Usando a Polícia de Investigação Criminal
“Fui
detido na 2ª Esquadra sem justa causa. Obrigaram-me a entregar os meus
três endereços electrónicos, meus números de telefones, incluindo o do
meu pai. Na semana passada, a PIC elaborou uma notificação e está a
minha procura”- Carlos Benildo Machava, presidente da liga juvenil do MDM.
Inhambane
(Canalmoz) – O partido Frelimo, na cidade Inhambane, é acusado de
perseguir membros do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Carlos
Benildo Machava, presidente da liga juvenil desta formação política
conta que está a ser perseguido por agentes da Polícia de Investigação
Criminal (PIC).
“Estou
a sofrer perseguição da Frelimo. Um dos mentores é o primeiro
secretário da Frelimo em Inhambane, Felisberto Machava”, disse. Afirmou
que durante a campanha eleitoral das eleições intercalares, houve
escaramuças e estava lá o 1º secretário da Frelimo. Este conhece-o de
nome e de casa pelo que terá facilitado os dados para que a PIC o
localizasse.
Felisberto Machava, primeiro secretário da Frelimo é familiar do chefe da Liga da Juventude do MDM em Inhambane.
Perca de emprego no Estado
O
jovem Carlos Machava, de 22 anos, conta que a sua filiação no MDM lhe
custou o emprego no Centro de Processamento de Recursos Digitais (CPRD),
uma instituição subordinada ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
“Quando
fui visto a fazer alguns trabalhos partidários ao serviço do MDM nas
eleições intercalares da cidade de Inhambane, algumas pessoas ligadas ao
partido Frelimo foram pressionar a direcção do CPRD para me mandar
embora”, disse. Recorda que depois das eleições intercalares foi
capturado no serviço sem mandato de captura nem notificação. Explica que
fez o curso de informática naquele centro, mas porque as suas notas
foram das melhores, recebeu um convite para que passasse a ingressar na
instituição.
Escola Secundária Emília Daússe
Carlos
Machava conta que se filiou ao MDM em 2009, na altura estudante da 12ª
classe, na Escola Secundária Emília Daússe. “A partir daí os meus passos
passaram a ser controlados. Em 2009 criei um núcleo de estudantes e uma
parte de alunos que viviam no Centro Internato era do MDM. O chefe do
Centro, Abdul Carimo, e o responsável do sector de nome Paulo, para
investigarem o assunto vieram ter comigo e disseram: se continuar metido
com a oposição não vai sair da Emília Daússe”.
Machava
conta depois que passado algum tempo foi “chamado pela direcção da
escola e advertido a deixar de fazer politiquices na escola”. “Mas eles,
desde o director da escola até ao chefe do Internato, nunca esconderam
que estão filiados ao partido no poder”.
“Não
respondi nada, mas isto acabou tendo repercussões nas notas. Fui
reprovado e até hoje ainda não conclui a 12ª classe”, conta.
Entrega de cartões
O
líder juvenil do MDM na cidade Inhambane observa que no mês passado
houve entrega oficial de cartões. “A partir daí a Polícia de
Investigação Criminal (PIC), elaborou uma notificação”. “A PIC está a
minha procura desde semana antepassada”.
Carlos
Machava queixa-se também das acções do comandante da Polícia Municipal
que ordenou a retirada das bandeiras do MDM ao longo da estrada que liga
a cidade de Inhambane ao distrito de Jangamo.
“Quando procurámos saber as razões, devolveram as nossas bandeiras”, conclui. (Cláudio Saúte)
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