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quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Diarreia provoca boatos: Vítimas acusam funerárias de estarem a fomentá-la

Produtores de hortícolas no Infulene dizem que os desarranjos intestinais se devem a "vendedores que roubam e vendem couve pulverizada"

 Nos últimos dias tem estado a ser espalhados boatos segundo os quais há couve que depois de consumida provoca diarreia que a certa altura se torna aguda. Os cidadãos ao ouvirem tais histórias vêem a saúde de suas famílias ameaçada e vozes há que chegam ao extremo de alegar que por trás dos desarranjos intestinais estão "algumas agências funerárias que teriam mandado pessoas envenenarem a couve de algumas machambas na calada da noite". Nada mais falso.
Alguns produtores de hortícolas nas bermas do rio «Malaúze», que separa Maputo e Matola, mais propriamente das zonas da «Fapacar» e «2M» vieram ao «Canal de Moçambique» contar isso precisamente para dissipar dúvidas e explicar os comentários que estão por detrás desses "boatos".
Segundo eles, bem identificados, "já há muitos cidadãos que chegam mesmo a afirmar que a couve à venda nos mercados", principalmente nos mercados paralelos, vulgo «Dumba Nengue» "está envenenada".
"Isso é mentira. A verdade é que há vendedores de má fé que roubam couve recém pulverizada e adubada e colocam-na à venda", diz uma das fontes que nos procurou para desfazer boatos que estão a assustar as pessoase assentam em histórias metirosas e sem qualquer fundamento.
Zulmira Muianga, produtoras de couve na zona de «Fapacar», cidade de Maputo, disse ao «Canal de Moçambique» que "há muitos vendedores que entram nas nossas machambas bem cedo, cortam couve e roubam. Às vezes eles pensam que não há como descobrirmos porque o corte que eles fazem da couve não é num único canteiro. Fazem isso em vários canteiros para nos confundirem".
"Eles não sabem quando é que a couve é pulverizada e adubada, razão pela qual a couve que eles roubam por não saberem nada das suas condições de consumo põe em risco a saúde de muita gente", disse e acrescentou que "dos boatos que temos ouvido das pessoas que consumiram a tal couve supostamente envenenada há suspeitas de que algumas agências funerárias têm algo a ver com essa couve envenenada. Eu já acompanhei também um caso em que todos os membros de uma família tiveram diareira por causa dessa couve. Isso não tem a ver com as agências funerárias. A verdade é que alguma couve que está a venda nos mercados, principalmente nos «dumba nengue» foi roubada antes do tempo certo de consumo e devido ao remédio aplicado pelos donos para combater bichos depois dão problemas a quem consome".
Já de acordo com Gabriel Siquela, "há couve à venda nos mercados paralelos que não está em condições de ser consumida porque na sua maioria foi roubada antes do tempo certo para se consumir devido aos remédios, químicos aplicados de modo a combater as pragas".
"Temos muita couve pulverizada à venda nos dumba nengue porque pessoas que não gostam de trabalhar e que querem ter tudo de borla vem roubar um produto que ainda não está em altura de ser consumido".
"Desde a semana passada tenho vindo a acompanhar várias estórias sobre a couve envenenada que anda à venda nos mercados, e dizem que os mandantes foram os homens das agências funerárias. Não existe couve envenenada, nem homens das agências funerárias envolvidos nisso. A verdade é que a couve de que se fala e que provoca diarreia está pulverizada", explicou a fonte.
"Também acompanhei um caso de alguém que consumiu essa couve e passado um dia começou a ter diarreia que não parava".
Gabriel Siquela, recomenda que as pessoas passem a comprar produtos como «couve», «mboa», de entre outros hortícolas apenas "em locais seguros, dentro dos mercado e a pessoas fixas conhecidas".
"Não se deve comprar nada àquelas pessoas que andam de bairro em bairro e de casa em casa a vender as suas hortícolas. Pode ser que sejam produtos roubados e ainda com químicos".
Xavier Hermínio, no seu depoimento ao «Canal de Moçambique» disse: "Eu como produtor de couve talvez não devia estar aqui a falar desse assunto porque podem me interpretar mal. Mas a verdade é que temos sido vítimas de roubo de várias hortícolas nas nossas machambas e hoje em dia já se fala de couve envenenada".
"Essa couve envenenada de que se fala não mata mas pode vir a causar mortes devido às diarreias que provoca".
"Há razão para se desconfiar, mas trata-se de uma couve que foi tirada da machamba ainda com os produtos aplicados para combater as pragas que costumam deixar a couve toda ela picada".
"Se a couve não for roubada não chega ao consumidor com químicos".
"Essas pulverizações têm sido frequentes porque o Verão avizinha-se e há muitos bichos que nos estragam as hortícolas".
De referir que há muitas famílias, principalmente nas zonas periféricas da cidade de Maputo que pararam de consumir couve. Estão com medo de perderem a vida. Dizem elas que "já presenciaram e viveram casos de diarreias provocadas por tal couve".
Gaspar Tunecas, residente no bairro de «Inhagoia» é um dos exemplos dessas famílias que por enquanto deixaram de comer couve. "Enquanto esta situação não ficar bem esclarecida a minha família vê-se proibida de consumir couve".
Se for bem lavada a couve acaba por ficar sem químicos. É um dos cuidados imediatos a ter-se.

(Emildo Sambo)
Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE 


 

 



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