Militares da Força Aérea confiscam máquina fotográfica de jornalista
Dois oficiais da Força Aérea de Moçambique confiscaram ontem, por volta das 09 horas, a máquina fotográfica de um fotojornalista do matutino oficioso, “Notícias”.
Dois oficiais da Força Aérea de Moçambique confiscaram ontem, por volta das 09 horas, a máquina fotográfica de um fotojornalista do matutino oficioso, “Notícias”.
César Bila encontrava-se a desenvolver uma reportagem fotográfica na sequência da explosão de engenhos militares ocorrida horas antes à entrada do Comando da Força Aérea, em Maputo, e quando estavam a ser transportados por um camião. Um comunicado do «Misa-Moçambique» enviado a nossa redacção dá conta de tal facto. Segundo a nota informativa, gentilmente enviada pelo Oficial de Informação e Pesquisa do MISA, Ericino de Salema, os oficiais militares arrancaram o instrumento de trabalho do fotojornalista César Bila em plena Estrada Nacional número um (EN1), na zona do Bairro de Inhagóia, na Cidade de Maputo, onde este se encontrava a reportar o pânico que se gerou logo após a citada explosão. “No quadro do que estava a cobrir, fotografei os militares que estavam a recolher estilhaços na EN1. Enquanto prosseguia com o meu trabalho, sem entrar no quartel, eis que dois oficiais militares, que estavam na companhia de dois agentes da polícia civil armados, arrancam-me a minha máquina, alegando que aquele acontecimento não podia ser fotografado”, contou César Bila ao MISA-Moçambique.
Depois de se apropriarem da máquina fotográfica, os oficiais militares entraram no quartel da Força Aérea, tendo César Bila os seguido, para reclamar o seu instrumento de trabalho. Já no interior do quartel, os dois soldados apresentaram-se a um comandante militar que se encontrava em serviço, tendo-lhe explicado o que acabava de suceder. O referido comandante nada fez senão devolver a máquina, sem eliminar as fotos. “O MISA-Moçambique condena veementemente o sucedido, dado que tal representa um verdadeiro atentado à liberdade de imprensa, exercida sobre alvos não cobertos nem pelo instituto do segredo do Estado ou do segredo de justiça, ou cuja divulgação colocasse em causa a segurança pública” refere o documento que estamos a citar.
“O MISA-Moçambique volta a apelar a todos os sectores da sociedade, incluindo às Forças de Defesa e Segurança, no sentido de colaborarem pacificamente com a actividade dos jornalistas, no legítimo interesse de manter o público devidamente informado sobre factos e acontecimentos de interesse geral, pois aquele profissional viu-se impossibilitado de desenvolver o seu trabalho”, conclui o «Misa-Moçambique».
Fonte: Canal de Mocambique
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