MARCO DO CORREIO
Por Machado da Graça
Bom dia, António
Como estás tu, meu bom amigo? Do meu lado tudo bem, felizmente.
Mas constatando que os tempos estão a mudar. “The times, they are a´changing” cantava o Bob Dylan, há muitos anos , lembras-te? e o mesmo deve ter dito, há dias, o nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros ao receber a carta da embaixadora da Suécia em Maputo.
É que, desta vez, não se tratava de uma daquelas cartas cheias de expressões muito diplomáticas, que os embaixadores costumam mandar, mesmo nas situações mais difíceis. Desta vez a Embaixada da Suécia escreveu a exigir a devolução dos cerca de 13,3 milhões de meticais com que aquele país contribuiu para o desenvolvimento do Niassa, e que foram usados ilicitamente e com outras irregularidades potencialmente fraudulentas, em 45 transacções.
Por Machado da Graça
Bom dia, António
Como estás tu, meu bom amigo? Do meu lado tudo bem, felizmente.
Mas constatando que os tempos estão a mudar. “The times, they are a´changing” cantava o Bob Dylan, há muitos anos , lembras-te? e o mesmo deve ter dito, há dias, o nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros ao receber a carta da embaixadora da Suécia em Maputo.
É que, desta vez, não se tratava de uma daquelas cartas cheias de expressões muito diplomáticas, que os embaixadores costumam mandar, mesmo nas situações mais difíceis. Desta vez a Embaixada da Suécia escreveu a exigir a devolução dos cerca de 13,3 milhões de meticais com que aquele país contribuiu para o desenvolvimento do Niassa, e que foram usados ilicitamente e com outras irregularidades potencialmente fraudulentas, em 45 transacções.
Que eu me recorde, nunca antes isto tinha acontecido. Antes, quando
aconteciam coisas deste género, havia avisos, ameaças veladas de cortar a
cooperação e, uma ou outra vez, algumas frases mais zangadas. Agora
exigir o dinheiro de volta, não me lembro de alguma vez ter acontecido.
Mas está a acontecer agora e o nosso Governo não tem muito por onde fugir. A Embaixada Sueca mandou fazer duas auditorias e os factos vieram ao de cima: Obras pagas mas que nunca foram realizadas, produtos e serviços pagos mas não entregues nem prestados.
Onde vai o Governo buscar esse dinheiro para devolver aos suecos?
Se estivéssemos num outro tipo de Estado, o Governo ia buscar o dinheiro àqueles que o receberam fraudulentamente. Como estamos em Moçambique, muito provavelmente vai buscar aos bolsos colectivos de todos nós. Serão mais alguns benefícios públicos de que não iremos beneficiar tão cedo.
Mas é bom que isto comece a passar-se desta forma para ver se os nossos governantes passam a ter medo das consequências dos atropelos à legalidade que praticam ou que permitem que os seus subordinados pratiquem impunemente.
Os meus aplausos, pois, à Embaixada da Suécia e os meus agradecimentos por mais este favor que está a fazer ao nosso país.
Se os nossos parceiros tivessem começado a fazer isto há muitos anos, talvez não tivéssemos chegado ao ponto a que chegámos hoje.
Um abraço para ti do
Machado da Graça
CORREIO DA MANHÃ – 20.07.2012
Mas está a acontecer agora e o nosso Governo não tem muito por onde fugir. A Embaixada Sueca mandou fazer duas auditorias e os factos vieram ao de cima: Obras pagas mas que nunca foram realizadas, produtos e serviços pagos mas não entregues nem prestados.
Onde vai o Governo buscar esse dinheiro para devolver aos suecos?
Se estivéssemos num outro tipo de Estado, o Governo ia buscar o dinheiro àqueles que o receberam fraudulentamente. Como estamos em Moçambique, muito provavelmente vai buscar aos bolsos colectivos de todos nós. Serão mais alguns benefícios públicos de que não iremos beneficiar tão cedo.
Mas é bom que isto comece a passar-se desta forma para ver se os nossos governantes passam a ter medo das consequências dos atropelos à legalidade que praticam ou que permitem que os seus subordinados pratiquem impunemente.
Os meus aplausos, pois, à Embaixada da Suécia e os meus agradecimentos por mais este favor que está a fazer ao nosso país.
Se os nossos parceiros tivessem começado a fazer isto há muitos anos, talvez não tivéssemos chegado ao ponto a que chegámos hoje.
Um abraço para ti do
Machado da Graça
CORREIO DA MANHÃ – 20.07.2012
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