Numa visita de três dias.
A
Coreia do Sul pretende instalar no país uma empresa de prospecção e
exploração de gás natural para abastecer o mercado asiático. Em troca,
Moçambique espera ganhos na área da ciência e tecnologia.
Não
podia ser outra coisa, senão o gás: este é o grande interesse que move o
primeiro-ministro da Coreia do Sul, Kim Hwang-Sik, a deslocar-se a
Moçambique para um encontro de negócios com as autoridades moçambicanas,
representadas pelo Ministério da Energia, com envolvimento directo dos
técnicos da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos - ENH.
A visita é de três dias e a agenda é de negócios, em particular.
Assim,
o governante sul-coreano chegou na manhã de ontem a Maputo, naquela que
constitui a sua primeira visita de trabalho ao país.
Com
as recentes descobertas de gás na bacia do Rovuma e os trabalhos de
prospecção deste minério, a Coreia do Sul não ficaria alheia. Na
verdade, aquele país faz parte da estrutura accionista da empresa
italiana de hidrocarbonetos - ENI, (com 10 por cento de acções) através
da empresa sul-coreana, KOGAS. mas também porque pretende se envolver,
directamente, na pesquisa do minério.
A
razão é simples: com a Europa controlada pela Rússia na produção de gás
e a Ásia pelo Irão e outros colossos, a Coreia do Sul não tem outra
manobra do que direccionar os seus investimentos para outros destinos:
África e, em particular, Moçambique.
Com
o alerta das britânicas BP e Shell, de entrar na corrida pelo gás em
Moçambique, para além das mais de sete companhias já no terreno, a KOGAS
não ficaria para atrás.
Mas
os interesses da Coreia do Sul em Moçambique não são de hoje. Em 2010,
uma missão empresarial da Coreia do Sul, liderada pelo então
vice-ministro do Conhecimento Económico, Young Jun Park, visitou
Moçambique para identificar possíveis áreas de investimentos no país.
Estiveram no país representantes de 20 empresas de diversos ramos,
incluindo de hidrocarbonetos, tecnologias de informação e comunicação e,
por fim, de recursos minerais. Uma dessas empresas foi a própria KOGAS,
o maior comprador de gás natural líquido e único vendedor de gás a
retalho na Coreia do Sul.
«O País»
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