Maputo (Canalmoz) – Os citadinos de Maputo andam agastados com os erros cometidos pelos funcionários da Saúde, na prescrição de medicamentos aos pacientes. Lamentam ainda o facto de terem que ficar tantos meses de espera para ter acesso ao médico em caso de alguma doença que assim o exija. À semelhança do que aconteceu há dias com os residentes do Município da Matola, eles queixam-se igualmente de cobranças ilícitas, mau atendimento e falta de respeito para com os doentes, que se verificam nos hospitais da capital do país. As inquietações foram reveladas no último sábado, em Maputo, ao próprio ministro da Saúde, Paulo Ivo Garrido, numa reunião que tinha como objectivo auscultar os problemas dos munícipes desta cidade com vista a procurar formas de sua resolução. A governadora da cidade de Maputo, Lucília Hama, também esteve lá a engolir as queixas que deixaram alguns quadros superiores da Saúde cabisbaixos. Os hospitais Central de Maputo, Geral José Macamo, Geral de Mavalane, os centros de saúde de Chamanculo e de Xipamanine, são apenas alguns exemplos de instituições que não escaparam das críticas. Estas feitas no meio de aplausos entre os denunciantes. No encontro, cada munícipe aproveitou a ocasião para fazer chegar ao ministro, com todo desagrado e deploração, que na saúde ainda são vários os funcionários que agem como se estivessem a prestar algum favor aos utentes. Um dos cidadãos disse ter acompanhado um caso em que uma agente da saúde, ao examinar uma senhora que esperava dar à luz dois gémeos, aconselhou-a a abortar alegando que não teria condições para sustentá-los, porque "era uma coitada", disse. Outro cidadão queixou-se dos crónicos problemas relacionados com longo tempo de espera dos pacientes nos hospitais, às vezes em situações não justificáveis porque os funcionários ficam a tratar de outros assuntos alheios aos propósitos pelos quais juraram servir o povo. Quanto à questão de se ficar meses à espera para se avistar com o médico, os citadinos mostraram-se duplamente revoltados, argumentando que "nesse tempo que nos mandam esperar a doença agrava-se. Às vezes, quando chega o dia de se avistar com o médico, dizem que há outro paciente por isso deve voltar numa outra data". Os casos de roubos de bebés nos hospitais não ficaram de lado. Contudo, sobre este assunto, Ivo Garrido foi peremptório ao tirar a nódoa que torna os funcionários do seu sector malvistos diante do público. Disse que não são os funcionários da saúde que roubam os bebés e nem estão envolvidos nisso, mas sim, os próprios cidadãos é que roubam os bebés dos outros e se conhecem muito bem. Sobres as outras queixas que foram apresentadas, Ivo Garrido classificou-as de contribuições que vão ajudar o sector a estudar formas de melhorar a prestação dos cuidados de saúde nos hospitais alvos e em tantos outros. Falou também da necessidade de criação de comités de saúde nos bairros para garantir a articulação entre o sector que dirige e a população. (Emildo Sambo) |
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