A prestação de serviços de saúde na cidade de Maputo está a acontecer a meio-gás esta Segunda-feira, primeiro dia da greve geral convocada por médicos e profissionais de saúde.
Semana passada, a Associação Médica de Moçambique (AMM) – que diz representar
todos os médicos do país – e a Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos (PSU)
– em representação de todos os outros profissionais de saúde - anunciaram a
realização duma greve com vista a reclamar um aumento salarial de cem por cento
e um estatuto profissional ao seu gosto.
No Centro de Saúde de Mavalane, uma das maiores unidades sanitárias da cidade de Maputo, adstrita ao Hospital Geral de Mavalane (HGM), mais de metade dos profissionais de saúde local aderiram à greve, segundo disse a AIM uma enfermeira local.
No Centro de Saúde de Mavalane, uma das maiores unidades sanitárias da cidade de Maputo, adstrita ao Hospital Geral de Mavalane (HGM), mais de metade dos profissionais de saúde local aderiram à greve, segundo disse a AIM uma enfermeira local.
“Alguns colegas estão aqui, mas outros não aceitaram trabalhar hoje”, disse Ivone René, Enfermeira de Saúde Materno Infantil afecta ao Centro de Saúde de Mavalane. René faz parte do grupo de profissionais que se encontram a trabalhar, apesar da greve.
Nesta unidade sanitária, todos os serviços estão em funcionamento, mas com pouco pessoal, parte do qual é constituída por estagiários do Instituto de Ciências de Saúde (ISCISA), afectos para atender a situação neste momento de greve.
Numa sala de consultas para crianças, um estudante disse que, apesar dos serviços de saúde estarem abertos, não acontece nenhum atendimento porque “todos os responsáveis pelo sector não estão a trabalhar”.
“Eu não entendo o que está a acontecer… Concordo que tenhamos de revindicar, mas talvez esta não seja a melhor forma”, disse a Enfermeira René, acrescentando que “não sei o que irá acontecer amanhã se a greve continuar”.
Relatos de outros pontos do país indicam “um normal funcionamento dos serviços de saúde“, mas em Maputo, por exemplo, parte desses serviços é assegurada por pessoal alternativo.
Aguinalda João, mãe de um bebé de quatro meses, deslocou-se ao Centro de Saúde da Polana Caniço para uma consulta pós-natal, mas encontrou as portas encerradas, com os funcionários a anunciar que não trabalham porque estavam em greve.
Face a esta situação, ela deslocou-se ao Centro de Saúde de Mavalane, que apesar de estar em funcionamento, havia uma enorme enchente de doentes.
Semana passada, encontros entre o Ministério da Saúde (MISAU) e as partes em greve resultaram em fracasso, uma vez que a AMM exige a participação nas conversações da PSU, organização que o Governo considera não ter legitimidade para participar nessas reuniões por ser ilegal.
Apesar disso, o Governo diz que continua aberto ao diálogo com a AMM, aguardando a todo o momento que a sua contraparte nas negociações reconsidere a posição que está na origem do impasse.
Enquanto isso, cidadãos consideram que as partes deviam evitar o máximo a ocorrência duma greve no sector da saúde devido aos possíveis efeitos nefastos de que possa resultar.
“O pessoal de saúde podia criar um grupo que fosse realizar a sua greve lá no governo ou no parlamento, não nos hospitais. Não se pode brincar com a saúde da população”, disse o cidadão César Ferrão.
MM/mz
AIM – 20.05.2013
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