Caro amigo Nelson,
Faço votos que a presente missiva te concontre em plena gozo de uma boa saúde junto dos seus. Cá por mim, vou indo aos poucos, não fora estas constantes situações, quer ao nível de Moçambique, quer no nosso vizinho Zimbabwe que nos apoquentam. Aliás tu tens sido solícito na radiografia deste último país.
Li o teu blogue hoje, e foi recorrente notar que o assunto do Zimbabwe amiudemente vai à ribalta, pese embora, se registe além fronteira, pode dealbar; o que quer dizer já visionas as repercursões da actual crise sobre esta Pérola do Índico. Compreendi a tua linha de análise!
Realmente, um Zimbabwe triste, será motivo para nossa insatisfação, quer queiramos quer não queiramos, pelo simples facto de se ancorarem sobre nós os elos que nos ligam, desde o nosso relacionamento geo-estratégico dos dois países, aos laços de caráter pessoal e familiar.
Constatei também que escreves com cepticismo, a vinda a Maputo de uma delegação de natureza militar encabeçada por Emerson Munanguagua, veterano de guerra e um dos homens mais conservadores do regime do Robert Mugabe. Ora bem, quero te assegurar que também ando contrariado e mesmo atribulado com este encoste do nosso regime do dia ao lado errado no país vizinho. Isto lhe é lisonjeiro e frustante para quem já ouviu dela dizer que amava a paz!
No entanto, Nelson, incumbe-se-nos uma tarefa difícil de gerir ou de ter conta dos desígnios do regime de Maputo em face ao seu envolvimento conivente ao baril de pólvora que se quer deflagar no vizinho Zimbabué. As linhas com que se cozem a diplomacia moçambicana não sao claras. Nelson não foi por acaso que Guebuza a última hora substituiu Lucinda de Abreu, mas mesmo assim não foi bastante para testemunharmos a exponente obra de diplomacia pelos corredores (do poder) da oposiçao.
Dizer que o regime da Frelimo, como disse acima, anda é perdulário e sem perspicácia, por assim dizer, preferindo acomodar-se no lado errado da história. Ora isto chega mesmo a ser irritante, ninguém quer ver outra sorte a sorrir ao povo irmão zimbabuenano, senão a sorte da paz.
Retomando o assunto sobre a vinda de Muanaguagua e altos comandos e agentes da segurança do regime de Mugabe, posso calcular que, não é mais nem menos, do que um consequência prática dos pronuncimentos preludiantes recentes de Mugabe, sobre se perder as eleições… záz, conta com o apoio multiforme, sem dúvidas, da extrema esquerda no poder em Moçambique.
Nelson, enfim, esta é a situação potencialmente explosiva, que pode ser engendrada a qualquer momento por Mugabe sob lábia dos regimes [incluindo o nosso] da região que primam pelo ‘camaradismo’, clientelismo e protecção mutua, mesmo que para isso morram milhares entre os populares. Vai daí e daí vi, se calhar o Nelson também, no “Os Bosses h”, um comentário não preciso as linhas, mas qualquer coisa como isto: que os partidos da esquerda não estão habituados ao tipo de democracia que pretende instituir na região da SADC, daí que farão tudo e às estopinhas, esgrimindo e vomitando os seus slogans anti-Oeste num frenesim estonteante para abocanhar e reter o poder que teimosamente se lhes esvai das mãos. Disso, Nelson, podes crer, tal a acontecer, não vai ser sem espiral de banho de sangue, jorrando!
Vou terminar, dizendo que, é preciso levantar-se e empunhando a arma que mais sabemos disparar, para levar ao retraimento e, eventual desaparecimento, das forças do mal. Nelson, tal arma é tua pluma. Ame-a, lubrifique-a, use-a sempre em missões dificeis como esta, para a paz no Zimbabué.
Saudo-te.
