Que a corrupção, fenômeno que se instalou no seio das Linhas Aéreas de Moçambique, LAM e que delapida os cofres desta companhia, acção supostamente levado a cabo por funcionários da mesma, já não é novidade para ninguém. A Inovação é que este prodígio acaba de fazer as primeiras vítimas a nível de quadro superiores, facto que obrigou a Administradora Delegada, Marlene Mendes Manave, também indiciada de putrefação, mexer com o seu staff.
Dados na posse do BANTU indicam que Marlene Manave exarou uma ordem de serviço, na qual expressa que o ex-director Comercial, e que atualmente era diretor da área de Redes e Alianças Internacionais, função que não chegou a exercer desde que foi nomeado, esta desligado. De que, não está explícito.
A mesma ordem de serviço indica que o director Financeiro, Ernesto Massenguane, o Tesoureiro e o Contabilista, cessaram funções. Os três últimos ainda estão sujeitos a uma penalização de 20 dias de corte no seu ordenado mensal.
O documento em causa, a que o BANTU teve acesso, não explica porque razão os mesmos são sancionados.
Segundo apurou o jornal, no lugar deixado vago pelo diretor financeiro, Massenguane, a Administradora Delegada nomeiou Helena Cossa que antes era chefe do Departamento da Auditoria Interna da LAM. Para o lugar deixado vago pela Cossa, foi indicada OrlandaCândida que antes era chefe da Análise Financeira, sector que fazia o controle orçamental.
No lugar deixado vago por Orlanda Cândida, foi nomeado Ivo Nhamale.
Consta ainda que Helena Cossa acumula também a pasta da Contabilidade, sector que num futurobreve, segundo as previsões será chefiada por Helena Magagule que neste momento responde pelo sector de fornecedores. Quanto aos que cessaram as funções, o documento não avança nada.
A gota que fez extravasar a água do copo e que obrigou a Administradora Delegada, Marlene Mendes Manave a efetuar mexidas no seu staff, e a suposta descoberta, pelo sector de fornecedores, da delapidação dos fundos daquele consórcio, corrupção indiciado aAdérito Macaba e Ernesto Massenguane, Diretores da Rede e Alianças Internacionais e Financeiro respectivamente.
Segundo dados apurados pelo BANTU, os dois indiciados teriam orquestrado um esquema para delapidarem fundos daquela companhia. Para o efeito, contactaram a Mar Service para esta passar faturas e exigir o pagamento de certos produtos que nunca deram entrada na LAM. Feito o pagamento, o valor era dividido por ambos.
Consta da investigação feita pelo Jornal que a dupla Macaba e Massenguane, na posse de faturas da Mar Service, o diretor Financeiro e que as levava junto a Contabilidade para este setor as processar com urgência.
Atuadas junto da contabilidade, as promissórias eram remetidas a Tesouraria com orientações claras de emissão de cheque de uma instituição bancária. O Director Financeiro é que fazia todo o movimento dos pagamentos na empresa.
Massenguaneé que recebia as faturas confirmadas por Macaba, entregava a Contabilidade e esta por sua vez a Tesouraria.
Ele o DF e o chefe da Tesouraria é que assinavam o cheque, mas o dinheiro era dividido entre Massenguane, Macaba e a Mar Service, instituição que nunca forneceu nenhum produto a LAM,contam as fontes que vimos a citar sob anonimato.
Segundo as mesmas fontes, o valor que a dupla delapidou a LAM com cumplicidadeda Mar Service e outros fornecedores que o BANTU não pode apurar a identificação, oscila em 3 milhões de meticais entre faturas em regularização e outras fraudulentas.
Este esquema arrasta-se há anos e o diretor financeiro fez um casamento de arromba numa das instâncias turísticas na cidade de Maputo, em Fevereiro passado, com cerca de 800 convidados e, passou a luade mel em Dubai, com as despesas suportadas com os valores da fraude,contam as mesmas fontes frisando queo diretor Financeiro, Massenguane, ostenta uma frota de viaturas de luxo, seis, sendo um camião, 2 Land Rover, um Nissan 4x4, um Hyunday preto e uma Honda balade de cor cinzenta.
Quem cala consente
Diligências feitas no sentido de aferir a veracidade dos fatos acima arrolados redundaram no fracasso. Numa primeira tentativa, o ex-diretor Financeiro da LAM, abordado pelo BANTU, aconselhou o Jornal a entrar em contato com o Gabinete de Comunicação e Imagem, único sector que poderia falar sobre a vida daquele consorcio e dos seus colaboradores.
O BANTU insistiu. Disse ao Massenguane que o Norberto Mucopa nunca se dignou a responder as chamadas do Jornal, ao que respondeu que a posterior entraria em contato.
Feito essa relação, Massenguane disse que:não posso dar entrevista ao Jornal pois há regras aqui na empresa. O Gabinete de Comunicação e Imagem aconselhou--me a não dar nenhuma entrevista,disse e mesmo com insistência não mais atendeu as chamadas.
O BANTU não desistiu, pois sabia que antes de estar desligado, o Aderito Macaba estava suspenso, daí que queria saber as razoes que estariam por detrás daquela medida. Na insistência, ligou para o diretor Comercial, Claudio Banze, para o Gabinete de Comunicação e Imagem, através do número de Norberto Mucopa, com ambos a não atenderem a chamada.
Ainda mais, o Jornal ligou para o ex-director Financeiro, Ernesto Massenguane, para o da Redes e Alianças Internacionais, AdéritoMacaba e mesmo para a própria Administradora Delegada, Marlene Mendes Manave, com estes também a não atenderem as chamadas. Com este mudismo, o BANTU decidiu publicar este artigo mesmo sem ter cruzado a informação com fontes oficiais da LAM.
O BANTU, jornal de pequena expressão e dimensão como é apelidado pelo Cláudio Banze, continua na rota da investigação minuciosa sobre o caso Nairobi, em que o suposto cérebro da operação é o actual director Comercial. Consta que uma investigação judiciária está em curso e já foram ouvidos alguns colaboradores da LAM, a destacar o ex-representante da LAM em Nairobi, Pedro Comissário, bem como a responsável da CRT, - Controle de Receitas e Trafico Nazira Khane.
De referir que o BANTU está na posse de dados que indicam que uma colaboradora da LAM esteve em Nairobi a dar uma formação.
A mesma foi contactada pelo GSA, Rajani que confiou uma encomenda em valor monetário não especificado para entregar ao director Comercial, Cláudio Banze. O valor em causa é resultante da venda de bilhetes emitidos em Maputo/Nairobi para a entrada de emigrantes ilegais.
BANTU – 13.05.2013
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