O EMBAIXADOR sul-africano na União Europeia advertiu, terça-feira, contra a imposição de condições prévias à cimeira Africa-Europa, considerando que todos os dirigentes africanos, incluindo o Presidente do Zimbabwe, devem participar.
O embaixador Anil Sooklal declarou a jornalistas em Pretória que a exclusão de Robert Mugabe da cimeira, prevista para 8 e 9 de Dezembro, em Lisboa, não seria apoiada pelos seus homólogos africanos.
Os países do continente estão decididos a que o encontro se realize, porque "só pode beneficiar todos", afirmou. "Contudo, os líderes africanos não participarão numa cimeira mitigada", advertiu Sooklal, referindo-se às ameaças do Primeiro-Ministro britânico, Gordon Brown, de boicotar o encontro se Mugabe estiver presente.
"Deve ser uma cimeira entre iguais. Ninguém deve colocar condições prévias. Encontremo-nos e discutamos tudo, mesmo assuntos difíceis, com toda a gente presente", acrescentou.
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, declarou, segunda-feira, que a cimeira deveria realizar-se com todos os países africanos, adiantando. "Não seria justo, nem correcto se, devido a um regime político ou a um ditador em particular, não se pudesse realizar uma reunião deste nível. "
A segunda cimeira África-Europa, prevista pela primeira vez para Abril de 2003, foi adiada sucessivas vezes, com vários países a recusarem-se a acolher Mugabe devido às violações dos direitos humanos de que é acusado o seu regime.
Ontem, o presidente do Conselho de Ministros da União Europeia admitiu a possibilidade de o Presidente do zimbabwe, participar na cimeira, "se essa for a vontade do Continente Africano".
Luís Amado disse à Lusa em Pretória que o encontro entre os dois continentes, não pode ficar refém de um problema concreto.
"África tem vários países e regiões problemáticas, onde se verificam situações muito críticas, designadamente de violações dos direitos humanos e das regras democráticas. Não o podemos ignorar. Mas nenhum deles pode ser impeditivo do diálogo e do desenvolvimento das relações estratégicas de longo prazo entre a UE e o continente", disse Luís Amado.
O governante português desdobra-se desde ontem até hoje em contactos ao mais alto nível na África do Sul e no Botswana, numa investida diplomática destinada a definir o formato da representação africana na cimeira.
Fonte: NOTÍCIAS / M I R A D O U R O - ACTUALIDADE NOTICIOSA - MOÇAMBIQUE - MMVII
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