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VOA News: África

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Ameaças a grevistas denunciam debilidade do sistema democrático

  Proibição de reunião pela Polícia  

Considera a sociedade civil, concretamente o Parlamento Juvenil (Salomão Muchanga) e a Comissão Nacional dos Direitos Humanos de Moçambique (Custódio Duma)

Maputo (Canalmoz) – A atitude policial de ter interditado nesta quarta-feira a realização, no Jardim Dona Berta, na cidade de Maputo, uma reunião dos médicos e outros profissionais da Saúde que estão em greve está a merecer críticas por parte de vários órgãos da sociedade civil.
O Parlamento Juvenil e a Comissão Nacional dos Direitos Humanos de Moçambique, através dos seus respetivos residentes, Salomão Muchanga e Custódio Duma respectivamente, que presenciaram a acção policial contra os grevistas, disseram que a atitude dos agentes mostra claramente a debilidade do sistema democrático e falta de respeito pelos direitos humanos em Moçambique.

Reacção da Comissão Nacional dos Direitos Humanos

A Comissão Nacional dos Direitos Humanos de Moçambique, através do seu presidente, Custódio Duma, exige que o Governo encontre urgentemente mecanismos legais para terminar com a greve, sem recorrer a intimidações, supostamente porque várias pessoas encontram-se a sofrer nos hospitais à espera de atendimento. Duma disse ainda que a atitude da Polícia, para além de violar os direitos humanos, está a comprometer a possibilidade de diálogo entre as partes.
Custódio Duma revelou ao Canalmoz que a Comissão Nacional dos Direitos Humanos de Moçambique está a fazer um levantamento das consequências da greve nos hospitais e constatou preliminarmente que é altura de o Governo criar condições de parar com a greve, supostamente porque muita gente está a ser prejudicada com as manifestações em curso.
Para Duma, o cessar da greve depende sobretudo da vontade do Governo pelo que o mesmo deve encontrar a melhor forma de pará-la, mas não recorrer a intimidações.

Parlamento Juvenil

A greve em cursos, dos médicos e de outros profissionais da Saúde, pelo que se pode constatar conta maioritariamente com a adesão de profissionais jovens. No entanto, o Parlamento Juvenil, como defensor da juventude, tomou isso como pretexto para solidarizar-se com estes profissionais nas revindicações dos seus direitos, sobretudo contra a onde de ameaças protagonizadas pelo Governo com recurso à Polícia.
Salomão Muchanga, presidente do Parlamento Juvenil, que se encontrava no local quando os grevistas foram proibidos de se reunir, no Jardim Dona Berta, classificou de inadmissível a atitude da Polícia, pois, segundo ele, a mesma mostra claramente a debilidade do sistema democrático em Moçambique.
Salomão Muchanga considera que o uso da força pela Polícia contra os grevistas demostra a debilidade do sistema democrático e judicial em Moçambique.
Muchanga chama a atenção para a necessidade de redistribuição justa de recursos e o estabelecimento de justiça, sob pena de o país entrar em crise social.
Muchanga disse ainda que a greve merece muita atenção, pelo que o Governo deve dar um tratamento condigno aos profissionais da Saúde, tendo em conta a sua importância para a sociedade. (António Frades)

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