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quinta-feira, 30 de agosto de 2007

CICV assinala Dia Internacional dos Desaparecidos

Centenas de milhares de pessoas continuam desaparecidas em todo o mundo
O Comité Internacional da Cruz Vermelha assinala hoje, 30 de Agosto, o Dia Internacional dos Desaparecidos com críticas à comunidade internacional, por não fazer o suficiente para localizar as centenas de milhares de pessoas que estão desaparecidas em todo o mundo, em combate ou detidas secretamente ou secretamente executadas.
A Cruz Vermelha publicou um relatório realçando o que chama de tragédia oculta.
Um dos países citados no relatório é Angola, onde, cinco anos depois do fim da guerra, calcula-se que haja ainda acima de 23 mil desaparecidos.
Em declarações à BBC, o coordenador para a Comuniação do CICR, Narcelino Brinco, disse que a situação em Angola é preocupante.
Minas
Brinco citou a falta de recursos humanos, as dificuldades de deslocação, devido à extensão do território e à existência ainda de muitas minas anti-pessoais como os principais obstáculos para o trabalho da Cruz vermelha.
Citou igualmente as deslocações das populações, como um factor que dificulta a identificaçãode pessoas desaparecidas, nomeadamente crianças.
O Comité Internacional da Cruz vermelha é famoso pelo trabalho de encontrar pessoas desaparecidas durante guerras, mas mesmo o CICR não consegue dizer qual o número exacto de pessoas desaparecidas mundialmente., certamente centenas de milhares, provavelmente milhões.
A guerra na Bósnia terminou há 12 anos, mas mais de 13 mil pessoas continuamd esaparecidas, e por detrás de cada ficheiro há uma família à espera de saber se os seus entes queridos estão vivos ou mortos.
375 mil desaparecidos no Iraque
No Iraque, estimativas oficiais situam o número de desaparecidos em pelo menos 375 mil.
Pierre Kraehenbuhl, director de operações da Cruz vermelha, diz que o sofrimento dos familiares é imenso.
Sofrimento indizível
"Temos dados da morgue em bagdade, 20 mil corpos foram teransportado para a morgue desde o início de 2006, durante um período de 10 meses. Metades destes corpos não tinham identificação, e se multiplicarmos esses pelo número de familiares que continuam sem notícias, podemos fazer uma ideia de quantas pessoas enfrentam diariamente as incertezas desses desaparecimentos. E isso é muito, muito difícil de viver".
Não é apenas o desgosto e a incerteza. Sem confirmação de que os familiares estão mortos, as famílias podem viver anos na pobreza, sem acesso a pensões ou sem ditreito a vender propriedades.
Vítimas esquecidas
A Cruz Vermelha diz que à luz da lei internacional, as pessoas de facto não deviam desaparecer: as mortes em combate deviam ser registadas, os detidos registados e as famílias informadas.
Mas em muitos conflitos, isto não acontece.
Por isso no Dia Internacional dos Desaparecidos, a Cruz Vermelha apela a mais apoio aos que chama de vítimas esquecidas de conflitos, as famílias dos desaparecidos.
Porque a menos que eles obtenham notícias e a conclusão de que tanto necessitam, será difícil de atingir uma paz real e duradoura.
Fonte: BBC

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