O ANC, partido no poder na África do Sul, deu ordens a deputados da bancada governamental para que aceitassem a lista dos novos membros do conselho de administração da emissora estatal, SABC. Segundo o semanário «Sunday Times» de Joanesburgo, a imposição provocou fortes reacções por parte dos deputados que anteriormente haviam rejeitado pedido idêntico vindo do secretário-geral do ANC, Sankie Mthembi-Mahanyele, para que dessem o seu aval a uma outra lista de membros que passariam a exercer controlo absoluto sobre a linha editorial da SABC, transformando esta estação emissora em instrumento do regime. A nova ordem, que emanou da sede do ANC, foi transmitida pelo ministro da Defesa, Mosiuoa Lekota, o qual, perante a estupefacção dos deputados, disse que a ordem "era para ser cumprida".
Os deputados haviam-se reunido na sede do Parlamento na cidade do Cabo, tendo objectado contra a presença de determinadas individualidades na lista enviada por Mthembi-Mahanyele. Os deputados do ANC opunham-se em particular à inclusão da empresária Gloria Serobe, na lista. De acordo com o «Sunday Times», o nome de Serobe havia sido proposto pela Presidência da República.
A par das suas actividades empresariais, Serobe é advogada de Ronald Suresh Roberts, o autor de uma biografia laudatória do presidente Thabo Mbeki. Serobe já foi membro do Conselho de Administração da SABC, tendo contribuído para o agravar do descontentamento reinante no seio do corpo editorial da estação emissora.
Destacados jornalistas da emissora já se demitiram do cargo desde que o ANC passou a intrometer-se em questões editoriais da SABC, proibindo a transmissão de programas e permitindo a censura prévia de outros.
Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE / Sunday Times
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