Governo recua e manda em liberdade parte dos homens da Renamo detidos em Muxúnguè
- Dom Dinis Singulane, Bispo da Diocese dos Libombos da Igreja Anglicana e o Prof. Dr. Lourenço do Rosário, reitor da Universidade "A Politécnica" foram os facilitadores que permitiram a soltura, depois de uma reunião que mantiveram na quinta-feira com o Procurador-Geral da Republica, Augusto Raul Paulino
Maputo (Canalmoz) - Vinte e quatro horas após divulgar nota onde afirmava rejeitar todas as pré-condições impostas pela Renamo para o início do diálogo, o Governo moçambicano mandou soltar parte dos homens da Renamo que estavam encarcerados na cidade da Beira, detidos em Muxúnguè na sequência do assalto da FIR à delegação local da Renamo, no dia 03 de Abril de 2013. Esta era uma das condições impostas, aliás, a primeira.
A soltura dos homens da Renamo foi no final da manhã desta sexta-feira e dia seguinte foi confirmada pelo porta-voz da Polícia a província de Sofala, Mateus Mazive, falando ao Canalmoz.
Não há números exactos sobre quantos membros da Renamo foram soltos e quantos estavam encarcerados. A própria Renamo fala de 13 soltos de um total de 17 detidos - antes falava-se de 15 detidos- e a Polícia não chega a falar de números, apenas confirma a soltura.
Da parte da Renamo foi Jeremias Pondeca, membro da Comissão Política e integrante da delegação da Renamo no diálogo com o Governo, que confirmou ao Canalmoz a soltura dos 13 homens.
"Já soltaram 13 dos nossos homens, quando eram 11 horas da sexta-feira e, faltam os outros 4 homens que ainda estão presos", disse Pondeca.
Intervenção de Dom Singulane e Prof. Lourenço de Rosário
Segundo apurou o Canalmoz do mesmo responsável da Renamo, a soltura foi graças à intervenção dos "facilitadores Dom Dinis Singulane, Bispo da Diocese dos Libombos da Igreja Anglicana e do Prof. Lourenço do Rosário, reitor da Universidade "A Politécnica" que na quinta-feira se reuniram com o Procurador-Geral da República, Augusto Raul Paulino".
Tal como havia afirmado no seu informe anual sobre o Estado da Justiça, o PGR voltou a dizer aos facilitadores que não constava nenhuma matéria criminal contra os homens da Renamo, justificando a sua manutenção em cárcere com a "ineficácia política".
Mais uma vez, à semelhança da situação da cidade de Chimoio, a Renamo diz que não precisou de recorrer a advogados como havia recomendado o Governo, para pôr em liberdade aqueles homens.
Polícia confirma soltura
Em contacto com o porta-voz da Policia da República de Moçambique (PRM) no Comando Provincial de Sofala, Mateus Mazive, na manhã deste sábado, confirmou a soltura dos homens da Renamo.
"Confirmo apenas que realmente foram soltos, mas este assunto não compete à Polícia falar. Quem deve falar sobre isso é quem soltou. Apenas confirmo que estão soltos", disse Mateus Mazive ao Canalmoz.
(Bernardo Álvaro)
(Notícia em actualização)
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