O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, recebeu hoje a vice primeira-ministra do Zimbabué, Thokozani Khupe, que pediu "ajuda" para "resolver algumas divergências" naquele país, dada a participação de Moçambique na reunião da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
"Soubemos que o Presidente Guebuza vai participar na reunião da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e viemos pedir para que ele nos ajude a resolver algumas divergências que temos no Zimbabué", explicou Thokozani Khupe no final da audiência com o chefe de Estado moçambicano, em Maputo.
O Zimbabué tem, desde Fevereiro de 2009, um Governo de Unidade Nacional (GUN), depois de um Acordo Político Global rubricado a 15 de Setembro de 2008 para tentar ultrapassar a crise socioeconómica que assolou o país após as eleições gerais em Março desse ano.
O pacto foi visto como o início de uma nova era para o Zimbabué mas, até agora, não trouxe melhorias significativas para o país, sendo constantes as fricções entre o Movimento para a Mudança Democrática (MDC) e a União Nacional Africana do Zimbabué – Frente Patriótica (ZANU-PF), de Robert Mugabe.
O líder do MDC, Morgan Tsvangirai, que então aceitou o cargo de primeiro-ministro chegou a demitir-se mas, após mediação da SADC, voltou ao GUN. Hoje, fez chegar a Guebuza, através de Thokozani Khupe, os efeitos negativos e positivos do processo de unidade nacional.
Segundo a vice primeira-ministra zimbabueana, um dos efeitos negativos é o facto de a Constituição da República ainda não estar elaborada, documento que só deverá ficar pronto em 2011.
"Neste momento, a constituição em vigor ainda é uma proposta e prevíamos concluir a versão final até Outubro deste ano, mas, devido a motivos de vária ordem, o processo demorou. No entanto, esperamos completá-lo na primeira metade do próximo ano", realçou Thokozani Khupe.
Porém, disse a vice primeira-ministra, a demora vai permitir a elaboração de uma "lei mãe" que permitirá, "além dos direitos e deveres dos cidadãos, a realização de eleições livres e justas que vão trazer um governo democraticamente eleito".
Thokozani Khupe acrescentou ainda que a existência de um governo de transição serve para garantir uma Constituição que leve o país à realização de "eleições legítimas, credíveis e que respeitem a vontade do povo".
Em Julho, na sessão de abertura da reunião dos chefes da diplomacia da SADC, que decorreu em Maputo, o ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, falando em nome da Comunidade, realçou os "avanços significativos" registados em alguns estados membros, entre eles o Zimbabué. NOTÍCIAS LUSÓFONAS – 14.08.2010
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(MiradourOnline)
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