Dhlakama reunido com militares em Mocuba
Raul Domingos veio a público defender que é falacioso que o Acordo Geral da Paz (AGP) já esteja esgotado. “O AGP não é apenas a letra, mas também o espírito, esse ainda não esgotou!”
Os últimos discursos de Afonso Dhlakama provocaram reacções nos mais variados círculos de opinião, desde o partido no poder até aos extra-parlamentares.Afonso Dhlakama esteve reunido com os seus militares no distrito de Mocuba, na Zambézia, onde deixou claro que não vai recuar na sua intenção de criar quartéis em todo o país para, alegadamente, pagar com a mesma moeda pelo facto de a Frelimo ter reformado compulsivamente os seus militares.
Entretanto, o líder da Renamo tranquilizou a todos afirmando que a decisão da Renamo não tem em vista perigar a paz, mas, sim, controlar os seus militares, já que, alegadamente, o Ministério da Defesa, obedecendo ao seu Comandante em Chefe, Armando Guebuza, marginalizou os militares oriundos das bases da Renamo.
O encontro de Mocuba, entre Dhlakama e seus militares, tinha, segundo o próprio Dhlakama, apenas um objectivo: “aceitar o pedido dos guerrilheiros de lhes criar quartéis do Rovuma ao Maputo, munidos de todo o tipo de material de guerra, desde armas até canhões para a destruição dos comunistas da Frelimo”, tudo visando defender a democracia.
Em Mocuba, Dhlakama disse ainda que, se a ideia dos quartéis incomoda tanto a Guebuza, este pode procurar o líder da “perdiz” para negociar e, se chegarem a um entendimento, Dhlakama poderá ponderar e quiçá recuar.
Dhlakama está desorientado!?
As declarações de Afonso Dhlakama, segundo as quais Guebuza deve procurá-lo para negociar, incomodaram sobremaneira o porta-voz da Frelimo, Edson Macuácua. Contactado pelo “O País”, Macuácua diz que Afonso Dhlakama está desorientado. Macuácua cita duas razões: Primeiro, Afonso Dhlakama, por ser o segundo candidato mais votado nas eleições de 28 de Outubro de 2009, é, por inerência, membro do Conselho de Estado. Neste órgão, Dhlakama tem a esmeralda oportunidade de conversar com o presidente da República;
Segundo, Macuácua refere que no início deste mandato, Armando Guebuza teria convidado, para um almoço, os dois co-concorrentes às eleições - Afonso Dhlakama e Daviz Simango -, porém, apenas o último compareceu.
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