Levada a cabo pelo Município da Matola As estruturas municipais concluíram ontem a destruição das barracas que se encontravam nas imediações da cadeia de máxima segurança de Maputo, vulgo B.O. Ao todo eram mais de dez barracas instaladas na esquina entre as avenidas "4 de Outubro" e "Eduardo Mondlane". Foram totalmente destruídas pelas autoridades do município da Matola, liderado por Arão Nhancale. Foram precisos dois dias de trabalho, terça e quarta-feira, para deitar abaixo as barracas. As autoridades municipais procederam à destruição das barracas, explicando aos proprietários que não podiam mantê-las abertas por estarem perto de cadeias, nomeadamente a B.O. e a Cadeia Central da Machava. O Município invoca a segurança dos utentes das barracas, em caso de tiroteio causado pela fuga de criminosos. Acontece, porém, que muito perto da cadeia, estão também erguidas residências de cidadãos que ali vivem normalmente, sem que sejam retirados da zona. Os donos das barracas ora arrasadas referem ainda que na zona há sempre muitas crianças. "A estes não se pretende proteger?", questionam os donos das barracas que foram deitadas abaixo pela edilidade.
O comunicado do município
Um comunicado do Conselho Municipal da Matola, a que o Canalmoz teve acesso, refere que o processo de destruição daquelas barracas se enquadra no processo da reorganização dos mercados informais, espalhados pela Matola. Os donos das barracas referem que o Município que o Município entre em contradição quando diz por um lado que mandou destruir as barracas por haver necessidade de se garantir segurança nas imediações das cadeias, e logo a seguir evocar a "requalificação dos mercados informais". Proprietários agastados, mas reagem com civismo A destruição daquilo que, para muito, era fonte de rendimento das suas famílias, independentemente de haver razões ou não, gerou revolta aos seus proprietários. Estes questionam a medida do município, alegando que não chegaram ali e construíram. Dizem que para construírem as barracas naquele local lhes foram concedidas licenças, pela mesma edilidade que hoje entende de outra maneira e chega ali e põe-se a destruir o que antes autorizou. De acordo com os proprietários das barracas que falaram à nossa reportagem, o município destruiu as barracas sem dar tempo aos seus donos para se retirarem. "No início do presente mês, o município informou que devíamos libertar aquele espaço em Outubro próximo. Mas para a nossa surpresa, tudo mudou de repente, e a 23 de Junho passado fomos convocados para uma reunião, onde fomos informados que a retirada era imediata, pois a demolição das barracas seria ainda este mês", contou, lamentado um proprietário das barracas, neste caso a senhora Joana Francisco. Estas barracas agora já arrasadas tinham-se transformado em verdadeiras "discotecas" a céu aberto, durante as noites aos fins-de-semana. (António Frades) |
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