Maputo (Canalmoz) – A medida tomada pelo chefe do Estado nigeriano, Goodluck Jonathan, de suspender a selecção principal de futebol depois da má prestação no campeonato mundial que decorre na África do Sul, há muito que devia ter sido tomada e implementada em Moçambique. É que não se justifica que o Estado gaste tanto dinheiro a financiar uma selecção nacional que nenhum benefício trás para o país. Aliás, uma selecção que só desprestigia o nome do país, colectando derrotas atrás de derrotas. Revendo as estatísticas gerais da participação dos "Mambas" nas provas internacionais – já que estatística é que está a dar – concluímos que a selecção nacional de futebol nada alcançou que mereça registo na história do futebol continental, muito menos quando falamos de futebol mundial.
Em 35 anos da Independência Nacional, os "Mambas" nunca conseguiram qualificar-se para um campeonato mundial de futebol. Se alguém pensa que isso seria exigir demais, nas 4 edições do Campeonato Africano das Nações, onde Moçambique participou, só colectou derrotas! Isso mesmo, nem um empate a zero bolas conseguiu obter. Não será isso vergonha demais para toda uma nação?! Tem sido só jogar para perder, com uma ou outra vitória isolada aqui e acolá. Mesmo ao nível mais básico, na região Austral de África, Moçambique nunca conseguiu ganhar uma competição. Será que com este desempenho tão negativo da selecção nacional de futebol, Moçambique não precisa de um interregno para reflexão? Não se justifique que o país é pobre, ou que foi fustigado pela guerra, como está na moda invocar! Sempre que se pretende justificar desaires lavem a mesma conversa: somos pobres e fomos fustigados pela guerra. Há selecções de países estatisticamente mais pobres ainda, semelhante a Malawi, que conseguem resultados melhores nas competições internacionais. Há ainda selecções, como a da Angola, que já estiveram num mundial de futebol, poucos anos depois do fim do mesmo tipo de guerra, ou ainda mais violenta do que a que houve em Moçambique. É preciso dizer algumas verdades, só para se ter uma ideia do quanto o país gasta com estes "Mambas" – que de semelhantes à verdadeiro mamba só têm a maldade de sugar os recursos do país e alimentar uma exercito de acompanhantes que até aqui só se têm revelado incompetentes. A equipa técnica da selecção nacional irá receber, anualmente, da direcção da hidroeléctrica da Cahora Bassa, um ordenado de cerca de 10 milhões de meticais, segundo foi anunciado recentemente. Este dinheiro é duas vezes superior ao que o Estado gasta por ano com o funcionamento do Serviço Nacional de Bombeiros. Será justo gastar tanto dinheiro com uma equipa que nada trás para o país, aliás que só trás vergonha? Aonde está a racionalidade do Estado? A continuar assim, das duas uma: ou há quem ganha dinheiro com os desaires dos "Mambas" e não quer largar o bife, ou então há alguém a aproveitar o populismo do futebol para entreter o "maravilhoso povo moçambicano". Espero que não apareça alguém a me mandar mudar para Nigéria ou a chamar-me anti-patriota. (Borges Nhamirre) |
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