"Frelimização" das Forças Armadas é um erro muito grave |
- afirma Virgílio Evaristo Wanela, presidente da ADEMIMO |
Virgílio Wanela explica, entretanto, que "um militar não deve pertencer a nenhum partido político porque o seu juramento é feito ao serviço do povo moçambicano".
"Mesmo para servir o chefe do Estado é por uma questão de honra por este representar a bandeira nacional", afirma o interlocutor do «Canal de Moçambique».
Wanela mais adiante sublinhou que "o País encontra-se na situação em que todos nós conhecemos" e "o que temos visto é algo de anormal". Explicando melhor esta afirmação deu o "exemplo da primeira-ministra, Luísa Diogo, só para não citar o presidente da República, Armando Guebuza". "A verdade manda dizer que ela representa os símbolos nacionais, mas o que temos constatado é que quem olha para ela nota claramente que ela confunde as suas funções para o Estado e para o partido Frelimo", apontou Wanela.
"O seu preço"
"Com acontecimentos a seguirem um rumo como este, as mudanças que vão ocorrendo no País terão também o seu preço – tudo será conotado com a Frelimo porque até agora não se consegue distinguir a diferença, no Governo, entre servir o povo moçambicano e servir o partido no poder".
Por outro lado, Wanela, no seu diapasão diz que, embora "se note esta tentativa de se puxar as Forças Armadas para militarem no partido do batuque e da maçaroca, estou em crer que a Frelimo, talvez, pretenda saber quem é útil para a segurança do presidente da República", mas "se o tal «Questionário Confidencial» com perguntas a serem respondidas de forma obrigatória, evocando o nome do partido no poder é claramente dirigido aos membros da Casa Militar, que de princípio são apartidários, fica claro que há uma tentativa de se frelimizar o exército, o que não devia ser assim", frisa.
"Um possível golpe de Estado? – tenho dúvida"
Quando solicitado a comentar as declarações do Yaqub Sibinde que davam conta de que o «Questionário Confidencial» ilustrava que "em caso de alternância do poder – uma das características dominantes da democracia – poderia suceder um golpe de Estado pelo facto de as Forças Armadas estarem claramente revestidas pelas cores da FRELIMO", Virgílio Wanela disse ter dúvidas sobre a posição daquele político do «PIMO-Partido Independente de Moçambique». "Ele está sujo e procura assim diminuir a sujidade". Yaqub Sibinde tem tido posições muito controversas e de grandes elogios à política do actual chefe de Estado e do partido Frelimo. É hoje ridicularizado pela opinião pública pela colagem ao partido no poder e simultaneamente pretender continuar a fazer crer que é da oposição.
Dando réplica a Yaqub Sibinde sobre o «Questionário Confidencial», Virgílio Wanela disse: "No meu entender esse questionário não pode significar nenhuma eminência de golpe de Estado". E comenta: "Para isso acontecer tinha que haver descontentamento de alguns generais superiores que não quisessem continuar a agir conforme as ordens do chefe do Estado"
Questionado se pelo facto do questionário estar direccionado a altas patentes da Casa Militar isso pode revelar desconfiança nessas chefias, Wanela reconheceu que sim e sendo assim pode-se admitir que haja receios e que com o «Questionário Confidencial» se pretenda precaver de algo. "Mas um golpe de Estado isso pode ser difícil de suceder", vinca.
A terminar a fonte disse que "para que tal nem se quer se coloque é preciso que o presidente da República evite esse cenário da «Frelimização» das Forças Armadas".
Aos olhos do presidente da República, que é simultaneamente presidente do partido no poder, admite-se que haja receios pois desde que chegou ao poder o país testemunhou, sobretudo na capital onde está a sede do Estado, a acontecimentos caricatos e tão frequentes que a opinião pública já admite que os mesmos sejam para denegrir a governação a cargo de Armando Guebuza. Ao recordar tanta coisa que nunca antes aconteceu e que sucedeu e se repetiu ao longo dos seus dois anos e meio de governação, desde mortes, ferimentos e destruição de bens privados e militares causados por explosões de engenhos militares, assassinatos macabros dos agentes da PRM e até incêndios em instituições públicas, entre outras situações, os precisos termos do «Questionário Confidencial» fomentam a suspeita de receios que possam estar a ser sentido ao mais alto nível. Mas, o presidente da ADEMIMO (Associação do Deficientes Militares e Paramilitares de Moçambique), Virgílio Evaristo Wanela desvaloriza esse tipo de leituras e diz: "Não há necessidade de a Frelimo querer formar um Exército à parte porque os Acordos Gerais de Paz firmados em Roma, em 1992, rezam que deve haver um exército único".
Fonte:Canal de Moçambique
Need a vacation? Get great deals to amazing places on Yahoo! Travel.
Sem comentários:
Enviar um comentário