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VOA News: África

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Comparar Samora a Jesus é sacrilégio!


Voo rasante
Edwin Hounnou - edhounnou@yahoo.com.br
A 30 de Setembro de 2007, dia em que Samora Machel, se estivesse vivo, faria 74 anos, a Rádio Moçambique fez um programa dedicado ao primeiro Presidente de Moçambique. Os convidados
ao painel e rádio ouvintes fizeram considerações diversas. Concordamos com uns e discordamos de
outros por atribuírem a Machel qualidades sobrenaturais, somente inerentes a Deus.

Machel repudiava a corrupção. Educava seus filhos em escolas onde meninos do povo estudavam. Não
enviou seus filhos para as melhores escolas da Europa ou América, ficando ele a ler um discurso enganoso para entreter o povo, tecendo elogios a um sistema de educação em que não se reflectiam os dirigentes do Partido nem membros do seu Governo.
Depois de mais de 20 anos do seu passamento, ninguém se queixou de ter sido ultrajado por filho de Machel.
Seus filhos não andavam armados para se defenderem de sarilhos. Não há suspeita de que, pelo menos, um
tenha mandado assassinar alguém ou estivesse associado a criminosos.
Foi o comandante guerrilheiro que conduziu, com sucesso, a luta de libertação do povo moçambicano do jugo colonial e proclamou a Independência.
É justo que se lhe reconheça que isso é um marco único na história de Moçambique. Machel tinha muitas qualidades humanas e de liderança.
Machel possuía defeitos. Encabeçou o golpe palaciano contra o vice-presidente da FRELIMO, Uria Simango e, depois da Independência, mandou-o assassinar, na companhia de outros prisioneiros políticos, como Lázaro Nkavandame, Dr. João Unhai, Dra. Joana Simeão, Padre Mateus Ngwengere, Casal Ribeiro, etc., nas matas do Niassa. Criou extensos campos de reeducação onde desapareceram nossos compatriotas.
Máximo Dias, Miguel Murrupa e outros, se não tivessem fugido, provavelmente, teriam o mesmo destino –
amarrados dos pés às mãos, atirados para a vala comum, embebidos regados com gasolina e incendiados. Os assassinatos políticos continuaram para além da Independência. Há vários exemplos que notificam esta prática condenável.
No tempo de Machel foi instituída a pena de morte que vitimou pessoas cujos motivos são, até hoje, desconhecidos pelos seus familiares. Os filhos eram obrigados a assistir, na praça pública, seus pais a serem
chicoteados, alegadamente, em defesa do povo. Muitas liberdades fundamentais tinham sido eliminadas.
Se Machel tivesse governado o País com tolerância, Moçambique não se teria mergulhado na guerra civil. Foi a dificuldade de coabitar com a diferença que levou moçambicanos a regarem o solo pátrio com sangue de seus irmãos.
A Independência parecia ter sido uma troca de pastor branco para pastor preto, em muitos casos pior que o anterior.
A Renamo é uma reacção directa, com a mesma intensidade e sentido oposto, à governação totalitária de
Machel. Malabaristas da praça quando pretendem esconder seus esquemas obscuros de sobrevivência política, não hesitam em beatificar Machel. Nós jamais confundiremos Samora Machel de Jesus Cristo.
Fonte: TRIBANA FAX  M I R A D O U R O - ACTUALIDADE NOTICIOSA - MOÇAMBIQUE - MMVII



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