Proibição de reunião pela Polícia
Considera
a sociedade civil, concretamente o Parlamento Juvenil (Salomão
Muchanga) e a Comissão Nacional dos Direitos Humanos de Moçambique
(Custódio Duma)
Maputo
(Canalmoz) – A atitude policial de ter interditado nesta quarta-feira a
realização, no Jardim Dona Berta, na cidade de Maputo, uma reunião dos
médicos e outros profissionais da Saúde que estão em greve está a
merecer críticas por parte de vários órgãos da sociedade civil.
O
Parlamento Juvenil e a Comissão Nacional dos Direitos Humanos de
Moçambique, através dos seus respetivos residentes, Salomão Muchanga e
Custódio Duma respectivamente, que presenciaram a acção policial contra
os grevistas, disseram que a atitude dos agentes mostra claramente a
debilidade do sistema democrático e falta de respeito pelos direitos
humanos em Moçambique.
Reacção da Comissão Nacional dos Direitos Humanos
A
Comissão Nacional dos Direitos Humanos de Moçambique, através do seu
presidente, Custódio Duma, exige que o Governo encontre urgentemente
mecanismos legais para terminar com a greve, sem recorrer a
intimidações, supostamente porque várias pessoas encontram-se a sofrer
nos hospitais à espera de atendimento. Duma disse ainda que a atitude da
Polícia, para além de violar os direitos humanos, está a comprometer a
possibilidade de diálogo entre as partes.
Custódio
Duma revelou ao Canalmoz que a Comissão Nacional dos Direitos Humanos
de Moçambique está a fazer um levantamento das consequências da greve
nos hospitais e constatou preliminarmente que é altura de o Governo
criar condições de parar com a greve, supostamente porque muita gente
está a ser prejudicada com as manifestações em curso.
Para
Duma, o cessar da greve depende sobretudo da vontade do Governo pelo
que o mesmo deve encontrar a melhor forma de pará-la, mas não recorrer a
intimidações.
Parlamento Juvenil
A
greve em cursos, dos médicos e de outros profissionais da Saúde, pelo
que se pode constatar conta maioritariamente com a adesão de
profissionais jovens. No entanto, o Parlamento Juvenil, como defensor da
juventude, tomou isso como pretexto para solidarizar-se com estes
profissionais nas revindicações dos seus direitos, sobretudo contra a
onde de ameaças protagonizadas pelo Governo com recurso à Polícia.
Salomão
Muchanga, presidente do Parlamento Juvenil, que se encontrava no local
quando os grevistas foram proibidos de se reunir, no Jardim Dona Berta,
classificou de inadmissível a atitude da Polícia, pois, segundo ele, a
mesma mostra claramente a debilidade do sistema democrático em
Moçambique.
Salomão
Muchanga considera que o uso da força pela Polícia contra os grevistas
demostra a debilidade do sistema democrático e judicial em Moçambique.
Muchanga
chama a atenção para a necessidade de redistribuição justa de recursos e
o estabelecimento de justiça, sob pena de o país entrar em crise
social.
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