A agência angolana de noticias (ANGOP) citou ontem a Imprensa belga a dizer que os advogados da família Lumumba "vão apresentar hoje (ontem) uma acção judicial, acusando de crimes de guerra" os cúmplices da morte do ex-chefe do Governo, 49 anos depois da ocorrência dos factos.
A ANGOP apontou os jornais belgas "Le Soir" e "De Standaard" a referirem que os nomes dos belgas postos em causa ainda não são conhecidos, mas trata-se de personalidades políticas e militares ligadas ao antigo Congo-Leopoldville naquela época (RDCongo).
Esta iniciativa intervém numa altura em que o Congo-Kinshasa, que se tornou mais tarde Zaire, posteriormente, República Democrática do Congo (RDCongo), festejará a 30 deste mês o 50º aniversário da sua independência.
Durante a cerimónia da independência, em 30 de Junho de 1960, o então Primeiro-Ministro do Congo independente, Patrice Lumumba, tinha pronunciado um discurso considerado pelos europeus de virulento contra a política colonial belga.
Dois meses mais tarde ele foi exonerado. Joseph-Désiré Mobutu tomou o poder. Patrice Lumumba refugiou-se, sendo preso, torturado e assassinado em Janeiro de 1961.
Os queixosos apoiam-se nas conclusões de uma comissão de inquérito parlamentar belga de 2001 que tinha determinado a responsabilidade moral da Bélgica. O Governo havia apresentado as suas desculpas ao Congo.
Mas "tem de ir além da simples responsabilidade colectiva, por haver elementos, dos quais se deve responsabilizar individualmente", explicou um dos advogados da família, Christophe Marchand, ao jornal "Le Soir".
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(MiradourOnline)
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