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VOA News: África

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

"Onde e' que Simão vai vender flores producto de escravização dos seus compatriotas?"

“Golden Roses” encerrada pelo Ministério do Trabalho

Fim à “escravatura” em empresa de Executivo da «Fundação Chissano»


“A Doutora Josefina Simão trata-nos como animais” –um trabalhador dos cem mal tratados em estufa de flores na Moamba

A empresa foi acusada de “escravizar” trabalhadores oriundos das províncias de Manica e Tete no centro-norte do país. É propriedade da esposa e de Leonardo Simão, um ex-ministro da Saúde e dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de governos do antecessor de Armando Guebuza, actualmente a exercer o cargo de Secretário Executivo da Fundação Joaquim Chissano. No culminar do mais mediático caso da semana passada, o Ministério do Trabalho (MITRAB), através da Inspecção-Geral do Trabalho (IGT) acaba de suspender as actividades da empresa «Golden Roses».
A estufa de rosas do Dr. Leonardo Simão, e esposa, Dra. Josefina P Simão, foi penalizada oficialmente por alegada violação à legislação laboral. Mas na sua última edição, de 1 de Novembro, o Semanário ZAMBEZE estampou uma notícia segundo a qual Leonardo Simão e esposa estariam a “escravizar” cidadãos moçambicanos recrutados nas províncias de Manica e Tete, no centro e centro nordeste do país, respectivamente. Conta o ZAMBEZE, pela pena do jornalista Alvarito de Carvalho, que o antecessor da actual ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e ex-membro da Comissão Política do Comité Central do Partido Frelimo na “dinastia Chissano”, Leonardo Simão, e sua esposa, Josefina P. Simão, estavam a ser acusados, pelos próprias vítimas, de “escravizar” uma centena de jovens recrutados nas províncias de Tete e Manica, e albergados na Moamba, na província de Maputo, em acampamentos improvisados, sem sanitários e alimentados com refeições deficientes.
De acordo com uma fonte da Inspecção Geral do Trabalho “após ter-se concluído o trabalho inspectivo que vinha sendo realizado no terreno, decidiu-se por suspender todas as actividades da empresa da Golden Roses, no distrito de Moamba, província de Maputo, com efeitos imediatos, face às irregularidades detectadas no capítulo do cumprimento da legislação laboral”.

Providenciar condições humanas
De acordo com a mesma fonte do Ministério do Trabalho (MITRAB) “o levantamento da suspensão fica condicionado à aprovação das novas condições de trabalho a introduzir, sobretudo depois da vistoria da IGT”. Diz também a fonte do MITRAB que “durante o período de suspensão, a Inspecção Geral do Trabalho recomendou o melhoramento das condições de trabalho, tais como, o alojamento condigno para os trabalhadores obedecendo a padrões legais sobre a matéria, fornecimento de água potável em quantidade suficiente para as necessidades, fornecimento de equipamento de segurança no trabalho e condições de primeiros socorros na empresa. Deverá ainda providenciar cozinha e refeitório dotado de mesas e bancos para os trabalhadores e o melhoramento das outras condições de trabalho e humanas” .

A origem do problema
A “escravização” destes trabalhadores moçambicanos começa quando a empresária Josefina Simão, esposa do médico Leonardo Simão – que já foi ministro da Saúde e ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação sucedendo em ambos cargos ao ex-primeiro-ministro e também médico Pascoal Mocumbi – difundiu um spot publicitário nas delegações provinciais da «Rádio Moçambique» (emissora pública) em Manica e Tete, na qual anunciava vagas para a contratação de pessoas interessadas em trabalhar no mega projecto denominado «Golden Roses». De acordo com um dos trabalhadores que se dizem “escravizados”, “a doutora Josefina Simão prometeu disponibilizar condições agradáveis de trabalho, um alojamento condigno e suas respectivas refeições”. “Estamos arrependidos com as condições que cá encontrámos”. “A senhora Josefina trata-nos como animais”, disse ao jornalista do ZAMBEZE um dos trabalhadores ouvidos no local. As estufas da «Golden Roses», estão implantadas na Moamba, um distro cuja sede se situa a poucos quilómetros junto à via rápida (EN4) para a África do Sul.
De recordar que práticas semelhantes a estas na propriedade do Dr. Leonardo Simão e sua esposa eram denunciadas pelos movimentos de libertação como próprias do apartheid e dos colonialistas. “Dormimos em tendas improvisadas, incluindo cabanas feitas de caniço cobertas de restos de papelão”, elucidaram as vítimas. O grupo denunciou ainda o facto de consumir “água imprópria para o consumo humano”. De referir ainda que são no total cerca de 100 os trabalhadores a quem o Ministério do Trabalho acaba de garantir protecção numa atitude inédita contra uma família da mais alta burguesia moçambicana emergente do marxismo-leninismo. Depois de apurar a realidade no terreno, o jornalista do ZAMBEZE procurou o Dr. Leonardo Simão tendo-o encontrado na sede da «Fundação Joaquim Chissano», em Maputo. Na altura ele recusou-se a dar a sua versão da situação alegando apenas que não fala deste assunto nas instalações da Fundação cujo patrono é o ex-chefe de Estado moçambicano que acaba de ser galardoado com o «Prémio Mo Ibrahim” devido à boa governação de que Leonardo Simão fez parte.
(José Belmiro)
PS: Ha' um dado para ana'lise que anda sempre omisso. Qual e' esse banco que aceitou creditar a Sra. Josefina Simão esposa do médico Leonardo Simão para uma obra visando explorar o homem em condic;oes desumanas com estas? De certeza que um estudo de viabilidade foi feito. Sera' que nao teve em conta o factor mao-de-obra? Penso que ao pu'blico se devem respostas.

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