A velha ladainha de "homens armados da Renamo" voltou a ser assunto de Maringuè depois do próprio Comandante Provincial da Polícia da República de Moçambique em Sofala, Zacarias Cossa, ter dito, poucas semanas antes, que "os homens armados da Renamo já não são problema". E agora que se aproxima o início de um ciclo prolongado de sucessivos actos eleitorais com diferentes propósitos; quando o Governo tenta desesperadamente desviar as atenções da criminalidade que apavora o Grande Maputo (Maputo Cidade e Cidade da Matola); e desta vez por sinal até em vésperas de uma visita do Secretário Geral do Partido Frelimo a Sofala onde fica precisamente o distrito de Maríngué, é ridículo o que nos está a ser servido como prato forte deste momento político onde parece não haver argumentos, com mais nível e menos artesanais.
Para se compreender porque falamos em enredo grotesco, convém que a sucessão de factos seja recordada.
Na sexta-feira da semana ante passada (7 de Setembro), voltou-se a falar em "homens armados da Renamo" fardados e armados em Marínguè, ao mesmo tempo que foram postas a correr estórias de casas, vulgo "palhotas", e "uma sede da Frelimo", incendiadas. Quem lança a questão é a Sra. Celina, Adida de Imprensa do governador Alberto Vaquina, que ao mesmo tempo convidava jornalistas a irem lá numa excursão organizada por ela, a partir a 8 de Setembro, mas antes com escala em Caia, onde havia tombado um silo de cimento no estaleiro de construção da ponte rodoviária sobre o Zambeze para Chimuara, que por sinal fez dois mortos e um ferido grave.
Dessa excursão foram criteriosamente excluídos alguns jornalistas. O grupo foi escolhido a dedo.
Tal grupo chegou dias depois a Marínguè e embora tenha escutado vítimas de casas incendiadas, de nenhuma delas alguém conseguiu comprovativo de que os incêndios foram provocados pelos tais "homens armados da Renamo". Nem desses, nem de quaisquer outros homens ou mulheres. De autores comprovados, nem sombra. Ninguém foi apanhado em flagrante delito, não havendo prova de absolutamente nada.
Nos registos televisivos em que o solícito administrador distrital acusava homens armados da Renamo de autoria de tais barbaridades, quando se viam imagens de "palhotas" ainda a arder não havia o dono da casa, e quando havia o dono da casa e ao fundo a casa queimada, esta já não deitava fumo.. Fumo, fogo e vítima a dizer que quem o ateou foi um "homem armado da Renamo", tudo na mesma imagem, ninguém foi capaz de mostrar. Nem uma vítima a dizer que foi fulano que queimou as suas coisas.
Afinal os jornalistas tinham lá chegado dias depois. Acreditar-se que tão pequenas "palhotas" puderam ficar vários dias a arder, não deixa de ser caricato e cómico!...
Como se isso não bastasse, na segunda-feira o Comando Provincial de Sofala da Polícia da República de Moçambique (PRM) na Beira não tinha nenhuma ocorrência do género comunicada de Marínguè. Dizia então que não havia nada de anormal a acontecer naquele distrito para onde o governador incumbira, a sua Adida de Imprensa Sra. Celina, de convidar, na sexta-feira, os jornalistas para lá irem ver in loco o que sucedera, com o prévio cuidado de excluir a imprensa que ela lá sabe que é adversa a propaganda encomendada. Até de uma colega da TVM há um caso, lembrar-se-ão os colegas da Beira… Por ela não se ter deixado embalar pela canção do bandido, passe a expressão, a D. Celina também a baniu !… Queria a solicita senhora que a tal jornalista da TVM fizesse apenas o que a consciência não lhe permitia…
Na terça-feira (11 de Setembro), no seu briefing semanal sobre as ocorrências em todo o País, o porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Maputo, também nada disse sobre os tais incidentes pirómanos de Marínguè. Teve para apresentar aturadas estatísticas da criminalidade com e sem recurso a armas brancas e de fogo, mas, de Maríngué, nem uma palavra.
Seria o bastante para pedirmos ao Governo de Sofala para se deixar de brincadeiras, sobretudo quando é usado dinheiro dos contribuintes. Seria o suficiente para pedirmos que em Sofala se comece a tratar a Imprensa toda por igual e sem descriminação.
Achamos, contudo, que o fundamental é perguntar ao Senhor Governador de Sofala, Dr. Alberto Vaquina, se ele se terá sentido inseguro na Praça do Município nas cerimónias centrais do 1.º Centenário da elevação da Beira a cidade, sabendo ele que ali estavam inúmeros dos tais "homens armados da Renamo", bem fardados, calmos ainda que armados de AKM. Aí não houve problemas com os "homens armados da Renamo", nem mesmo sabendo-se que a meia dúzia de metros está o principal quartel das Forças de Intervenção Rápida da PRM em Sofala. Estava lá até o Comandante Provincial Zacarias Cossa e não viu qualquer problema na presença dos tais "homens armados de Marínguè". Tudo correu às mil maravilhas, como é próprio de gente de bem que eram todos os que estavam naquela Praça.
