Maputo (Canalmoz) - A detenção do suposto empresário, Momed Ayoob, no Reino da Swazilândia, na passada sexta-feira, na posse de 18 milhões de randes, que pretendia levar para Dubai, a capital dos Emiratos Arabes Unidas, para além da agitação que está a levantar no meio asiático estabelecido em Moçambique, já produziu a primeira declaração das autoridades moçambicanas. A mesma veio de José Mandra, vice-ministro do Interior, que perante as câmaras da STV, disse que uma equipa do departamento de investigação criminal da PRM estava a par de assunto e de malas aviadas para o país vizinho onde reina Mswati III. O presente artigo, faz um retrato desta família próspera, mas que as suas conexões e ligações no mundo empresarial vêm sendo pintadas de negro no seu processo de acumulação de “riqueza absoluta”. Ibraimo Latifo é o patriarca desta família, composta por uma dúzia de descendentes, sendo 6 irmãos e seis irmãs. Todos eles nasceram no norte de Moçambique, oriundos de uma família de poucas posses. Nos princípios da década oitenta, Ayoob Ibraimo Latifo, pai, foi preso em Nampula por crime de “açambarcamento de mercadoria”. Com o totalitarismo político que caracterizou a nossa primeira república, personalizado na figura de Samora Machel, referem, fontes que viveram o momento, que o Marechal chancelou a expulsão deste cidadão do país. Era o “quero, posso e mando”...
Sem outra chance, o Ayoob, pai, foi então estabelecer-se em terras lusas. Com os adventos da nova republica, a segunda, isto nos primórdios dos anos 90, com Samora Machel já fora do cenário, regressa a Moçambique.
O seu primogénito, Mohamed Ikbal Ayoob, de seu nome completo, já estivera também preso em Maputo entre 83/84, onde esteve preso na cadeia central da Machava.
O seu segundo irmão, Omar Faruk Ayoob, também já esteve preso nos finais da década oitenta, alegadamente por tráfico de drogas. Outro irmão Mohamed Khalid Ayoob, este mais conhecido por “Momad Aiuba”, já esteve preso em terras lusas em 1987 pelo crime de tráfico de drogas. E agora está a contas com a justiça do Reino de Mswati III.
O seu quarto filho, Mohamed Macsud Ayoob, já esteve preso em Portugal em 1990, por tráfico de estupefacientes e também em 2002 em Moçambique por exportação ilegal de moeda.
Sobre os seus quinto e o sexto filhos, nomeadamente Ibraimo Ayoob e Salim Ayoob, poucas referências existem sobre actividades ilícitas. Este é um pequeno retracto dos “machos” da família «Ayoob Comercial».
Reincidentes ou protegidos?
Conhecidos pela venda de brinquedos na capital moçambicana ao preço de pechincha, a família Ayoob tem estado em crescimento. “Momad Aiuba” esteve preso em Portugal em 1987, quando tinha apenas 21 anos de idade.
Ele foi detido no dia 6 de Março de 1987 quando a Polícia Judiciaria (PJ) de Portugal recebeu informações a partir de um indiano residente naquele país, que Mohamed Khalid estava na posse de 10 quilos de heroína pura e que ele podia ser localizado na praça Olegário Mariano nº 4, 4 andar esquerdo.
“Momad Aiuba” foi levado de imediato para a cadeia e lá terá permanecido durante dois anos até conseguir escapulir-se. Os comentários da época referem que ele teria viajado para Espanha, onde teria obtido uma identidade falsa e com a mesma regressou a Moçambique, para nunca mais retornar as terras lusas.
O Ministério Público daquele país acusou Mohamed Khalid Ayoob por crime de tráfico de droga, onde nos artigos 23 nº 1 do decreto de lei 430/83 de 13/12 a moldura penal poderia ir de 8 a 12 anos de prisão, sem atenuantes. Primeiro: foi apanhado em flagrante delito, segundo; mostrou resistência; terceiro fugiu da prisão.
Daí, o processo subiu ao tribunal criminal de Lisboa, onde foi enviado para a 1ª secção criminal, terceiro juízo, onde levou o nr 83/90.
No dia 16 de Fevereiro de 1990, Khalid Ayoob foi pronunciado por crime de tráfico de drogas. Ele não chegou a ir a julgamento, porque se escapuliu da cadeia.
Agora está na cadeia na Suazilândia
O Canalmoz soube que Momed Ayoob foi à Swazilândia pela via da fronteira da Namaacha. Os procedimentos alfandegários, geralmente, naquele posto e na fronteira de Goba, são apenas para o pagamento da taxa de viatura: vinte e seis meticais e cinquenta centavos. Do lado suazi também se cobra uma taxa de 50 randes. Portanto, os procedimentos são diferentes dos aeroportos, onde tem que se declarar valores, o que Ayoob omitiu até ser detectado.
Tentámos, ainda sem sucesso, ouvir a versão da Polícia.
(Redacção) |
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