Maputo (Canalmoz) – A presidente da Liga dos Direitos Humanos (LDH) defende que a juventude moçambicana não deve, em nenhum momento, se envolver em "politiquices" do Governo, sob risco de ser instrumentalizada e daí desviar-se dos seus reais ideais. Alice Mabota, que falava recentemente num seminário da juventude feminina, considera também que os moçambicanos, os jovens em particular, devem sempre criticar o Governo, pois assim, argumenta, a população será melhor servida e, por sua vez, contribuirá para o desenvolvimento do país. Mas apesar de ter dito isso recomendou que a juventude moçambicana deve deixar a vida política para as idades mais apropriadas. Se os jovens procurarem estar envolvidos directamente na política vão trair os seus próprios ideais por estarem sempre dependentes de alguém, argumentou. "Moçambique é um dos países onde a situação dos direitos humanos é muito crítica, mas tudo porque o nosso Governo não dá a devida atenção ao assunto. No nosso país quando alertamos o Governo sobre o que está mal, em réplica somos conotados como agitadores e somos acusados de incitação à violência", disse Alice Mabote. Alice Mabote acrescentou que os jovens não podem deixar de criticar o que anda mal, nem de elogiar o que corre bem. Mas adiantou que "em nenhum momento se deve agradecer ao Governo por fazer algo em benefício da população, nem que crie infra-estruturas de grande envergadura, porque isso é seu direito. Em todo mundo é assim. O Governo tem a obrigação de criar infra-estruturas e satisfazer as necessidades básicas do povo". Num outro tom, Alice Mabote diz que em nenhum momento a população deve encarar a redução da pobreza no país como um favor, mas sim como um dever do Governo, pois é para isso que o governo é eleito. Ainda segundo Alice Mabote, as pessoas não conhecem os seus direitos e deveres, por isso o Governo se aproveita para tirar o mérito à população. Alice Mabote referiu também que a população da zona rural é a mais vulnerável a esse tipo de ocorrência devido à desinformação, facto que a leva a pensar que quando o Governo constrói escolas e hospitais está a prestar algum favor. (António Frades) |
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