A polícia moçambicana (PRM) em Manica, província do centro do país, deteve 20 somalis nas matas do distrito de Macossa, mas negou na última quinta-feira que o grupo tenha relação com a existência de eventuais campos de treino para terroristas no país, noticiou a agência Lusa. A existência desses campos foi referida pela Fundação NEFA (criada depois dos ataques a Nova Iorque, em Setembro de 2001, de luta contra o terrorismo) num relatório entregue ao Congresso norte-americano. Segundo a polícia moçambicana, os somalis detidos em Macossa, não muito distante do limite territorial com Tete, a província indicada pela NEFA como tendo campos de treinos, esperavam juntar-se a um outro grupo de 48 somalis, oriundos do Malawi, para seguirem para o Zimbabwe e África de Sul. "É uma especulação dizer-se que os indivíduos estariam envolvidos em campos de treino para fins obscuros. Este grupo aguardava juntar-se a outros para transitar para o Zimbabwe à procura de melhores condições de vida", disse à Lusa Pedro Jemusse, porta-voz do comando da PRM em Manica. Pedro Jemusse disse que parte dos 20 somalis detidos, incluindo uma mulher e oito jovens menores de 18 anos, pertencia a um grupo que a polícia havia detido e transferido para o centro de refugiados de Marretane, em Nampula, a segunda província moçambicana referenciada pela NEFA. Na operação em que o grupo de somalis foi detido, a polícia apreendeu duas viaturas, de uma empresa de aluguer de viaturas não identificada, que eram usadas para transportar os estrangeiros. A empresa foi sancionada com penas administrativas pelos serviços de Migração por transporte de estrangeiros ilegais, refere a Lusa. "Desse grupo (de detidos), havia alguns que fugiram do centro de refugiados para se juntar a este grupo que havia entrado no país, vindos do Malawi, e foram interceptados em Guro", disse Pedro Jemusse à Lusa, assegurando que "não há zonas identificadas como campos para qualquer tipo de treino". A alegada existência em Moçambique de campos de treino para terroristas, nomeadamente da Al-Qaida e Al-Shabaad, foi assunto com base num relatório entregue pela fundação NEFA ao Congresso norte-americano e tomado e publicado posteriormente pelo jornal sul-africano "Sunday Times". Na sua alegação, a fundação norte-americana disse que militares paquistaneses e somalis estão a dirigir campos de treino de terroristas nas províncias de Tete e Nampula, com o objectivo de realizar ataques na África de Sul durante o Mundial de Futebol, que começa na próxima sexta-feira, dia 11. (Redacção / Lusa) |
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