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VOA News: África

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Crise zimbabweana tem sido exagerada pelos media - considera Mwanawasa

O PRESIDENTE da Zâmbia disse sábado na capital do seu país que "a SADC sente que os problemas do Zimbabwe têm sido exagerados pelos media" e que aquele país será capaz de resolver a sua crise.
 Falando no final da 27ª cimeira de chefes da Estado e de Governo da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), que decorreu em Lusaka na quinta e sexta-feira, Levy Mwanawasa disse ainda que os líderes dos 14 países da região ficaram "bastante satisfeitos" com o relatório relativo ao Zimbabwe apresentado na cimeira pelo presidente da África do Sul, Thabo Mbeki.
Mwanawasa, que detém a presidência rotativa da organização regional, comparou recentemente a situação no Zimbabwe ao "Titanic a afundar-se", mas depois de uma reacção desagradável do presidente zimbabweano acabaria por retratar as suas declarações, manifestando apoio a Robert Mugabe e ao seu governo.

O relatório preparado pelo chefe de Estado da África do Sul, elaborado na sequência de contactos com o governo de Harare e com o Movimento para a Mudança Democrática (MDC, na oposição), foi entregue à SADC, que o havia encomendado, sexta-feira, para análise.

Em declarações sexta-feira à comunicação social na capital zambiana, Thabo Mbeki referiu que "oposição e governo do Zimbabwe continuam envolvidos em negociações com base numa agenda acordada mutuamente".

Para Mbeki, as negociações estão em curso e a situação deve ser descrita como "trabalho em progresso", não existindo condições nem prazos estabelecidos pelas partes em diálogo.

Comentando um dos pontos mais fortemente contestados pela oposição, que é a questão das leis eleitorais no Zimbabwe, o presidente zambiano referiu que a SADC está satisfeita com a legislação eleitoral do Zimbabwe e acredita que ela permite a realização de eleições livres e justas.

A oposição e a esmagadora maioria dos países europeus, para além da Austrália e dos Estados Unidos, acusam o governo do presidente Robert Mugabe de reprimir severamente a oposição e de ter passado nos últimos anos pacotes legislativos que limitam drasticamente as liberdades individuais e colectivas.

Na sexta-feira, a Austrália anunciou o reforço das sanções selectivas contra Harare, revogando vistos de residência a vários familiares de membros da administração zimbabweana que estudam e residem no país.
LISBOA NÃO ABRE JOGO

Entretanto, o MNE português, Luís Amado, escusou-se sábado a revelar se o presidente do Zimbabwe será convidado para a cimeira África-Europa, garantindo que esse "problema diplomático" será resolvido "a seu tempo".

"A cimeira tem objectivos que estão para lá do caso particular das relações entre a União Europeia e o Zimbabwe", disse Luís Amado à agência Lusa.

O governante luso garantiu que a cimeira, prevista para 8 e 9 de Dezembro, em Lisboa, vai mesmo realizar-se.

"Neste momento estamos ainda a trabalhar na agenda da cimeira. O problema da participação será tratado a seu tempo, com iniciativas diplomáticas próprias", afirmou, quando questionado sobre se o presidente do Zimbabwe vai ou não ser convidado.

Na quinta-feira, o Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Cravinho, afirmou, em declarações à Lusa, que o Governo português "não tenciona ter uma atitude discriminatória".
A realização da II Cimeira África-Europa esteve prevista para Lisboa em 2003, mas foi adiada devido à oposição do Reino Unido que acusa o presidente Mugabe de violação dos direitos humanos.

Fonte: Notícias

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