Uma empresa de produção de etanol poderá ser implantada em Moçambique, nos próximos anos. Com efeito, a empresa Petróleos de Moçambique (Petromoc), a Rusni Destilarias e o Instituto Internacional de Pesquisa de Cereais em Trópicos Semi-Áridos (ICRISAT), sediado na Índia assinaram, ontem em Maputo, um memorando de intenção para a realização de um estudo de viabilidade e acções afins com vista a instalação da indústria que terá como principal matéria-prima, uma variedade de mapira conhecida na língua inglesa por "sweet sorghum".
O etanol é tido como sendo um combustível alternativo aos derivados de petróleo cujos custos de importação, no caso de Moçambique, tendem a ser cada vez mais onerosos, tendo em conta a volatilidade dos preços no mercado internacional.
Ainda não estão definidos quaisquer aspectos relativos à construção da destilaria, quer em termos de prazos quer no que diz respeito ao financiamento.
Todavia, segundo Eugénio Silva, da Petromoc, a destilaria, a ser construída no centro do país, concretamente na província de Sofala, poderá ter capacidade para produzir um milhão de litros de etanol por dia. A razão da escolha daquela província justifica-se pelo potencial existente para o cultivo da mapira.
A assinatura do memorando aconteceu a margem duma palestra proferida por William Dar, director geral do ICRISAT, sobre a viabilidade da produção de mapira em larga escala para a produzir etanol.
Alguns círculos de opinião tem vindo a sustentar que a produção de combustíveis biológicos pode conduzir a uma escalada de preços de produtos agrícolas e provocar fome, devido ao aumento da procura destes bens, embora outros defendam que é possível a combinação sem prejuízo da produção destinada exclusivamente a alimentação.
Sobre esta matéria o director do ICRISAT garantiu não haver risco de insegurança alimentar "pois trabalhamos numa vertente que toma em conta questões ambientais. Efectuamos uma gestão integrada de recursos naturais e olhamos para a geração de rendimentos e oportunidades de boa vida à população como um aspecto essencial'.
William Dar garantiu que o uso de mapira como materia-prima para a produção de etanol é mais eficiente em relação ao milho e cana-de-açúcar, para além de que requer metade da quantidade de água necessária para o cultivo destas duas últimas culturas.
Sediada na Índia, a ICRISAT tem representações no Quénia, Mali, Niger, Malawi, Zimbabwe e brevemente em Moçambique. Tem como missão ajudar na melhoria das condições de vida nas regiões desfavorecidas.
Fonte: NOTÍCIAS / M I R A D O U R O - ACTUALIDADE NOTICIOSA - MOÇAMBIQUE - MMVII
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