Particularmente, segundo o MINED, o Ensino Primário do 1º Grau é que regista índices baixos de aproveitamento, pese embora ter se beneficiado de grandes reformas que, basicamente, se cingiram na distribuição gratuita do livro escolar, afectação de recursos directamente às escolas, formação de professores e de gestores educacionais e incremento das acções de supervisão pedagógica, entre outras.
Dados tornados públicos ontem, indicam que o nível de rendimento escolar dos alunos, sobretudo no ensino geral, registou uma ligeira queda o ano passado, comparativamente aos anos precedentes. De acordo com o MINED, num período de cinco anos o máximo crescimento obtido no Ensino do 1º Grau foi de 13 porcento na 4ª classe. Na 1ª, 2ª e 3ª classe, no mesmo período, registou-se uma variação pouco significativa que oscilou entre oito a três porcento, tendo a 5ª classe conhecido uma regressão em termos de aproveitamento, na ordem de cinco porcento.
Para Manuel Rego, Director Nacional de Planificação e Cooperação e, simultaneamente, porta-voz do MINED, o fenómeno de baixo rendimento escolar constitui motivo de apreensão, pois gera elevado desperdício escolar. Ao que explicou, o fraco aproveitamento escolar foi registado na 5ª e 7ª classe, tendo a 10ª e 12ª classe, com exames finais, registado maior número de reprovações, e as classes sem exame conseguido obter maior rendimento escolar. O aproveitamento da 10ª classe nos últimos três anos tende a baixar, onde, só em 2009, metade dos alunos matriculados é que passou de classe. As reprovações são mais acentuadas nas províncias de Gaza, Maputo Província e Cidade, onde variam entre 14 a 19 porcento.
Manuel Rego explicou que os dados estatísticos analisados, respeitantes ao Ensino Secundário Geral, demonstram a existência de disparidades do rendimento escolar entre as diferentes classes, níveis e províncias, o que permite inferir que, nalguns casos, os processos de ensino e aprendizagem não são consentâneos.
Olhando para o curso nocturno, Rego explicou que continua a ser caracterizado por apresentar baixo rendimento escolar e altas taxas de desistência, comparativamente ao turno diurno. O curso nocturno é descrito como sendo o mais problemático, pois para além de apresentar índices mais baixos de aproveitamento, comparativamente com o diurno, apresenta, também, tendências marcadamente decrescentes, em termos de desempenho escolar. Desde 2007 que o aproveitamento neste nível tem estado a regredir, onde 58,8 porcento de todo o seu universo de matriculados logrou aprovar o ano passado.
No que tange ao ensino técnico profissional e vocacional, o porta-voz do MINED apontou que as taxas de rendimento escolar mais altas foram apuradas nos cursos agrários, quer do nível básico, como do nível médio. Os restantes ramos apresentam taxas de aproveitamento escolar preocupantes, onde as reprovação são altíssimas, com particular destaque para o curso nocturno.
Manuel Rego explicou que o subsistema de formação de professores continua a ser aquele que tem apresentado níveis altos de desempenho escolar dos formandos comparativamente aos restantes subsistemas. Com efeito, segundo o porta-voz, registou em 2009 uma taxa média de aproveitamento escolar de 92 porcento.
Para o Ministro da Educação, Zeferino Martins, os quadros do MINED devem redobrar esforços para contrariar esta tendência, sobretudo para valorizar o esforço e a eficácia do investimento que tem sido feito pelo Governo com vista à melhoria do ensino. Segundo ele, é preciso muitos aspectos, desde a planificação, inspecção até á supervisão, sobretudo ao nível dos distritos, como forma de garantir a perfeição que se quer no ensino.
Para hoje, o MINED e os parceiros vão discutir, de entre vários assuntos, a questão do livro escolar para o próximo ano e a contratação de pessoal docente e não docente para 2011.
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(MiradourOnline)
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