Negócios de Guebuza não param de crescer
Desta vez os canos estão virados para Sofala
Por Eurico Dança, na Beira*
A província de Sofala, Centro, registou um incremento de USD4 milhões de investimento directo nacional e estrangeiro, no primeiro semestre deste ano, onde os capitais da família de Armando Guebuza, actual Chefe de Estado, foram determinantes. Segundo fonte do Centro de Promoção e de Investimentos (CPI), durante o I semestre deste ano, Sofala registou um investimento de 27,5 milhões de dólares, contra 23,8 milhões de dólares alcançados no igual período do ano anterior. O valor de investimento alcançado no primeiro semestre deste ano foi a custa de 10 projectos submetidos àquele órgão criado pelo Governo para publicitar potenciais áreas de negócios em Moçambique.
Comparativamente ao igual período de 2006, o número de projectos submetidos ao CPI registou um incremento de 40 porcento. O economista Emiliano Bento Américo, delegado do CPI em Sofala, precisou que o crescimento registado em Sofala deveu-se à implantação de projectos com "investimentos altos". Guebuza determinante Disse que a entrada da Beira Grain Terminal, ligado ao sector de Transportes e Comunicações, com um investimento avaliado em pouco mais de 12 milhões de dólares, foi determinante. Ao que o SAVANA apurou, a Beira Grain Terminal tem como principais accionistas Valtentina Guebuza, filha do actual Chefe do Estado, Armando Guebuza, também empresário e acérrimo defensor do Black Economic Empowerement à moda moçambicana. Os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Cornelder de Moçambique são outros parceiros de Valentina Guebuza no negócio da Beira Grain Terminal. Com a escritura pública lavrada a 04 de Janeiro de 2007 em Sofala, a Beira Grain Terminal vai investir numa terminal de cereais a granel no Porto da Beira.
A Chipata Cotton Mozambique, ligado ao sector da indústria, com um investimento de 8.6 milhões de dólares, é apontado como tendo sido igualmente preponderante para o aumento do nível de investimento em Sofala.. Estes dois grandes projectos deverão abrir um total de 328 postos de trabalho. Deste universo, a empresa de Valentina Guebuza deverá proporcionar a abertura de 63 postos de trabalho, contra 265 do Chipata Cotton Mozambique. Outros projectos Segundo Américo, outro grande projecto é do Hotel VIP-Beira que deverá investir cerca de 2,9 milhões de dólares. A Shirimp Farming (aquacultura), avaliado em 1.8 milhão de dólares, e Ecocimento (construção civil), orçado em 1,1 milhão, destacam-se também na lista dos projectos considerados importantes que deram entrada naquele ponto do país.
Dados fornecidos pelo CPI indicam que o maior investimento da província de Sofala, nos últimos seis anos, registou-se em 2004, com a entrada dos indianos da Rites and Ircon International, concessionários da Linha Férrea de Sena. Este investimento atingiu cerca de 240 milhões de USD. Naquele ano, no ranking das províncias que atraíram o maior volume de investimento, Sofala ocupou a primeira posição. Em 2006, o investimento atingiu USD22,9 milhões, contra USD26,6 milhões (2005), USD7,5 milhões (2003) e USD24,1 milhões em 2002. Ambiente de negócios Contudo, Américo entende que o Governo tem vindo a criar um ambiente favorável de negócio no país, sobretudo em Sofala, o que resulta no aumento de investimentos quer nacional, como estrangeiro.
Apontou a instalação do CPI e o Balcão Único de atendimento, como sendo instituições que têm facilitado e simplificado os procedimentos burocráticos aos que pretendem instalar as suas empresas no país. O economista acredita que a entrada de novos investidores no país vai permitir que a produção interna aumente e, consequentemente, diminua os custos de operação, passando os consumidores a adquirir o produto nacional. Para ele, a falta de infra-estruturas como fontes de abastecimento da água, rede de energia eléctrica e vias de acessos são alguns dos factores que desencorajam a entrada de mais investidores. *e Redacção
Fonte:SAVANA
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