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VOA News: África

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Quando em missão de serviço do seu jornal

Militares da Força Aérea confiscam máquina fotográfica de jornalista
Dois oficiais da Força Aérea de Moçambique confiscaram ontem, por volta das 09 horas, a máquina fotográfica de um fotojornalista do matutino oficioso, “Notícias”.
César Bila encontrava-se a desenvolver uma reportagem fotográfica na sequência da explosão de engenhos militares ocorrida horas antes à entrada do Comando da Força Aérea, em Maputo, e quando estavam a ser transportados por um camião. Um comunicado do «Misa-Moçambique» enviado a nossa redacção dá conta de tal facto. Segundo a nota informativa, gentilmente enviada pelo Oficial de Informação e Pesquisa do MISA, Ericino de Salema, os oficiais militares arrancaram o instrumento de trabalho do fotojornalista César Bila em plena Estrada Nacional número um (EN1), na zona do Bairro de Inhagóia, na Cidade de Maputo, onde este se encontrava a reportar o pânico que se gerou logo após a citada explosão. “No quadro do que estava a cobrir, fotografei os militares que estavam a recolher estilhaços na EN1. Enquanto prosseguia com o meu trabalho, sem entrar no quartel, eis que dois oficiais militares, que estavam na companhia de dois agentes da polícia civil armados, arrancam-me a minha máquina, alegando que aquele acontecimento não podia ser fotografado”, contou César Bila ao MISA-Moçambique.
Depois de se apropriarem da máquina fotográfica, os oficiais militares entraram no quartel da Força Aérea, tendo César Bila os seguido, para reclamar o seu instrumento de trabalho. Já no interior do quartel, os dois soldados apresentaram-se a um comandante militar que se encontrava em serviço, tendo-lhe explicado o que acabava de suceder. O referido comandante nada fez senão devolver a máquina, sem eliminar as fotos. “O MISA-Moçambique condena veementemente o sucedido, dado que tal representa um verdadeiro atentado à liberdade de imprensa, exercida sobre alvos não cobertos nem pelo instituto do segredo do Estado ou do segredo de justiça, ou cuja divulgação colocasse em causa a segurança pública” refere o documento que estamos a citar.
“O MISA-Moçambique volta a apelar a todos os sectores da sociedade, incluindo às Forças de Defesa e Segurança, no sentido de colaborarem pacificamente com a actividade dos jornalistas, no legítimo interesse de manter o público devidamente informado sobre factos e acontecimentos de interesse geral, pois aquele profissional viu-se impossibilitado de desenvolver o seu trabalho”, conclui o «Misa-Moçambique».

Fonte: Canal de Mocambique

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