Custódio Pinto estava a responder à questão do jornalista deste diário em que se pretendia saber quais as principais causas das fragilidades da Polícia no combate ao crime, essencialmente no que concerne ao chamado "crime organizado", que segundo a própria corporação, é o que predomina no país.
O general Custódio Pinto afirmou que "a organização do crime só é possível porque existe a conivência de agentes da Lei e Ordem", o que faz com que, por sua vez, "a infiltração desses agentes na corporação desorganize a Polícia no seu todo", considerou o Comandante Geral da PRM.
Quanto à brigada especial da Polícia, criada por ele mesmo e chefiada pelo vice Comandante Geral da Polícia, Jorge Kalau, Custódio Pinto diz que "não veio para ficar". "É uma Operação normal, criada porque vi que a situação deteriorou-se e tinhas que tomar medidas", referiu o principal responsável da Polícia da República de Moçambique.
De referir que a tal brigada chefiada por general Jorge Kalau tem estado a surti efeitos positivos, principalmente no que diz respeito à recuperação de viaturas roubadas, armas de fogo e desmantelamento de gangs criminosas nas duas cidades para onde esta brigada está destacada, Maputo – Cidade e Matola, respectivamente.
A situação está agora relativamente mais calma do que há cerca de um mês atrás. Os cidadãos continuam no entanto a ter dúvidas se a relativa acalmia que se está a viver vai durar ou é passageira. As suspeitas assentam no facto de já se ter tornado cíclico assistir-se a picos de criminalidade violenta seguidos pouco depois de aparente melhoria. As melhorias geralmente são associadas pelos mais críticos da Polícia de que o País dispõe a períodos em que o produto da época violenta está a ser gozado, seguindo-se normalmente, logo a seguir, nova onda de casos. Consoante os casos violentos retornam a atemorizar os cidadãos, tem-se constatado que voltam com violência em crescendo.
SARP e Cooperação policial entre Moçambique e África do Sul para combater o crime transfronteiriço
Uma das grandes preocupações que surge em consequência da maior mobilidade nas fronteiras entre os países da região é o aumento do crime transfronteiriço que tem se verificado nos últimos tempos nos países da SADC. Esta situação afecta também Moçambique e, levou o Comando Geral da PRM equacionar que "Gangs criminosas que são expulsas da Africa do Sul estão a refugiar-se no nosso país, principalmente na cidade de Maputo".
Em face da situação, o Comandante Geral da Polícia diz que "o esforço para o combate ao crime transfronteiriço está a ser feito dentro das estratégia definidas pela SARP (Organização dos Chefes da Polícia da Africa Austral) e em particular as polícias sul-africanas e moçambicanas estão a cooperar no sentido de travar este tipo de crime", considerado como crime "fruto da globalização".
Quanto aos misteriosos assassinatos de agentes da corporação, cujos autores nunca são encontrados e ao público é até escondida informação, Custódio Pinto prefere não falar deste assunto. Afirmando apenas que "a Polícia está a fazer um trabalho e quando achar que tem alguma informação que interessa o público, irá ser divulgada".
A terminar a conversa, Custódio Pinto pediu a "paciência aos cidadãos" e prometeu que "a polícia está a trabalhar e dias melhores virão". Não há dúvida que as últimas semanas têm sido mais calmas, mas receia-se que a própria população relaxe nos cuidados que vinha tendo para prevenir que algo lhes aconteça e que no entretanto as acções violentas voltem a atormentar os munícipes de Maputo e Matola.
(Borges Nhamirre)
Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE / M I R A D O U R O - ACTUALIDADE NOTICIOSA - MOÇAMBIQUE - MMVII
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