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VOA News: África

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

UE/Presidência: Portugal não pode convidar "o ditador Mugabe" - irmão de PR sul-africano Mbeki

Portugal não deve, "de forma alguma", convidar o Presidente do Zimbabué para a cimeira UE/África, porque ele é "um ditador da pior espécie, responsável por sistemáticos assassínios", disse à Lusa o empresário, analista e ex-jornalista sul-africano Moeletsi Mbeki. Em entrevista concedida a partir de Londres, onde se encontra em visita de trabalho, Moeletsi Meki, que é irmão do Presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, questionou a lógica dos que defendem a participação de Mugabe na cimeira organizada sob a presidência portuguesa da UE como um preço a pagar pelo diálogo entre os dois continentes.
"Como se sentiriam Portugal e os restantes europeus se, durante a II Guerra Mundial, os Estados Unidos jantassem à mesma mesa dos nazis alemães, que na altura invadiam a Europa e massacravam os europeus?", perguntou Mbeki. Moeletsi Mbeki, irmão mais novo do Presidente sul-africano, viveu e trabalhou durante largos anos no Zimbabué, tendo desenvolvido um profundo conhecimento do regime de Robert Mugabe que afirma conhecer pessoalmente, e da situação interna daquele país. Convencido de que Mugabe continuará a exercer uma "violência brutal" contra a oposição para impedir uma mudança de regime, Moeletsi Mbeki desmente a ideia de que o Presidente do Zimbabué é visto como um herói em África. "Nenhum africano ou líder regional vê em Mugabe um herói. Apesar dos sinais contraditórios, os líderes continentais não o consideram um herói. Não têm é a coragem necessária para o isolar com receio de que nos seus próprios países se verifiquem situações semelhantes", disse Moeletsi Mbeki.
Questionado sobre que acções deveriam ser tomadas pela SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), que designou o seu irmão para tentar o diálogo entre Mugabe e a oposição do MDC (Movimento para a Mudança Democrática), o empresário referiu que a organização "não quer nem pode fazer nada porque não tem qualquer poder". "A SADC não tem, na prática, qualquer poder, ela foi criada para mendigar ajuda aos países industrializados para África e nunca passou disso", acusou.
Presidente da produtora de televisão Endemol South Africa, vice-presidente do Instituto Sul-Africano de Relações Internacionais (SAIIA), e membro dos conselhos de administração de várias empresas, Moeletsi Mbeki tem um considerável currículo em jornalismo incluindo um "Nieman Fellowship" na Universidade de Harvard quando trabalhou para a BBC. Para Mbeki, o maior receio dos governos africanos quando lidam com Robert Mugabe é que os seus regimes possam sofrer sorte semelhante ao do Zimbabué no caso deste cair sob a pressão da sociedade civil e dos sindicatos, que são a maior força social nos diversos países da África Austral.
Usando o exemplo de Kenneth Kaunda, fundador da Zâmbia e derrotado eleitoralmente após 27 anos no poder por um líder sindical, Moeletsi Mbeki garantiu que a repressão no Zimbabué contra os sindicalistas é sinal de que a sua luta pela sobrevivência se assemelha à de muitos outros líderes regionais. "Não estamos a falar de um problema britânico. Mugabe vem assassinando e brutalizando o seu povo desde a década de 80, quando se verificaram os massacres de Matabeleland, e isso exige de Portugal a coragem de não o convidar para participar numa cimeira no seu território, sejam quais forem as pressões sobre si exercidas", concluiu Moeletsi Mbeki.
Fonte:LUSA 



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