INDIVÍDUOS que se presume sejam nacionais e estrangeiros, dedicam-se, desde há algum tempo a esta parte, à pesca ilegal de tubarões na Reserva de Pomene, no posto administrativo de Chicomo, ante o olhar impotente das autoridades locais ou do respectivo distrito de Massinga, província de Inhambane.
Maputo, Quarta-Feira, 10 de Outubro de 2007:: Notícias
A pesca de tubarões visa a extracção de barbatanas, que, depois de secas, são exportadas para alguns países asiáticos, destacando-se China, Japão, Índia, segundo dados facultados pela Associação dos Naturais e Amigos da Ilha da Inhaca (ANAII) e Associação Olhos no Horizonte (EOTH).
Embora a ANAII e a EOTH indiquem Pomene como o foco da ilegalidade, aventam a hipótese de o fenómeno estar a ocorrer em outros pontos da costa de Inhambane, entre os distritos de Morrumbene e Inhassoro.
A carne de tubarão no geral não possui grande valor nutritivo, mas as suas barbatanas são tidas como ingrediente principal de uma sopa caríssima nos países asiáticos, facto que explica a alegada existência de chineses na pesca daqueles animais protegidos por lei.
Pescadores locais, citados pela ANAII e EOTH, reportam que, em algum momento, mais de 20 tubarões são mortos por dia, pelo que as duas agremiações alertam a quem de direito para as consequências drásticas do fenómeno.
Chineses compram barbatanas da população local em Vilankulo, segundo os dados em nosso poder, exportando-as ilegalmente para o mercado asiático. Para tal usam duas possíveis rotas. Uma consiste no transporte por terra até Maputo, onde são contrabandeadas através do porto adjacente ao principal de pesca, mas não o porto de pesca em si. A outra seria a utilização esporádica de um navio fora do Arquipélago de Bazaruto, em que as barbatanas são levadas para a embarcação directamente de Vilankulo.
HISTÓRIA ANTIGA
As comunidades de Pomene haviam expulso os pescadores de tubarões em 2003, mas no ano seguinte alguns nacionais reiniciaram a actividade sem consulta aos líderes klocais, pelo que também foram escorraçados da zona. Nessa altura, cidadãos chineses visitavam frequentemente o povoado para a compra de barbatanas, segundo soubemos.
Seis ou sete mil meticais é quanto custa um quilograma de barbatanas, da espécie guitarfish, a mais preferida. Contudo, já no mercado asiático, na cidade de Hong Kong, por exemplo, a mesma quantidade pode atingir mil dólares norte-americanos.
António Mandlate, administrador distrital de Massinga, revelou ao "Notícias" que o facto pode estar a ocorrer, mas acrescentou que nada foi reportado a ele sobre a pesca ilegal de tubarões em Pomene.
Ajuntou que sobrevoou a zona na semana finda e reuniu-se com os líderes locais, tendo deixado aquele ponto do seu distrito sem que se tenha veiculado uma queixa em torno do assunto.
Fontes nossas em Pomene asseguram que mesmo na semana passada matou-se sete tubarões, cujas barbatanas foram extraídas para exportação.
Os tubarões são animais com longos períodos de gestação e ovulação e uma baixa taxa de reprodução.
Nesse sentido, uma equipa multissectorial, envolvendo técnicos do Turismo, Pesca, Marinha de Guerra, Ministério do Interior e outros, devia ter ido à Pomene há dias, mas dada a ausência injustificada de alguns convidados-chave, a deslocação não se realizou.
A Reserva de Pomene é a mais pequena área de conservação do país, com uma superfície de 200 quilómetros quadrados. Foi criada, em 1964, para proteger o boi-cavalo e outras espécies de médio e pequeno porte como cabritos. Actualmente alberga também javalis, macacos e cães.
Fonte: NOTÍCIAS / M I R A D O U R O - ACTUALIDADE NOTICIOSA - MOÇAMBIQUE - MMVII
Maputo, Quarta-Feira, 10 de Outubro de 2007:: Notícias
A pesca de tubarões visa a extracção de barbatanas, que, depois de secas, são exportadas para alguns países asiáticos, destacando-se China, Japão, Índia, segundo dados facultados pela Associação dos Naturais e Amigos da Ilha da Inhaca (ANAII) e Associação Olhos no Horizonte (EOTH).
Embora a ANAII e a EOTH indiquem Pomene como o foco da ilegalidade, aventam a hipótese de o fenómeno estar a ocorrer em outros pontos da costa de Inhambane, entre os distritos de Morrumbene e Inhassoro.
A carne de tubarão no geral não possui grande valor nutritivo, mas as suas barbatanas são tidas como ingrediente principal de uma sopa caríssima nos países asiáticos, facto que explica a alegada existência de chineses na pesca daqueles animais protegidos por lei.
Pescadores locais, citados pela ANAII e EOTH, reportam que, em algum momento, mais de 20 tubarões são mortos por dia, pelo que as duas agremiações alertam a quem de direito para as consequências drásticas do fenómeno.
Chineses compram barbatanas da população local em Vilankulo, segundo os dados em nosso poder, exportando-as ilegalmente para o mercado asiático. Para tal usam duas possíveis rotas. Uma consiste no transporte por terra até Maputo, onde são contrabandeadas através do porto adjacente ao principal de pesca, mas não o porto de pesca em si. A outra seria a utilização esporádica de um navio fora do Arquipélago de Bazaruto, em que as barbatanas são levadas para a embarcação directamente de Vilankulo.
HISTÓRIA ANTIGA
As comunidades de Pomene haviam expulso os pescadores de tubarões em 2003, mas no ano seguinte alguns nacionais reiniciaram a actividade sem consulta aos líderes klocais, pelo que também foram escorraçados da zona. Nessa altura, cidadãos chineses visitavam frequentemente o povoado para a compra de barbatanas, segundo soubemos.
Seis ou sete mil meticais é quanto custa um quilograma de barbatanas, da espécie guitarfish, a mais preferida. Contudo, já no mercado asiático, na cidade de Hong Kong, por exemplo, a mesma quantidade pode atingir mil dólares norte-americanos.
António Mandlate, administrador distrital de Massinga, revelou ao "Notícias" que o facto pode estar a ocorrer, mas acrescentou que nada foi reportado a ele sobre a pesca ilegal de tubarões em Pomene.
Ajuntou que sobrevoou a zona na semana finda e reuniu-se com os líderes locais, tendo deixado aquele ponto do seu distrito sem que se tenha veiculado uma queixa em torno do assunto.
Fontes nossas em Pomene asseguram que mesmo na semana passada matou-se sete tubarões, cujas barbatanas foram extraídas para exportação.
Os tubarões são animais com longos períodos de gestação e ovulação e uma baixa taxa de reprodução.
Nesse sentido, uma equipa multissectorial, envolvendo técnicos do Turismo, Pesca, Marinha de Guerra, Ministério do Interior e outros, devia ter ido à Pomene há dias, mas dada a ausência injustificada de alguns convidados-chave, a deslocação não se realizou.
A Reserva de Pomene é a mais pequena área de conservação do país, com uma superfície de 200 quilómetros quadrados. Foi criada, em 1964, para proteger o boi-cavalo e outras espécies de médio e pequeno porte como cabritos. Actualmente alberga também javalis, macacos e cães.
Fonte: NOTÍCIAS / M I R A D O U R O - ACTUALIDADE NOTICIOSA - MOÇAMBIQUE - MMVII
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