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VOA News: África

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Detido em Maputo ex-capitão dos serviços secretos do Burundi

Acusado pelo Tribunal da «ONU» de genocídio no seu País.
"Confirmo esta detenção. Mas nada posso adiantar sobre este assunto, porque o mesmo está sob a alçada da Direcção Nacional da Migração, que neste momento está a dar o devido tratamento. Melhor do que eles, nada poderá ser esclarecido" – afirma sub-inspector da Polícia, Arnaldo Chefo, porta-voz da PRM na cidade de Maputo
Um ex-capitão dos Serviços Secretos da República do Burundi, bastante procurado pela justiça internacional, acusado de genocídio, no Tribunal Internacional de Arusha, na Tanzânia, cujo mandato de captura foi emitido há anos por esta instância jurídica das Nações Unidas, na sequência do seu envolvimento no assassinato de milhares de tutsis e hutus moderados, na década de 90, encontra-se detido nas celas da «PRM – Polícia da República de Moçambique», na 18ª Esquadra da Cidade de Maputo (ex-Brigada Montada) mas o seu nome está a ser protegido pelas autoridades.
Fontes da Polícia na capital do país, que falaram ao «Canal de Moçambique» na condição de anonimato sobre a detenção deste homem procurado pela justiça internacional, por temerem possíveis represálias, referiram que o mesmo oficial burundês, que não conseguimos apurar o seu verdadeiro nome, foi apanhado pelas autoridades moçambicanas quando pretendia se fazer passar por um refugiado, como tantos outros que se encontram no país fugindo da instabilidade política que se vive actualmente na região dos Grandes Lagos.
O detido, segundo as nossas fontes, entrou no país na condição de refugiado usando nome e documentos falsos. Acrescentam os interlocutores do «Canal de Moçambique», que quando investigado, este teria dito que veio a Moçambique, aconselhado por amigos que consideram Moçambique um país mais seguro e melhor para "se esconder das perseguições dos tribunais de crimes de genocídio" que andam à sua caça.
Antes de chegar a solo moçambicano, o mesmo agente secreto, afirmou às autoridades policiais e da migração que depois de sair do Burundi, teria passado pela Suíça, onde não se sentiu seguro, tendo rumado para a República Unida da Tanzânia, usando este país para alcançar o território moçambicano, e através da província de Nampula, que acolhe muitos refugiados dos Grandes Lagos, conseguiu chegar aqui a Maputo.
Na verdade, ainda segundo as mesmas fontes, este procurava lugar seguro para se esconder da captura de que é alvo a pedido do Tribunal Internacional das Nações Unidas na Tanzânia, que actualmente julga os outros implicados nos massacres que se registaram na região dos Grandes Lagos, sobretudo no Burundi e Ruanda na década de 90.
O então capitão agora detido, segundo nos informaram, é Licenciado em Ciências de Educação, na França, já foi submetido a um interrogatório na última Quarta-feira, a partir da 18ª Esquadra da «PRM» onde se encontra detido. Os interrogatórios foram dirigidos por inspectores superiores da Direcção Nacional de Migração, que trabalham com casos ligados a cidadãos estrangeiros.
Até ao momento, as autoridades moçambicanas ainda não abriram contra este cidadão qualquer processo-crime, dado que a sua entrada foi na condição de refugiado. Também não foi avançada nenhuma hipótese sobre essa possibilidade estar iminente.
A «PRM – Polícia da República de Moçambique», tem estado a evitar fazer pronunciamentos públicos à cerca deste assunto, preferindo manter sigilo sob a alegação de que "ainda não é oportuno, porque decorrem as investigações".

"Chega de problemas e vamos à Paz"

A reportagem do «Canal de Moçambique» já interpelou o comandante-geral da «PRM», major-general, Custódio Pinto para tentar ouvir o seu comentário sobre esta e outras questões relacionadas com o trabalho da Polícia. Mas este, negou prestar quaisquer declarações, limitando-se apenas a dizer que "não podemos estar a falar sempre de problemas, mas sim podemos também conversar sobre a Paz no nosso país", tendo de seguida se metido na ocasião na sua viatura protocolar perante o olhar do jornalista, que insistia entrevista-lo.

PRM confirma detenção, mas nega avançar pormenores, porque "assunto está na Migração"

Num breve contacto com o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) na cidade de Maputo, o sub-inspector Arnaldo Chefo, este confirmou a referida detenção, mas negou avançar mais pormenores, sobretudo com relação à identidade do aludido prisioneiro político, alegando que o assunto estava entregue a Direcção Nacional de Migração, que está a tratar a sua investigação e que em devido momento seria esclarecido.
Entretanto, fontes da Direcção Nacional da Migração confirmaram ao «Canal de Moçambique», a detenção do referido antigo capitão dos Serviços Secretos Burundeses, mas também se recusaram fornecer a identidade deste, alegadamente por se tratar de uma matéria que está ainda "em curso".
"É verdade que o indivíduo detido é um antigo capitão dos serviços secretos do Burundi. Ele é formado em Ciências de Educação, na França, e foi detido quando se encontrava na companhia de outros cidadãos estrangeiros que não traziam documentos de identificação e estavam ilegais", disse uma das fontes, tendo acrescentado que "no caso dele (ex-capitão), estava devidamente identificado e parece ter entrado legalmente no país como refugiado, embora com documentos e nome falsos".
De acordo com estes interlocutores do «Canal de Moçambique», que também falaram no anonimato, a detenção deste burundês pelas autoridades policiais foi graças às suspeitas sobre a sua presença no país, uma vez que se fazia acompanhar por pessoas estrangeiras que não estavam devidamente identificadas.
Do que apuramos das fontes da Direcção Nacional da Migração, o aludido oficial militar burundês, que foi submetido a interrogatórios por inspectores desta instituição do Ministério do Interior, confirmou que serviu os serviços secretos daquele país, antes da queda do seu regime. Confirmou ainda que é procurado pela justiça internacional por acusações de genocídio, que estão a ser julgadas no Tribunal das Nações Unidas baseado em Arusha, na Tanzânia.
Quisemos ouvir das nossas fontes sobre o destino que será dado a este militar. Disseram-nos que será repatriado para o seu país, o Burundi, descartando-se por outro lado a possibilidade das autoridades moçambicanas virem a entregá-lo ao referido tribunal internacional das Nações Unidas, sustentando que "isso compete às autoridades burundesas".
"A verdade é que ele vai ser expulso do país, ou mesmo repatriado", concluiu uma das nossas fontes.
No Burundi e no Ruanda, milhares de pessoas na sua maioria da etnia minoria tutsi e hutus moderados, foram assassinados na década noventa, pelos regimes então vigentes.
Para julgar os referidos casos de assassinatos que chocaram todo o mundo, as Nações Unidas criaram um tribunal que funciona na República Unida da Tanzânia, tendo sido emitidos mandatos internacionais de captura para os principais implicados ou suspeitos no genocídio.
Alguns desses implicados, muitos deles militares já foram julgados e condenados (até a revelia), havendo outros que ainda estão a monte no estrangeiro a usar falsas identidades.

(Bernardo Álvaro)  

Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE / M I R A D O U R O - ACTUALIDADE NOTICIOSA - MOÇAMBIQUE - MMVII



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