Dedé
Faço votos que a presente missiva te concontre em plena gozo de uma boa saúde junto dos seus. Cá por mim, vou indo aos poucos, não fora estas constantes situações, quer ao nível de Moçambique, quer no nosso vizinho Zimbabwe que nos apoquentam. Aliás tu tens sido solícito na radiografia deste último país.
Li o teu blogue hoje, e foi recorrente notar que o assunto do Zimbabwe amiudemente vai à ribalta, pese embora, se registe além fronteira, pode dealbar; o que quer dizer já visionas as repercursões da actual crise sobre esta Pérola do Índico. Compreendi a tua linha de análise!
Realmente, um Zimbabwe triste, será motivo para nossa insatisfação, quer queiramos quer não queiramos, pelo simples facto de se ancorarem sobre nós os elos que nos ligam, desde o nosso relacionamento geo-estratégico dos dois países, aos laços de caráter pessoal e familiar.
Constatei também que escreves com cepticismo, a vinda a Maputo de uma delegação de natureza militar encabeçada por Emerson Munanguagua, veterano de guerra e um dos homens mais conservadores do regime do Robert Mugabe. Ora bem, quero te assegurar que também ando contrariado e mesmo atribulado com este encoste do nosso regime do dia ao lado errado no país vizinho. Isto lhe é lisonjeiro e frustante para quem já ouviu dela dizer que amava a paz!
No entanto, Nelson, incumbe-se-nos uma tarefa difícil de gerir ou de ter conta dos desígnios do regime de Maputo em face ao seu envolvimento conivente ao baril de pólvora que se quer deflagar no vizinho Zimbabué. As linhas com que se cozem a diplomacia moçambicana não sao claras. Nelson não foi por acaso que Guebuza a última hora substituiu Lucinda de Abreu, mas mesmo assim não foi bastante para testemunharmos a exponente obra de diplomacia pelos corredores (do poder) da oposiçao.
Dizer que o regime da Frelimo, como disse acima, anda é perdulário e sem perspicácia, por assim dizer, preferindo acomodar-se no lado errado da história. Ora isto chega mesmo a ser irritante, ninguém quer ver outra sorte a sorrir ao povo irmão zimbabuenano, senão a sorte da paz.
Retomando o assunto sobre a vinda de Muanaguagua e altos comandos e agentes da segurança do regime de Mugabe, posso calcular que, não é mais nem menos, do que um consequência prática dos pronuncimentos preludiantes recentes de Mugabe, sobre se perder as eleições… záz, conta com o apoio multiforme, sem dúvidas, da extrema esquerda no poder em Moçambique.
Nelson, enfim, esta é a situação potencialmente explosiva, que pode ser engendrada a qualquer momento por Mugabe sob lábia dos regimes [incluindo o nosso] da região que primam pelo ‘camaradismo’, clientelismo e protecção mutua, mesmo que para isso morram milhares entre os populares. Vai daí e daí vi, se calhar o Nelson também, no “Os Bosses h”, um comentário não preciso as linhas, mas qualquer coisa como isto: que os partidos da esquerda não estão habituados ao tipo de democracia que pretende instituir na região da SADC, daí que farão tudo e às estopinhas, esgrimindo e vomitando os seus slogans anti-Oeste num frenesim estonteante para abocanhar e reter o poder que teimosamente se lhes esvai das mãos. Disso, Nelson, podes crer, tal a acontecer, não vai ser sem espiral de banho de sangue, jorrando!
Vou terminar, dizendo que, é preciso levantar-se e empunhando a arma que mais sabemos disparar, para levar ao retraimento e, eventual desaparecimento, das forças do mal. Nelson, tal arma é tua pluma. Ame-a, lubrifique-a, use-a sempre em missões dificeis como esta, para a paz no Zimbabué.
Saudo-te.
Dedé
Foto: iStockPhoto
Muito obrigada Dede pela missiva,sinto-me honrado. Estou levando ela para o Meu Mundo.
ResponderEliminarLevei-a. Aguardo tua resposta, Nelson.
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