Não passou um ano que outra nação, por sinal, a mais poderosa do mundo, os EUA, vieram ao terreiro, informar que em Moçambique existe um homem, que, à despeito do seu envolvimento com o regime do dia, se constituiu como um dos cinco perigosos 'barão de drogas' de África. Mohamede Bachir Sulemane (espero que seja esta a escrita mais acertada) foi identificado como um narcotraficante passeando a sua classe de o ser, sem que as autoridades de Moçambique o detenham de fazê-lo. Notícia arrasadora!
Ora bem, para além de todos termos sido informados por ele que a sua riqueza veio da venda de capulanas, hoje já se pode ver, e com certa descrença, uma cadeia luxuossísima de supermercados e bens acumulados pelo "empresário de sucesso" (como ele próprio se chama). Foi tanta "mola" que se colocou ao serviço de tão lucradíssimo negócio que até se deu a luxo de oferecer ao Presidente Armando Gubuza, uma caneta de ouro, um cachimbo, um canto da sua loja em seu nome (Guebuza square), uma loja da Frelimo, uma doação enorme para as campanhas recentes da Frelimo na Cidade de Maputo, Maputo Província e inevitavelmente na sua terra natal, Nampula. Foi?
Ainda assim, o despacho presidencial de Obama, indiciando Bachir por narcotráfico, chegou numa altura que aqui e acolá, se tem implantado engenhos explosivos (agora confirmados, pelo menos, o da Beira) tudo a levar a entender, que o narcotismo e o sindicato de crime estão de mão. Admira que, nem a explosões de Maputo (do motoqueiro) nem o da Beira, o Presidente da República não tugiu nem mugiu, levando-os a crer o ambiente de grandes crispações internas, entre os dragões do 25 de Setembro e os 'reformistas' no seio dos Camaradas.
E mais, nos últimos meses há notícias que dão conta de um crescendo no uso de Moçambique como um corredor de droga para a Europa e África do Sul. Não vimos nenhuma acção concreta que seja por parte do governo da Frelimo com vista a 'atacar' o problema. Pelo contrário, lançam-se em discursos arrogantes contra às evidências e, quando encostados, refugiam-se na falta de meios. O mais certo, é que toda a costa moçambicana está exposta ao narcotráfico. Nele há certamente conivência do 'peixe graúdo' que pode passar por cima dos seus próprios 'cadáveres' para aceder a riqueza.
O que se pode compulsar destes macabros acontecimentos, durante a vigência do regime do Presidente Armando Guebuza, não passa ainda de ponta de icebergue. Por que no, final das contas, podemos dizer que Bachir não age/agiu sozinho, as explosões não vêm por acaso, a vulnerabilidade da costa moçambicana não é obra alheia. Isto tudo tem donos e seu móbil. Mas a pergunta que ficará sempre no imaginário dos moçambicanos é: Será possível enriquecer a partir da venda de capulanas ou venda de patos? A resposta é simples: Não.
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