"MOCAMBIQUE PARA TODOS,,

VOA News: África

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Perante uma “Justiça fragilizada”

Criminosos fazem agenda da Polícia
- garante Liga dos Direitos Humanos que defende que o MINT deve passar por profundas reformas
"Os bandidos surpreendem a policia, fazem a agenda da polícia e antes que os próprios policias entendam o que está acontecer as informações já estão a circular por toda a parte" – Custódio Duma jurista da Liga dos Direitos Humanos
 
A Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH) disse ontem em conferência de imprensa na Cidade de Maputo, que a onda de criminalidade que assola actualmente a cidade capital do país e a Matola é consequência da vulnerabilidade da própria Polícia associada ao enfraquecimento do Aparelho de Justiça.
Foram os últimos acontecimentos, mais precisamente o assassinato bárbaro de nada mais nada menos de cinco agentes de Polícia no espaço de uma semana que precipitaram esta reacção pública da LDH. "Os policias antes de mais, são cidadãos e filhos da nossa sociedade, são nossos irmãos, amigos, etc", e por via disso Custódio Duma sublinha que "uma tal perda constitui antes de tudo uma perda de pessoas que farão grande falta no convívio familiar a que pertenciam", lamenta a fonte que de seguida disse que caso os familiares dos agentes perecidos precisem de uma assistência jurídica a LDH "está de portas abertas".
Custódio Duma, que substituía na ocasião Alice Mabota disse que as razões da crescente onda de criminalidade não podem ser olhadas exclusivamente de um só ângulo, ou seja, a Policia. Para aquele jurista em representação da Liga dos Direitos Humanos, é preciso que se tenha em conta um conjunto de factores que fazem a sociedade. "A criminalidade tem também as suas condições sociais e económicas a que o povo moçambicano está votado", afirmou Duma numa clara alusão a pobreza extrema que caracteriza este povo sofrido, por vezes humilhado pela opulência vigente que caracteriza o «status quo» da «Nomenklatura».
Relativamente à perseguição e assassinato de agentes da Polícia, um fenómeno que ainda está por explicar por parte do Ministério do Interior, Duma não mostrou dificuldades de tecer o posicionamento da LDH e afirmou: "O descontentamento de certas alas da corporação, vinganças pessoais por actos violentos sofridos podem ser causas directas de crimes". Frisou de seguida que é fundamental reconhecer que "estamos perante uma situação de manifesta gravidade" e explica aquilo que constitui a opinião nos corredores do MINT: "o crime e os criminosos actuam no total descontrole da Policia e das autoridades".
Por outro lado, acrescenta a LDH, este cenário incaracterístico tem uma outra explicação: "os bandidos surpreendem a Polícia, fazem a agenda da Polícia e antes que os próprios policias entendam o que está acontecer, as informações já estão a circular por toda a parte". "Deste modo", sublinha Duma, "os criminosos ficam, a saber, quem está escalado, em que viatura e que tipo de operação será desencadeada".

LDH defende reformas no MINT

Para a Liga dos Direitos Humanos são "urgentes reformas muito sérias no Ministério do Interior". Para Duma não basta apenas movimentar os nomes naquele ministério. É urgente uma reforma. "Se em todas instituições são feitas reformas porque é que no Ministério do Interior, tal não sucede?", questionou a LDH pela boca de Duma.
Ainda de acordo com a LDH "não se pode nomear alguém por confiança partidária". "Deve-se nomear por confiança técnica", frisa a fonte em alusão ao alargamento da "frelimização" das instituições públicas.

"Polícia é também uma das profissões perseguidas tanto por falhados como por tarados, psicopatas e obcecados..."

Neste contexto de guerra contra o inimigo invisível, a LDH não se limitou a lamentar. Também fez um conjunto de recomendações para o país poder sair da crise em Maputo e Matola. "É preciso criar um programa de selecção de agentes policiais cada vez mais fortalecido sabendo que ser policia é também uma das profissões perseguidas tanto por falhados, como por tarados, psicopatas e obcecados pelo poder de decidir a situação dos outros", disse a fonte acrescentando que é ainda conveniente "transformar a ACIPOL em realmente uma academia de policia e não numa escola política ou faculdade de letras e ciências sociais. Para que dela saiam agentes capazes de combater o crime.", remata Duma.
A terminar, solicitado a tecer comentários relativamente ao pronunciamento do Ministro do Interior, José Pacheco dizendo que até Dezembro deste ano à situação da criminalidade irá conhecer significativa mudança, Duma foi peremptório: " a criminalidade não se vai combater com uma varinha mágica. Isto obriga-nos a pensar que ele quer usar uma fórmula mágica e não é com magia que se combate o crime". "São falácias!", concluiu Custódio Duma visivelmente inconformado com tal posicionamento do ministro José Pacheco.

Fonte:Canal de Moçambique

 M I R A D O U R O - bloge noticioso-MMVII



Yahoo! oneSearch: Finally, mobile search that gives answers, not web links.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Angola24Horas

Últimas da blogosfera

World news: Mozambique | guardian.co.uk

Frase motivacionais

Ronda noticiosa

Cotonete Records

Cotonete Records
Maputo-based group

Livros e manuais

http://www.scribd.com/doc/39479843/Schaum-Descriptive-Geometry