De: Marcelino Silva
À medida que o país está contrarelógio para as eleições autárquicas em Moçambique parece que a situação política tende a piorar nos últimos tempos, com cenários nada abonatórios.
Um olhar de raspão saltam à vista episódios de musculatura entre o governo, os partidos da oposição e a Sociedade Civil.
Quer exemplos disso? Num pequeno espaço de papel como este creio não ser suficiente para descrever.
Temos casos de Muxungue, figuras credíveis da sociedade civil excluídas da lista por quem manda neste país, e a inclusão de nomes de preferência do governo do dia encomendadas algumas organizações profissionais e da sociedade civil, a fantochada de conversações entre a Renamo e o Governo, para distrair os eleitores, e por aí além, são exemplos disso.
De entre várias barbaridades cometidas nos últimos meses fixemo-nos na candidatura do actual presidente da CNE, Leopoldo da Costa, á membro deste órgão por uma suposta ONP extinta.
A comissão ha-doc encarregue para investigar este assunto, confesso, ainda não sei de quem está a espera para anular a candidatura do homem, que não tem culpa por o nome dele figurar naquela lista.
Tenho certas dúvidas se ao invés de Leopoldo da Costa fosse um outro nome de um candidato que não nutre simpatias com o partido no poder, se ainda este assunto constituiria até hoje conversas de café.
Muitos, mas muitos mesmo, já opinaram dizendo que para a transparência de todo este processo que já arrancou com a tomada de posse de membros das comissões provinciais, seria bom retirar o nome do senhor professor Doutor Leopoldo da Costa da lista dos candidatos destes órgãos, e ponto e final.
Se a estas andanças estamos neste barulho imaginemos os passos subsequentes até ao escrutínio o que vai acontecer.
Minhas senhoras e meus senhores, com a anuência do governo do dia este problema deve, o mais rapidamente possível, ser resolvido sob pena de todo processo eleitoral transformar-se num fiasco.
Não venham com histórias de que o governo “não mete colher na sopa que não lhe pertence”, uma alusão a não ingerência nos assuntos parlamentares, que isso não é bem verdade, quando quer faz, “ A FRELIMO É QUE DIZ,… A FRELIMO É QUE FAZ”.
Caso o governo continue a mostrar musculatura perante o pacato eleitor, está sujeito a pagar esta elevada factura num futuro não distante. Não digam que não vos avisei.
O NACALENSE – 06.05.2013
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