E acrescenta que vai continuar a apoiar o partido Frelimo, porque o seu dinheiro é ganho de “forma honesta e laboriosa”
Conforme o Canalmoz, O empresário moçambicano, presidente do grupo empresarial MBS, Mohamed Bachir Suleman, convocou uma conferência de imprensa, no início da noite de ontem, quarta-feira, para negar todas as acusações que pesam sobre si, que o apontam como “Barão da Droga”. O Departamento do Tesouro norte-americano aponta Bachir como um “grande chefe” do narcotráfico e de lavagem de dinheiro.
Bachir começou por condenar a atitude do Governo de Washington, tendo apelidado o acto de “difamação e calúnia” contra a sua pessoa, família e amigos. Disse que tudo o que está a ser dito a seu respeito é falso, porque nunca, na sua vida, se envolveu em negócios similares. Garantiu que apenas desenvolve “negócios honestos”.
“Nunca na minha vida me envolvi em narcotráfico, sempre fui empresário honesto e os meus negócios nunca estiveram ligados a este tipo de coisas”, disse.
Estou preparado para ir a qualquer tribunal
Bachir disse ainda que nunca foi informado anteriormente sobre o assunto. Diz que, do lado moçambicano, nenhuma entidade lhe comunicou alguma coisa sobre o assunto. Para Bachir, foi tudo uma surpresa. Bachir, que se diz inocente, alega estar preparado para ir a qualquer tribunal do mundo e provar a sua inocência em relação ao assunto. “Em qualquer tribunal vou provar que sou inocente”, disse.
Chamem a CIA ou a INTERPOL para investigarem os meus negócios
Bachir desafia o Governo de Washington a provar as acusações que faz, e diz que está tranquilo para se defender, porque, conforme afirma, é “inocente”.
Bachir desafia Obama a mandar agentes da Agência Central de Inteligência (CIA) ou da Polícia Internacional (INTERPOL) para investigar a sua vida e os seus negócios, que “nada vão encontrar”, assegura.
“Eu desafio as equipas de investigação mais sofisticadas do mundo a investigar a minha vida, porque eu, Mohamed Bachir Sulemane, empresário reconhecido moçambicano, não estou envolvido em qualquer tipo de tráfico de drogas”, disse, tendo acrescentado que nunca foi detido na vida, nem foi alvo de investigações.
Nunca fui aos EUA e não tenho bens lá
Visto que uma das medidas do Departamento do Tesouro dos EUA é congelar todas as contas e operações financeiras feitas naquele país por indivíduos considerados narcotraficantes, questionámos ao presidente do MBS se tinha algum património naquele país, ao que este respondeu: “Nunca fui aos Estados Unidos da América e não tenho investimentos lá. Não tenho contas bancárias nos Estados Unidos e, mais, nunca viajei para os Estados Unidos”, disse Bachir, que nega a pés juntos pertencer ao mundo do narcotráfico.
Bachir solicita audiência com a embaixadora dos EUA
Inconformado com a declaração do Governo norte-americano, Bachir diz que nada tenciona fazer neste momento, nem mesmo processar o Governo norte-americano pela alegada calúnia e difamação, mas já escreveu à Embaixada dos EUA, em Maputo, para falar com a embaixadora. Na carta, que o próprio empresário fez questão de ler, pede “uma audiência urgente em função da agenda da embaixadora”, na qual vai, de entre outras coisas, pedir provas do seu envolvimento no narcotráfico.
Bachir diz que os seus advogados estão a tratar de tudo de forma pormenorizada. Aliás, um dos advogados que vimos no gabinete de Bachir é o conhecido jurista moçambicano Máximo Dias, que defendeu Antenor Pereira, no caso Aeroportos de Moçambique e que foi deputado da Assembleia da República pelo MONAMO integrado na coligação Renamo-União Eleitoral, na última legislatura.
Os favores ao Governo
Mohamed Bachir já ofereceu equipamentos ao Governo moçambicano, com destaque para 50 motorizadas para a Polícia. Em função disso, começaram a circular comentários segundo os quais os produtos do MBS não eram inspeccionadas e não pagavam qualquer taxa. Questionado se o facto de os seus produtos terem sido apontados como “não inspeccionáveis nem fiscalizáveis” poderia contribuir para o tráfico de drogas, Bachir disse que tudo também é mentira e que sempre pagou à Kudumba, empresa que opera com os controversos “scanners” no porto de Maputo. Bachir diz que sempre honrou com os seus compromissos fiscais. Acrescentou que, por ser um empresário de “grande envergadura”, tem prós e contras e que tudo é uma campanha para manchar a sua reputação.
Vou continuar a apoiar a Frelimo
Visto que Mohamed Bachir é um dos grandes patrocinadores, senão mesmo o maior patrocinador em termos individuais do partido Frelimo, o Canalmoz perguntou ao empresário sobre o futuro dessa relação. Bachir disse que as acusações que pesam sobre si em nada vão afectar a relação com o seu partido, porque, até que o Governo dos EUA mostre provas, ele é inocente. O empresário diz que vai continuar a patrocinar o partido Frelimo com o seu dinheiro, porque é ganho de forma honesta e laboriosa.
“Não tem nada a ver. Eu vou continuar a apoiar os programas da Frelimo e a luta contra a pobreza, as relações continuam como sempre estiveram”, disse, para depois acrescentar que vai continuar a apoiar porque é o partido de que ele gosta, “assim como acontece no futebol, existem pessoas que gostam do Sporting de Lisboa e outras que gostam do Benfica”. E é assim que Mohamed Bachir Suleman também gosta do partido Frelimo.
(Matias Guente)
2010-06-03 09:28:00
Sem comentários:
Enviar um comentário