feita na Praça dos Heróis Moçambicanos, também chamado de panteão da nata da Frelimo.
O chefe de Estado Moçambicano emprestou a sua voz e versão ao coro dos intervenientes que o «Canal de Moçambique» tem vindo a ouvir a propósito da existência e circulação do "Questionário Confidencial" com perguntas atentatórias da independência a que se obrigam as Forças Armadas. De salientar que o referido documento começou por ser considerado verdadeiro e em circulação pelo comandante da Casa Militar, o brigadeiro Jorge Gune, a primeira figura a ser consultada pelo «Canal de Moçambique» na tentativa de se certificar da sua autenticidade.
Puxando do argumento vigente da Constituição da Republica, Armando Guebuza, politicamente correcto, disse agora e apenas que "O dever das Forças Armadas é defender a constituição".
Depois da eloquente justificação sobre o «Questionário Confidencial» em resposta ao autor destas linhas, quando convidado a seguir a comentar a alegada existência dos chamados "homens armados da Renamo" – assunto esse que periodicamente e sempre que se avizinham períodos eleitorais volta a ser matéria de recorrência do partido Frelimo na tentativa de provar o seu comprometimento com o Estado de Direito e fazer crer que o partido Renamo é um partido belicista – o presidente da República disse: "Eles são chamados a participar do desenvolvimento e bem-estar de Moçambique".
Quando convidado a comentar a obrigatoriedade do preenchimento do «Questionário Confidencial» pelas FADM, mas sobretudo na «Casa Militar», força ou unidade especial que tem como missão garantir a segurança do chefe do Estado, o presidente Guebuza, com ar tranquilo, exibiu um enorme sorriso que não lhe passava dos lábios e disse: "O dever das Forças Armadas é defender a constituição". Dito isto, a assessora de imprensa da Presidência da República, Marlene Magaia, que a título informativo lembramos que é simultaneamente a "Editora" da revista cor de Rosa «Tvzine» pertencente à TVCabo Moçambique, encerrou a fase aberta a perguntas dos jornalistas.
O chefe de Estado, no entanto, foi convidado e acedeu falar a um outro jornalista do «Canal de Moçambique» (ver outra peça nesta edição).
Ainda sobre o «Questionário Confidencial» recorda-se que o brigadeiro Jorge Gune, chefe-mor da segurança do presidente da República e comandante da Casa Militar, quando ouvido pelo «Canal de Moçambique» para confirmar ou desmentir a autenticidade do documento disse: "desde que comecei a assumir cargos altos, tive sempre que preencher esse tipo de questionários".
Por outro lado, recorda-se ainda que devido ao facto do «Questionário Confidencial» não ter sido guardado por forma a não chegar ao conhecimento da Imprensa, na «Casa Militar» já rolou uma cabeça. Foi demitido o coronel Altino Macadza, chefe da Contra Inteligência na «Casa Militar». Foi-lhe atribuída "única e exclusivamente" a responsabilidade da autoria do "Questionário Confidencial".
(Luís Nhachote)
Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE PÚBLICO
M I R A D O U R O - ACTUALIDADE NOTICIOSA - MOÇAMBIQUE - MMVII
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