A demora na transferência da Escola Comercial "Mártires de Wiriamu" para as novas instalações está a afectar directamente a Universidade Católica, delegação de Tete, que partilha o mesmo espaço com a escola. O espaço pertence à Igreja Católica, e fora nacionalizado pelo Estado nos anos a seguir à Independência, mas, depois do Acordo Geral da Paz, o mesmo foi devolvido aos legítimos donos, por força de um acordo nesse sentido entre o Governo e a Igreja Católica. Só que, até ao presente momento, a direcção da escola ainda não cedeu por completo as instalações da Igreja para a UCM, facto que está dependente da transferência da Escola Comercial "Mártires de Wiriamu" (ver o artigo acima.) Em declarações ao Canalmoz, os estudantes da UCM acusam a Direcção da Educação de "sabotar a qualidade de ensino" naquela instituição de ensino superior. Por ter que partilhar as instalações com a Escola Comercial "Mártires de Wiriamu", a UCM funciona em condições inadequadas para leccionar e está sem biblioteca, auditório, e até chegam a ser leccionadas aulas em secretarias e gabinetes administrativos. Esta informação foi confirmada pela direcção da universidade, que remete a responsabilidade à Direcção da Educação, pela demora na concessão do espaço para o pleno funcionamento da delegação da UCM em Tete. O director da delegação da UCM em Tete, Albano Eliseu, diz que os problemas levantados são resultantes da morosidade da Direcção da Educação da província de Tete, em transferir a Escola Comercial "Mártires de Wiriamu" para outro espaço. "Nós, como UCM, não temos como interferir em assuntos ligados a instalações. A partir das nacionalizações do ensino, em 1975, este espaço, que pertencia à Igreja Católica, foi tomado pelo Governo, transformando-o em "Colégio de Tete", disse Eliseu, para explicar porquê a universidade funciona em instalações apertadas e obsoletas. "O Estado é dono disto, por isso o Governo é que tem a prerrogativa de decidir sobre as instalações da universidade", disse o director da UCM em Tete. Eliseu acrescentou que a instituição pediu ao Governo provincial de Tete para usar uma parte das instalações da Escola Comercial "Mártires de Wiriamu", pedido que foi aceite pelo Governo, mas com a condição de a "UCM reabilitar, para posteriormente usar". Neste momento, cinco salas da UCM, a paróquia e o terraço do edifício principal são instalações cedidas pelo Governo de Tete à UCM, numa primeira fase. "Em 2007, reabilitámos, e começámos com as aulas em 2008, leccionando os cursos de Economia e Gestão e Contabilidade e Auditoria", disse Eliseu, explicando que, no ano de 2008, a UCM negociou com a Direcção da Educação mais espaço, e em resposta aquela direcção disse que já estava a construir instalações novas, que até ao ano de 2009 estariam prontas, para transferir a Escola Comercial "Mártires de Wiriamu" e deixar o espaço para a UCM. Fazendo fé nas declarações da Direcção da Educação, a Igreja, proprietária da UCM, "preparou o projecto de reabilitação do espaço, para arrancar no ano 2009", mas isso "até agora ainda não sucedeu devido à demora do Governo em transferir a Escola Comercial 'Mártires de Wiriamu' e ceder o espaço à UCM". Esperançado em que, até ao início do ano lectivo de 2010, a UCM teria todo o espaço ao seu dispor, inscreveu mais de 600 estudantes, que actualmente já não têm como estudar nas poucas salas disponíveis. O projecto da reabilitação, segundo Eliseu, incluía a remodelação de algumas salas para servirem de biblioteca e auditório, espaços indispensáveis numa instituição de ensino superior, mas tudo ficou gorado, pois o espaço ainda está ocupado pela escola comercial. O director da delegação da UCNM em Tete diz que, devido à falta de cumprimento da promessa da Direcção da Educação local, de ceder, em definitivo, o espaço para a UCM, actualmente há aulas que são leccionadas nos gabinetes, devido à insuficiência das salas de aulas. (José Mirione) |
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