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VOA News: África

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Instituições públicas aguardam por dignidade: Maternidades sem energia eléctrica


Ministro da Saúde, Paulo Ivo Garrido reconhece que "mais de noventa porcento das crianças que nascem em Moçambique, nascem numa maternidade sem energia eléctrica, em condições complicadas, tanto para as mães como para as parteiras"
Em entrevista exclusiva ao «Canal de Moçambique» o Ministro da Saúde reconheceu os graves constrangimentos causados pela falta de corrente eléctrica nas unidades sanitárias no País. No entanto, Paulo Ivo Garrido preferiu concentrar as suas preocupações nas maternidades. Para ele é aí que está o «Calcanhar de Aquiles». Para elucidar o drama que se vive nas maternidades, o ministro referiu que "mais de noventa porcento das maternidades no país não possuem energia eléctrica".
Como um mal nunca vem só, para além das dificuldades de acesso às maternidades impostas por si só pelas longas distâncias que as parturientes têm de percorrer principalmente nas zonas rurais, quando as mulheres conseguem finalmente chegar a elas têm de se confrontar com um outro dilema: falta energia eléctrica para um parto seguro e de qualidade. Não são situações que o titular da Saúde não conheça. Garrido reconhece até que as crianças moçambicanas nascem em condições complicadas. Politicamente o ministro diz que o cenário deve continuar a merecer a maior atenção, mas ao mesmo tempo e curiosamente Garrido sacode a água do capote. Recorda que está em curso no País uma estratégia governamental que consiste na descentralização dos poderes, e com base nisso vai dizendo que "cabe aos directores provinciais de Saúde resolverem o problema".
O Dr. Paulo Ivo Garrido frisa: "Eu como ministro não posso estar a ver tudo o que acontece no País e resolver, pese embora eu reconheça a sua pertinência". Acrescenta entretanto que "aquele director que for incapaz de resolver o problema ai já pode expor o problema ao ministro da Saúde", sublinhou Garrido.
Quando questionado se já teria havido por parte do «MISAU» e da «Electricidade de Moçambique» algum encontro de trabalho visando tratar com profissionalismo e responsabilidade a questão de fornecimento de energia eléctrica às unidades hospitalares no País tendo em conta que um corte brusco no fornecimento de energia eléctrica pode custar a vida a alguém, Garrido foi simples e peremptório na resposta: "Nunca houve esse trabalho".
Observou contudo que esta questão não obstante o preocupar sobremaneira é necessário que seja tratada primeiro ao nível das direcções provinciais e só depois é que poderá ser encaminhada ao «MISAU – Ministério da Saúde» e só caso haja alguma dificuldade na sua resolução.
Um elevado número de unidades sanitárias que não são alimentadas pela energia eléctrica da Electricidade de Moçambique, nem sequer gerador possuem. Assim a alternativa usada para assistência aos partos durante à noite é a vela o que por outras palavras significa que o perigo de morte está sempre eminente.
Recentemente e sensivelmente uma semana depois da visita do ministro Garrido ao Centro de Saúde 1.º de Maio no bairro de Maxaquene, arredores da Cidade de Maputo, houve um corte prolongado no fornecimento de energia eléctrica. Tudo isto se passa em plena capital do país onde estão concentrados os melhores meios de que o país dispõe e onde as hierarquias do Estado continuam a expor o mais escandaloso fausto às custas do erário público e em nome da dignidade das instituições. Mas as maternidades são também instituições públicas e o que se percebe é que o governo continua a não estar preocupado nem com a sua dignidade, nem com a dignidade dos seus utentes. Alega-se falta de verba para explicar porque razão nas unidades onde nasce a moçambicanidade continua a não haver energia alternativa que possa salvar vidas. As dificuldades na prestação de cuidados de saúde aos pacientes continuam a ser remetidas para segundo plano.
Nesse dia em a maternidade do Centro de Saúde da Maxaquene funcionou com extremas dificuldades durante toda a noite que permaneceu sem energia eléctrica o cenário foi igual ao que diariamente aflige tantos outros onde o mesmo é o pão nosso do quotidiano a toda a escala nacional. Submetido o caso da Maxaquene a Garrido o ministro com a aparente calma que o caracteriza comentou que "não se pode olhar para a situação das maternidades no País tendo como ponto de partida um e outro caso". Aconselhou que se olhe para o país como um todo: "Deve-se olhar para o País como um todo. O que eu estou a dizer é que mais de 90% das maternidades no País tem problemas sérios de luz artificial". Assim, acrescenta Paulo Ivo Garrido, "mais de noventa por cento das crianças que nascem em Moçambique, nascem numa maternidade sem energia eléctrica, em condições complicadas, tanto para as mães, bem como para as parteiras".

Causas e soluções

Instado a avançar as razões e possíveis soluções práticas e imediatas para se ultrapassar este cenário verdadeiramente desolador, o ministro disse: "As razões são evidentes e todos nós conhecemos: é simplesmente a pobreza que nos coloca nesta situação". Avançando depois para as possíveis soluções acrescenta: "só trabalhando. Temos que trabalhar bastante para inverter este quadro negro. Só trabalhando é que iremos vencer", pois "nada cai do céu senão a chuva", conclui Garrido.

(Jorge Matavel e Borges Nhamirre) 

Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE  / M I R A D O U R O - ACTUALIDADE NOTICIOSA - MOÇAMBIQUE - MMVII



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