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VOA News: África

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Portugueses que foram paraAngola e Moçambique tinham habilitações acima média - estudo

Os portugueses que foram para as colónias de Angola e Moçambique tinham habilitações escolares e profissionais acima da média e emigraram na esperança de ajudar a construir um império, revela o estudo "Passagens para África".
Da autoria da historiadora Cláudia Castelo, o estudo pretende contar a história da emigração para Angola e Moçambique dos portugueses da metrópole entre 1920 e 1974, ano que marcou o início da descolonização.
"Restringi a investigação até ao ano 1974 porque, com o 25 de Abril, tornou-se irreversível a descolonização e não fazia sentido continuar as pesquisas", disse a historiadora à agência Lusa.
Cláudia Castelo disse ainda que "Passagens para África" está dividida em três grandes capítulos, sendo o primeiro dedicado à histórica política, no qual são retratadas as várias tendências relativas ao problema do povoamento.
"O incentivo efectivo da emigração para Angola e Moçambique foi muito tardio. Quem não tinha determinadas habilitações ou rendimentos, tinha de fazer um pedido e dar provas de que tinha trabalho lá. Só mais tarde é que esses entraves começaram a ser atenuados e só no início dos anos 50 é que começaram os grandes projectos do povoamento branco de base rural", sublinhou a autora. Numa segunda fase, a historiadora faz uma análise "sociográfica" da população da metrópole que emigrou para Angola e Moçambique, tendo em conta o seu local de origem, a profissão, a idade, o sexo, entre outros. "Os portugueses que saíram da metrópole não eram os que os discursos oficiais fizeram crer. Eram pessoas que estavam um pouco acima da média da população da metrópole em termos escolares e profissionais", afirmou Cláudia Castelo. "Há a ideia de que essas pessoas não sabiam ler nem escrever", acrescentou. De acordo com a autora, os emigrantes eram maioritariamente da zona de Lisboa, norte e centro do país e a taxa de masculinidade que dominava no início da colonização foi sendo reduzida ao longo do tempo porque "as pessoas começaram a ir em família". "Tal como todos os emigrantes, também esses saíram para tentar uma melhoria das condições de vida e uma oportunidade de ascensão social. Mas há também outros aspectos que têm a ver com a mística em torno do império, criada nessa altura. A ideia de ajudarem a construir um império também terá tido a sua influência", afirmou. Por fim, é dada a conhecer a história antropológica dos emigrantes para se tentar perceber como é que se relacionavam com as populações locais, com o meio ambiente, que ideia é que tinham do Estado central e como encararam o regresso à metrópole.
"Passagens para África" é baseado na tese de doutoramento de Cláudia Castelo e vai ser lançado sexta-feira em Lisboa.
Fonte: LUSA



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