“Por que a polícia deve ter este comportamento, quando devia proteger-nos dos malfeitores que, dia e noite, roubam nas nossas casas, como se não tivéssemos autoridades na província?”
A Força de Intervenção
Rápida (FIR) proibiu, ontem, em Quelimane, capital da província da Zambézia, os
taxistas locais de marcharem pelas artérias da cidade em comemoração do 1º de
Maio, dia Internacional do Trabalhador. O comportamento da FIR terá manchado a
celebração da data.
O grupo de ciclistas
pertence à Associação dos taxistas Motociclos da Zambézia (ATAMOZ), uma
agremiação devidamente reconhecida, e que convidou os seus associados para se
juntarem à marcha juntamente com trabalhadores de diversas empresas baseadas na
cidade de Quelimane.
Segundo explicou Souvazia
Abdul, um dos taxistas que viram adiada a sua vontade de marchar com os
trabalhadores, a sua revolta deve-se ao facto de lhes não ter sido explicadas
as motivações para o banimento do evento.
“Exigimos explicações da
atitude da FIR, pois somos cidadãos nacionais e não estrangeiros, pertencemos à
esta pátria e todos os dias trabalhamos no transporte dos trabalhadores de suas
casas para o serviço“, referiu.
Outra indignação foi
mostrada por Evandra Moisés, uma jovem que pertence também à associação dos
taxistas motociclos da Zambézia. Segundo ela, um agente da FIR paralisou a
marcha alegando que se pretendia efectuar uma organização, mas, momentos
depois, o mesmo agente, cuja identidade não foi revelada, contactou com os seus
colegas que se dirigiram à rua onde seguiam os taxistas e impediram o arranque
da marcha.
Para ela, o mais espantoso
foi ver a FIR chegar ao local, fortemente armada, como se de guerra se
tratasse. “Por que a polícia deve ter este comportamento, quando devia
proteger-nos dos malfeitores que, dia e noite, roubam nas nossas casas, como se
não tivéssemos autoridades na província?”, questionou.
O PAÍS – 02.05.2013
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