"O Afonso Dhlakama já perdeu eleições a mais e quando se perdem tantas eleições como ele perdeu, os adeptos perdem a esperança nele", disse Almeida Santos, numa entrevista em que falou dos 21 anos que viveu em Moçambique, que completa hoje 35 anos de independência.
Almeida Santos acredita que o líder da RENAMO "está gasto", mas duvida que Daviz Simango, dirigente do MDM, que disputa a Dhlakama à liderança da oposição, possa ser alternativa à FRELIMO, há 35 anos no poder.
Almeida Santos não esconde o orgulho que sente, quem esteve na base de decisões ligadas à história de Moçambique.
"Vivi lá 21 anos como advogado e adversário do regime (colonial), derrubado a 25 de abril de 1974). Fiquei sempre ligado à independência porque lutei por ela. Acabei por estar na base do Acordo de Incomati, que ele (Presidente Samora Machel) fez com a África do Sul", recordou.
Almeida Santos disse à Lusa que pediu ao então secretário do Estado norte-americano para os Assuntos Africanos, Chester Crocker, um documento escrito a apoiar o acordo.
"Depois falei com o (Roelof) 'Pik' Botha, ministro dos Negócios Estrangeiros da África do Sul e mais tarde com o Pieter Botha, que era o presidente (sul-africano)", salientou.
O Acordo de Incomati, assinado a 16 de Março de 1984, acabou com as acções de desestabilização sul-africana, enquanto o Congresso Nacional Africano, que protagonizava a luta de guerrilha e política contra o regime do apartheid, deixou de poder desenvolver actividades em solo moçambicano.
Almeida Santos antevê um futuro risonho e bem sucedido para Moçambique.
"Moçambique, a meu ver, vai ser um país próspero, porque tem condições agrícolas para isso. Tem muita água, muita energia, muito gás e tem, sobretudo, uma grande riqueza marítima", defendeu.
Ainda por cima, o actual chefe do Estado, Armando Guebuza, soma ao prestígio de ter sido um lutador pela independência e ter passado pela economia privada.
"É um indivíduo inteligente, passou pela economia privada, durante alguns anos dedicou-se ao sector económico, ganhou muito dinheiro, o que é muito bom. Ganhou muito dinheiro o que lhe dá independência económica e financeira, o que é importante num líder africano", frisou.
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(MiradourOnline)
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