À presidência da Frelimo
Tem
hoje início a última sessão do Comité Central da Frelimo a ser dirigida
pelo actual elenco presidido por Guebuza. A próxima sessão será depois
do X Congresso e com nova direcção
Maputo
(Canalmoz) – O Comité Central do partido Frelimo reúne-se a partir de
hoje, quinta-feira, dia 23 de Agosto, até ao próximo domingo dia 26, na
cidade da Matola, capital da província de Maputo, na sua VII sessão
ordinária no âmbito da preparação do X Congresso a ter lugar de 23 a 28
do próximo mês de Setembro, na cidade de Pemba, capital da província de
Cabo Delgado, que faz fronteira com a Tanzania. O tema da sucessão na
presidência do partido continua a ser o topo da agenda para a opinião
pública que quer saber quem irá enfrentar “o todo poderoso” Armando
Guebuza. Tudo indica que há concorrentes ao “candidato natural”, mas
eles continuam sem se revelar, pelo menos publicamente.
O
secretário do Comité Central para a Mobilização e Propaganda e porta-voz
da Frelimo, o deputado Edson Macuácua, convocou na manhã de ontem uma
Conferência de Imprensa para dizer que a referida sessão ordinária que
será dirigida pelo presidente daquela formação política, Armando
Guebuza, vai ser a última do mandato da actual direcção do partido.
Edson
Macuácua anunciou que “esta sessão é fundamental para preparar o X
Congresso”. Acrescentou que da agenda desta VII sessão ordinária do
Comité Central, que vai ter lugar na Escola do Partido Frelimo, se
centrará na discussão e aprovação da proposta da agenda do X Congresso.
“Isso
significa que esperamos a partir desta VII sessão, termos aprovada a
proposta concreta dos pontos que vão corporizar a proposta da agenda
para o décimo congresso”, disse o porta-voz do partido Frelimo.
Ainda
de acordo com Macuácua, nesta sessão o CC vai debruçar-se sobre a
proposta de relatório do Comité Central ao X Congresso, que constitui o
documento que faz a radiografia da situação actual do País e o balanço
das conquistas e realizações do partido Frelimo.
O
programa da Frelimo que cuja execução vai a análise foi aprovado no nono
congresso, tendo passado a manifesto eleitoral do partido nas últimas
eleições gerais e consequentemente foi convertido em Programa Quinquenal
do Governo e operacionalizado em programa económico e social.
O
porta-voz Edson Macuácua disse ser necessário que terminado o quinquénio
depois do nono congresso se efectue o balanço “para aferir as
realizações, os ganhos, as conquistas resultantes da implementação do
programa do partido aprovado pelo nono congresso”.
Com
isso o Partido Frelimo, segundo o seu porta-voz, pretende definir as
linhas de orientação e de actuação para os próximos cinco anos.
Ainda
na sessão que começa hoje, o Comité Central, de acordo com Macuácua,
vai-se debruçar sobre o regimento do congresso que constitui o
instrumento que regula a organização e o decurso dos trabalhos que irão
decorrer em Pemba.
Edson
Macuácua adiantou igualmente que constitui agenda da reunião que hoje
se inicia, a discussão de “eventual proposta de revisão ou actualização
dos estatutos e do programa do partido com base nas contribuições
emergentes no debate amplo das teses do X Congresso e das recomendações
da oitava conferência nacional de quadros e de outras sessões de órgãos
da Frelimo”.
Macuácua
esquivou-se a falar sobre as eventuais candidaturas contra o actual
presidente do partido, Armando Guebuza, alegando não se poder antecipar
ao “órgão competente”.
Candidatos continuam no “segredo dos deuses”
Questionado
pela Reportagem do Canalmoz se havia nomes de membros que tenham já
manifestado interesse em concorrer ao cargo de presidente da Frelimo, o
porta-voz respondeu: “Não podemos adiantar nomes porque a sessão não
vai tratar disso”.
Serve
de referência lembrar que nos finais de Julho deste ano, o
ex-presidente da Assembleia da República e membro da Comissão Política,
Eduardo Mulémbwè, dissera em resposta ao Canalmoz que “nos finais de
Agosto o Comité Central vai tomar a sua posição em relação a esses
assuntos”. Candidatos, entenda-se. Mulémbwè consta dos nomes da Frelimo
que se julga presidenciáveis.
“Não
temos a missão de apresentar propostas para candidatos a presidente do
partido ou quaisquer outros órgãos centrais do partido”, respondeu
Mulémbwè, concluindo que “em momento próprio, sendo sua missão, o Comité
Central, que se vai reunir em finais de Agosto próximo, irá tomar a sua
posição em relação a esses assuntos, sendo por isso que aguardemos com
serenidade e paciência essa decisão, apesar de sabermos que há muita
sêde de se querer saber o que há e o que vai acontecer”.
Mulémbwè
advertiu que “se a Frelimo quiser continuar a ter maior peso, é
obrigatório ter dirigentes com clareza”. Acrescentaria que “a eleição de
órgãos e dirigentes é grande e pesada responsabilidade que todos nós
(Frelimo) vamos ter, porque se queremos que a Frelimo continue a ter
maior peso, mais presença e sobretudo para que preste melhores serviços à
comunidade moçambicana, é necessário e obrigatório que tenhamos quadros
e dirigentes com clareza, com visão, com determinação para que
efectivamente os nossos desafios sejam transformados em bem-estar”.
Revisão dos estatutos e programas
Sobre
os pontos que poderão ser revistos nos estatutos, Edson Macuácua
respondeu à nossa Reportagem que “neste momento não podemos adiantar
pontos das questões que podem ser objecto da revisão dos estatutos e
programa, para não nos anteciparmos às discussões do órgão competente
sobre a matéria”.
“Mas
no decurso da sessão do Comité Central nós vamos dar a conhecer aquilo
que são as eventuais propostas de revisão dos estatutos e programas do
partido, em função das contribuições que serão apresentadas de acordo
com o contexto político, económico, social e cultural actual o país”,
afirmou o porta-voz do Partido liderado por Armando Guebuza.
“O
que eu posso adiantar não se trata de mudança dos estatutos e do
programa. Trata-se mesmo de revisão para adequação, contextualização da
dinâmica política, económica, social, cultural, os valores estruturantes
fundamentais do partido, por aquilo que são os debates”, acrescentou
Edson Macuácua, concluindo que “se trata mesmo da revisão para a
continuidade”. (Bernardo Álvaro)
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