ENQUANTO as autoridades municipais proclamam vitória na luta que travam contra os vendedores informais que, nos princípios desta semana, foram retirados de alguns passeios da zona baixa da cidade de Maputo, estes vêm tentando ganhar outros espaços onde continuam a desenvolver as suas actividades. Trata-se de uma situação que ocorre ante o olhar das forças policiais encarregues de zelar pelo cumprimento da medida cujo número dos seus efectivos conheceu, pelo menos nos últimos dois dias, uma relativa redução.
Evitando qualquer tipo de confrontação com as autoridades tal como vinha ocorrendo nas anteriores campanhas da sua retirada dos locais considerados impróprios para o exercício da actividade comercial, os vendedores informais vêm ocupando, ainda que de forma tímida, os passeios de outras artérias da cidade não muito longe donde se encontram posicionadas as forças policiais.
Por exemplo, tal como constatou ontem a nossa Reportagem, no lugar dos passeios e esquinas das avenidas 25 de Setembro, Filipe Samuel Magaia, Guerra Popular e Fernão de Magalhaões onde se encontram posicionados os elementos da Polícia Municipal e de Protecção, os operadores do comércio informal desenvolviam as suas actividades a menos de 100 metros daqueles locais onde, inclusivé chegavam a expor os seus produtos no chão.
"O Conselho Municipal diz para nós irmos aos mercados mas é aqui onde nós conseguimos vender qualquer coisa que garante a nossa sobrevivência e das nossas famílias", disse Mateus Cossa, vendedor ambulante de malas de viagem que, na circunstância, desenvolvia a sua actividade do lado oposto ao que se encontravam os elementos das forças policiais, na Avenida Filipe Samuel Magaia, na baixa da capital.
A isto, as autoridades municipais, na voz do vereador do pelouro de Abastecimento, Mercados e Feiras, Belmiro Baptista, prometem continuar com a luta até que aqueles operadores compreendam a necessidade de desenvolverem as suas actividades de forma organizada nos mercados formais e informais espalhados um pouco por toda a cidade onde se calcula que hajam sete mil espaços vazios, entre bancas e barracas.
"É claro que tudo é um processo. Naturalmente que eles querem ver se nós vamos desistir o que nunca vamos fazer", disse o nosso interlocutor em alusão aos vendedores informais que deambulam de um lado para o outro com as suas mercadorias nas mãos, ante o olhar dos elementos das autoridades policiais.
A propósito, explicou que o negócio ambulante não é proibido na cidade sendo que qualquer pessoa interessada pode desenvolvê-lo livremente desde que para o efeito esteja licenciado. "Quem quiser fazer isso deve dirigir-se à Direcção Municipal de Mercados e Feiras fazer o seu licenciamento", frisou.
Entretanto ontem, no decurso dos trabalhos da XIX sessão da Assembleia Municipal, alguns membros daquele órgão legislativo da capital, apresentaram uma monção de saudação à forma como está a ser levada a cabo a campanha de retirada dos vendedores informais dos passeios. Destacaram o facto de a Polícia ter, de forma organizada, tomado a zona baixa da cidade, "impondo disciplina e ordem sem espancamento do povo, sem lhe arrancar o produto de venda mas que simplesmente não permitia que alguém ocupasse o espaço público para a venda".
Fonte: NOTÍCIAS / M I R A D O U R O - ACTUALIDADE NOTICIOSA - MOÇAMBIQUE - MMVII
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