Apenas na presidência da Frelimo
Maputo
(Canalmoz) – No encerramento da VII Sessão Ordinária do Comité Central
do Partido Frelimo, na noite de ontem na Matola, o secretário-geral do
partido confirmou o que há muito tinha anunciado: Guebuza será o único
candidato à sua própria sucessão na presidência do partido Frelimo.
Filipe
Paúnde disse que pelo desempenho positivo que Guebuza teve à frente do
partido, não havia outra alternativa que não fosse a sua recandidatura.
Segundo Paúnde, a candidatura de Guebuza foi proposta pelo Comité
Central e aceite por unanimidade pelo Comité Central e pelo própria
candidato.
Não
houve outro concorrente. No congresso a ter lugar entre 23 e 28 de
Setembro deste ano, em Pemba, Guebuza será confirmado como único
candidato à sua própria sucessão na presidência do partido.
Armando
Guebuza, presidente da Frelimo vinha insistindo na “renovação na
continuidade” – uma Máxixa de Marelo Caetano – o último português a
governar Portugal – defendendo ser um mecanismo de geração de novas
estratégias para enfrentar com sucesso, os desafios da actualidade.
«O
principio de renovação na continuidade é a formula perfeita para
combinar duas oportunidades no processo de desenvolvimento: o de
injecção de sangue novo aliado a experiência e maturidade» referiu o
presidente Frelimo, agora aprovado como candidato único à sua própria
sucessão.
«O
princípio de constante renovação na continuidade, permite que
experiências geradas no passado sejam valorizadas, criando as condições
em que todos ganhamos o sentido do que somos e podemos ser, a partir do
que fomos, do fizemos e do que queremos fazer» insistiu Guebuza, dando a
entender a sua intenção de querer se manter na liderança, através do
partido, ainda que abdique da Presidência da Repúbliva
O plano de Guebuza para o futuro
Ao
garantir a continuidade na presidência do partido Frelimo, Armando
Guebuza espera continuar a controlar o poder estatal mesmo sem estar na
presidência da República. O plano do actual chefe do Estado é pôr Aires
Ali a concorrer à a presidência da República como candidato da Frelimo.
Na eventualidade de ser eleito Aires Ali, Guebuza irá, então
telecomanda-lo através da presidência do partido.
Segundo
os estatutos da Frelimo, o presidente do partido Frelimo é que dirige a
comissão política, enquanto o presidente da república, se for deste
partido, é membro simples deste órgão, sem direito a voto. Porque todas
as decisões de governação da Frelimo partem da comissão política, assim
estarão criadas as condições para a subordinação do Presidente da
República ao presidente do partido Frelimo.
Assim,
a se confirmar o plano de Guebuza, ele irá continuar a presidir o
partido Frelimo e por inerência a Comissão Política, enquanto Aires Ali
irá presidir a República e sendo subordinado de Guebuza na comissão
política. Este é o plano que foi cimentado com a confirmação da
candidatura exclusiva de Guebuza à sua própria sucessão na presidência
do partido.
Oposição interna
Este
plano de Guebuza não colhe consenso dentro do partido. Há altos quadros
partidários inconformado em ver Guebuza a se manter no poder. Por isso
sabe-se que prepara-se oposição a Aires Ali, como candidato preferido
pelo Chefe do Estado. E caso seja eleito outro candidato da ala
contrária a da Guebuza, o chefe do Estado não irá obedecer as instruções
de Guebuza. Mas também o chefe do Estado a sair das eleições
presidenciais de 2014, pode ser doutro partido que não seja Frelimo. (Bernardo Álvaro e Borges Nhamirre)
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