Sabe o Senhor governador ainda que muitas empresas de segurança privada das que pululam pelo país têm milhares de homens armados e a Polícia até já disse que alguns praticam crimes violentos contra cidadãos indefesos a quem assaltam, roubam e matam. Disso nunca se ouviu o Senhor Governador falar. Porquê?
Será porque sabe que algumas delas até são propriedade de oficiais generais das Forças Armadas e da própria Polícia nesse tão chorudo negócio da insegurança e que muitos deles são provenientes das alas militares do partido Frelimo? Serão esses perigosos só porque são os "homens armados da Frelimo"? Ou não são perigosos só porque são da Frelimo?
No Centenário o Senhor Governador Vaquina estava lá ao lado do presidente do partido Renamo, Afonso Dhlakama; do ministro do Plano e Desenvolvimento, Dr. Aiuba Cuereneia; do presidente do Município da Beira, Eng.º Davir Simango e a Praça do Município estava cheia de "homens armados da Renamo". Um pouco mais ao lado, na segunda tribuna, estava também o general na reserva Alberto Chipande que até já foi ministro da Defesa e é membro da Comissão Política do Comité Central da Frelimo. Ninguém viu que os tais "homens perigosos da Renamo" estavam lá? Ninguém fugiu dos tais "homens maus", mas passam a vida a falar deles em Marínguè? Que mística é essa de Marínguè? Porquê sempre Marínguè? Porquê essa obcecação? Que se pretenderá fazer no dia em que Dhlakama não tiver segurança?
Deixem de fitas meus senhores. Já é hora de se deixarem de garotices. O país precisa de passar uma mensagem de País seguro e não são os homens da Renamo que estão a fazer passar a imagem de país inseguro.
Os investimentos só vem com discurso que transmita confiança.
A segurança de qualquer político moçambicano é do interesse nacional.
Desde 1992 não há memória dos tais homens da segurança de Dhlakama provocarem distúrbios, embora haja memória de mais de cem homens da Renamo mortos por asfixia numa cadeia do Estado sem que o Estado tenha tido o cuidado, que lhe compete – ainda não prescreveu!!! – de apurar responsáveis por isso num país onde a pena de morte é proibida constitucionalmente. Esses homens que matam gente na cadeia, esses sim, são perigosos. Matarem-se cem pessoas numa Cadeia, é crime de Estado. Terá o senhor governador a coragem, ou o secretário-geral do Partido Frelimo Filipe Paunde, de erguerem a sua voz contra esse tipo de crimes de Estado contra cem moçambicanos? Disso convinha falar-se. Porque ao falarmos disso estamos a falar de um crime consumado, não de homens a que alguns senhores estão constantemente a recorrer imaginando-os como autores apenas de fantasias e não de crimes que algum tribunal tenha já julgado ou de que haja provas concludentes.
Para se compreender porque falamos em enredo grotesco, convém que a sucessão de factos seja recordada.
Na sexta-feira da semana ante passada (7 de Setembro), voltou-se a falar em "homens armados da Renamo" fardados e armados em Marínguè, ao mesmo tempo que foram postas a correr estórias de casas, vulgo "palhotas", e "uma sede da Frelimo", incendiadas. Quem lança a questão é a Sra. Celina, Adida de Imprensa do governador Alberto Vaquina, que ao mesmo tempo convidava jornalistas a irem lá numa excursão organizada por ela, a partir a 8 de Setembro, mas antes com escala em Caia, onde havia tombado um silo de cimento no estaleiro de construção da ponte rodoviária sobre o Zambeze para Chimuara, que por sinal fez dois mortos e um ferido grave.
Dessa excursão foram criteriosamente excluídos alguns jornalistas. O grupo foi escolhido a dedo.
Tal grupo chegou dias depois a Marínguè e embora tenha escutado vítimas de casas incendiadas, de nenhuma delas alguém conseguiu comprovativo de que os incêndios foram provocados pelos tais "homens armados da Renamo". Nem desses, nem de quaisquer outros homens ou mulheres. De autores comprovados, nem sombra. Ninguém foi apanhado em flagrante delito, não havendo prova de absolutamente nada.
Nos registos televisivos em que o solícito administrador distrital acusava homens armados da Renamo de autoria de tais barbaridades, quando se viam imagens de "palhotas" ainda a arder não havia o dono da casa, e quando havia o dono da casa e ao fundo a casa queimada, esta já não deitava fumo.. Fumo, fogo e vítima a dizer que quem o ateou foi um "homem armado da Renamo", tudo na mesma imagem, ninguém foi capaz de mostrar. Nem uma vítima a dizer que foi fulano que queimou as suas coisas.
Afinal os jornalistas tinham lá chegado dias depois. Acreditar-se que tão pequenas "palhotas" puderam ficar vários dias a arder, não deixa de ser caricato e cómico!...
Como se isso não bastasse, na segunda-feira o Comando Provincial de Sofala da Polícia da República de Moçambique (PRM) na Beira não tinha nenhuma ocorrência do género comunicada de Marínguè. Dizia então que não havia nada de anormal a acontecer naquele distrito para onde o governador incumbira, a sua Adida de Imprensa Sra. Celina, de convidar, na sexta-feira, os jornalistas para lá irem ver in loco o que sucedera, com o prévio cuidado de excluir a imprensa que ela lá sabe que é adversa a propaganda encomendada. Até de uma colega da TVM há um caso, lembrar-se-ão os colegas da Beira… Por ela não se ter deixado embalar pela canção do bandido, passe a expressão, a D. Celina também a baniu !… Queria a solicita senhora que a tal jornalista da TVM fizesse apenas o que a consciência não lhe permitia…
Na terça-feira (11 de Setembro), no seu briefing semanal sobre as ocorrências em todo o País, o porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Maputo, também nada disse sobre os tais incidentes pirómanos de Marínguè. Teve para apresentar aturadas estatísticas da criminalidade com e sem recurso a armas brancas e de fogo, mas, de Maríngué, nem uma palavra.
Seria o bastante para pedirmos ao Governo de Sofala para se deixar de brincadeiras, sobretudo quando é usado dinheiro dos contribuintes. Seria o suficiente para pedirmos que em Sofala se comece a tratar a Imprensa toda por igual e sem descriminação.
Achamos, contudo, que o fundamental é perguntar ao Senhor Governador de Sofala, Dr. Alberto Vaquina, se ele se terá sentido inseguro na Praça do Município nas cerimónias centrais do 1.º Centenário da elevação da Beira a cidade, sabendo ele que ali estavam inúmeros dos tais "homens armados da Renamo", bem fardados, calmos ainda que armados de AKM. Aí não houve problemas com os "homens armados da Renamo", nem mesmo sabendo-se que a meia dúzia de metros está o principal quartel das Forças de Intervenção Rápida da PRM em Sofala. Estava lá até o Comandante Provincial Zacarias Cossa e não viu qualquer problema na presença dos tais "homens armados de Marínguè". Tudo correu às mil maravilhas, como é próprio de gente de bem que eram todos os que estavam naquela Praça.
Sabe o Senhor governador ainda que muitas empresas de segurança privada das que pululam pelo país têm milhares de homens armados e a Polícia até já disse que alguns praticam crimes violentos contra cidadãos indefesos a quem assaltam, roubam e matam. Disso nunca se ouviu o Senhor Governador falar. Porquê?
Será porque sabe que algumas delas até são propriedade de oficiais generais das Forças Armadas e da própria Polícia nesse tão chorudo negócio da insegurança e que muitos deles são provenientes das alas militares do partido Frelimo? Serão esses perigosos só porque são os "homens armados da Frelimo"? Ou não são perigosos só porque são da Frelimo?
No Centenário o Senhor Governador Vaquina estava lá ao lado do presidente do partido Renamo, Afonso Dhlakama; do ministro do Plano e Desenvolvimento, Dr. Aiuba Cuereneia; do presidente do Município da Beira, Eng.º Davir Simango e a Praça do Município estava cheia de "homens armados da Renamo". Um pouco mais ao lado, na segunda tribuna, estava também o general na reserva Alberto Chipande que até já foi ministro da Defesa e é membro da Comissão Política do Comité Central da Frelimo. Ninguém viu que os tais "homens perigosos da Renamo" estavam lá? Ninguém fugiu dos tais "homens maus", mas passam a vida a falar deles em Marínguè? Que mística é essa de Marínguè? Porquê sempre Marínguè? Porquê essa obcecação? Que se pretenderá fazer no dia em que Dhlakama não tiver segurança?
Deixem de fitas meus senhores. Já é hora de se deixarem de garotices. O país precisa de passar uma mensagem de País seguro e não são os homens da Renamo que estão a fazer passar a imagem de país inseguro.
Os investimentos só vem com discurso que transmita confiança.
A segurança de qualquer político moçambicano é do interesse nacional.
Desde 1992 não há memória dos tais homens da segurança de Dhlakama provocarem distúrbios, embora haja memória de mais de cem homens da Renamo mortos por asfixia numa cadeia do Estado sem que o Estado tenha tido o cuidado, que lhe compete – ainda não prescreveu!!! – de apurar responsáveis por isso num país onde a pena de morte é proibida constitucionalmente. Esses homens que matam gente na cadeia, esses sim, são perigosos. Matarem-se cem pessoas numa Cadeia, é crime de Estado. Terá o senhor governador a coragem, ou o secretário-geral do Partido Frelimo Filipe Paunde, de erguerem a sua voz contra esse tipo de crimes de Estado contra cem moçambicanos? Disso convinha falar-se. Porque ao falarmos disso estamos a falar de um crime consumado, não de homens a que alguns senhores estão constantemente a recorrer imaginando-os como autores apenas de fantasias e não de crimes que algum tribunal tenha já julgado ou de que haja provas concludentes.
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